terça-feira, 15 de março de 2011

Segundo dia de greve

Por Paula Vielmo


Greve não é absolutamente nada, nada simples! E quem sequer pensa que alguém gosta de fazer greve é porque, certamente, nunca fez uma.

No segundo dia de greve, durante a manhã desta terça-feira, houve novamente concentração da categoria em frente a prefeitura, aguardando enquanto a comissão e o sindicato seriam recebidos para a enrolação com a equipe do governo que nada decide: procurador (Jaires Porto), Secretária de Administração (Izôlda) e Secretária de Educação (Maria do Carmo).

Do outro lado da rua, em frente à prefeitura o ambiente estava animador: faixas, bandeira nacional, muitas professoras e professores. Esperando...

Assim que pareceu que iria chover, fomos para o pátio da prefeitura, mas a primeira opção seria ir para debaixo de um toldo que ainda está na avenida. "Ora, vamos para a prefeitura que é nossa?", proposta aceita por todas e todos prontamente.

Assim que entramos naquele prédio PÚBLICO (mas privatizado), altamente cheio de guardas municipais, logo um senhor ameaçou uma professora de que não poderíamos entrar na prefeitura! Vejam só como realmente está privatizada, pois o capacho "acha" (não pensa), que pode impedir que fiquemos sentadinhas dentro da prefeitura. Por mim ficaríamos emitindo sons agradáveis com gritos de ordem, mas enfim... amanhã ele disse que a gente não entra!

Lá de dentro, a comissão de comunicação da qual sou membro imediatamente atualizou o BLOG OFICIAL DA GREVE com a informação da ameça e enquanto a comissão de negociação não saía da reunião, atendemos a imprensa, com várias professoras diferentes dando os depoimentos, mas todas bem sintonizadas. Falamos à Radio Vale, Jornal Novoeste (que postou um vídeo ótimo) e para o site Balcão de Eventos.

A imprensa tem feito uma cobertura da greve, afinal é algo bem raro por aqui, mas nem todos os jornais e sites, na sua "imparcialidade", deixam de, ignorantemente, dentro de uma linha de classe - que não é a classe trabalhadora -, se colocar contra a luta das (os) professoras (es), e temos que ler absurdos de que "ganhamos bem". Quero saber quem faz graduação, pós-graduação, investe em livros, internet, congressos, etc e ganha bem pouco mais de R$1.000,00!?

Além disso, é preciso deixar transparente a informação verdadeira: a luta principal é pelo repasse do FUNDEB, ou seja, pela correção salarial anual do piso dos professores em 21,62%.

Dito isso, voltemos ao relato sobre o dia.

Ao final da manhã, enquanto era feito o repasse à assembléia, debaixo do toldo, protegidas/os da chuva, decidiu-se por "folga" a tarde! Folga? Quem fica a manhã toda argumentando realmente precisa de folga, mas ficar sentada a manhã toda esperando, cansa? Eu não concordo, mas enfim...

Eu não fui ficar de pernas pro ar em plena greve, ainda mais super disposta e empolgada como estou. A tarde fui até a sede do sindicato, onde adiantamos diversos materiais de divulgação em relação a greve e principalmente as notas de esclarecimento que serão veínculadas nos bairros e na TV.

Amanhã a partir das 8h30 novamente estaremos na frente da prefeitura, haja vista que não há sequer reconhecimento da legitimidade da pauta, veja lá negociação. Não sei a programação da tarde, e a noite estaremos na Câmara, participando do "Fórum Regional de Vereadores Socialmente Responsáveis".

Força camaradas, a luta continua!

Ouçamos o comandante Che: Hasta la victoria, siempre!

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