domingo, 30 de maio de 2010

Campanha sob escolta


Jurado de morte, o deputado carioca Marcelo Freixo precisa de proteção armada na busca de votos para a reeleição
Wilson Araújo


O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), 43 anos, não bota o pé fora de casa sem a companhia de uma comitiva formada por pelo menos cinco homens atentos, carregando caixas parecidas com as usadas para transportar instrumentos musicais. Em vez de violão ou violino, porém, as caixas contêm armas de grosso calibre. E o séquito que acompanha o deputado é formado por policiais e agentes penitenciários escolhidos a dedo para sua proteção. Jurado de morte, Freixo é candidato à reeleição a deputado no Rio de Janeiro e não poderá fazer campanha nas ruas. Na zona oeste da cidade, região que concentra 35% do eleitorado carioca, nem seus militantes poderão pedir votos. Milicianos já avisaram que quem ousar vai “levar chumbo”.

Freixo só se desloca pela cidade em carro blindado e uma viatura da PM passa as noites de plantão na porta de sua casa. Ele é perseguido por ter atuado contra o crime organizado no Rio, em especial por combater a máfia das milícias, que domina 40% das 1.200 comunidades carentes do Estado. “Vamos utilizar a internet e outras ferramentas virtuais para fazer nossa proposta chegar à população”, diz ele, convicto de que não pode expor ninguém ao perigo nem mesmo a si próprio. “Não quero ser um herói morto”. O Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública já abortou dois planos para matá-lo.

O poder das milícias que marcaram Freixo para morrer pode ser medido por seu faturamento. Elas arrecadam mais de R$ 200 mil diários somente com o controle do transporte alternativo. Em seis meses de investigação, a CPI que Freixo liderou na Assembleia carioca levou para a cadeia quase 300 integrantes desses grupos criminosos. Ela também desbaratou o esquema fraudulento do auxílio-educação, praticado por alguns deputados, que embolsavam as cotas de R$ 400 concedidos a cada dependente de funcionário matriculado em escola particular. Freixo ainda esteve à frente do processo de cassação do ex-chefe de Polícia do Rio deputado Álvaro Lins (PMDB), envolvido com a máfia dos caça-níqueis.

“Estamos assistindo a uma violação do princípio democrático que implica o direito de cada um, seja ele deputado ou não”, revolta-se o sociólogo carioca Gláucio Soares, do Instituto de Pesquisas Universitárias (Iuperj). Fazer campanha pela internet é, por enquanto, a única alternativa de Freixo. O presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, não arrisca prever que resultado o deputado poderá conseguir com uma campanha desse tipo: “Nunca vimos uma coisa dessas antes”, diz ele.



quinta-feira, 27 de maio de 2010

Jusmari cassada de novo?


Desde ontem, 26 de maio, data do aniversário da emancipação política de Barreiras que circula um boato, correndo com o vento: a prefeita teria sido novamente cassada!

Até o momento, nada consta nos meios oficiais, a exemplo do site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou do TRE-BA (Tribunal Regional Eleitoral da Bahia), mas o boato está cada vez mais forte, e como se espalha rápido!

Ontem, assim que recebi a informação para verificar, pensei: "será presente de aniversário para Barreiras"? Teria sido um excelente presente coletivo. Vamos esperar para saber se é verdade ou mentira.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Contas públicas: vamos fiscalizar!


As contas da prefeitura e da Câmara referente ao exercício de 2009 estão disponíveis, para verificação e fiscalização da população de Barreiras, numa salinha minúscula na Câmara Municipal, das 8h às 16h até 15 de junho.

Coisa interessante é ir "ver" as contas, algo que queria fazer a alguns anos, ainda enquanto estudante, mas nunca dava certo. Esse ano deu!

Semana passada fui até a Câmara, mas do alto da minha ignorância, tudo pareceu complicado: a organização das pastas, a nomenclatura, a desorganização do material, as atendentes irritadas, os fiscalizadores conversadores...e de repente as coisas se desmancharam e aquele sonho de verificar as contas tornou-se um pesadelo maior do que eu imaginara. Sim, já havia imaginado que seria complicado compreender as finanças naquela linguagem que mais parece uma incógnita, mas foi pior!

Lá, com as ideias embaralhadas, lembrei-me de uma palestra sobre a "Lei de Responsabilidade Fiscal" que assisti a poucas semana, durante um evento de estudantes de Ciências Contábeis da UNEB, onde o Professor Esquivel, na condição de Inspetor Regional do Tribunal de Contas dos Municipios, questionava para quem as contas eram transparentes, em referência ao que é disponibilizado, mas apenas quem é da área contábil - e olhe lá - entende. De fato, uma pessoa do povo não entende, e de fato, fiscalizar sem saber o que se procura ou como procurar de nada serve. No entanto, passado o primeiro impacto negativo, algumas pesquisas, leituras e um novo retorno, rendeu ótimas verificações.

No mais, o horário diponibilizado só não é pior porque abrange o horário do almoço, onde pessoas que trabalham no conhecido "horário comercial" podem sacrificar o tempo de almoço para, pelo menos, dar uma passadinha pela Câmara, mas em nada facilitam o conhecimento, fiscalização e transparência das contas públicas. Mas não adianta dificultar, porque como diz o ditado "quem procura, acha". E nós achamos!

Por Paula Vielmo

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dia das Mãe$


No último domingo foi Dia das Mães e mesmo tendo passado, cabe algumas reflexões sobre essa data.

Inicialmente, é preciso registrar que tenho sérias restrições a datas comemorativas como elas acontecem, pois todos os dias devem ser dia de tudo. No entanto, entendo que as datas serveriam como momento de reflexão específico sobre algo, mas isso raramente ocorre nessa sociedade medíocre em que vivemos.

No caso específico do Dia das Mães, é uma das maiores datas para fervilhar o comércio, aquecer o mercado de vendas, estimular o consumismo. Essa data, ao meu ver, tem esse caráter exageradamente consumista (segundo o jornal local, fica atrás apenas das vendas de natal), por relacionar-se ao sexo feminino, culturalmente ligado ao consumismo e mais exposto às exigências do mercado de consumo.

O apelo consumista pôde ser visto nos comérciais, principalmente da televisão, e nesse caso vou me ater ao que vemos em Barreiras nessa data: quase todos ainda relacionam mãe ao lar, associando os presentes majoritariamente a utensilios de uso doméstico, reforçando a figura da mulher como ligada às tarefas domésticas, ainda hoje, apesar de muitas conquistas das mulheres, quase que exclusivamente nossas - ocasionando dupla jornada de trabalho e ainda valorizando essa sobrecarga de trabalho como algo incrível, típico de uma "super mulher" ou "super mãe".

Essas propagandas de louças, geladeiras, microondas, liquidificador e diversos outros eletrodomésticos e eletroeletrônicos, além de associar a figura da mãe ao lar, ao querer transformar as "mães" em produtos rentáveis, o fazem abafando a individualdiade das mesmas, pois todos são objetos de uso de toda a família, como televisões, aparelhos de DVDs, sofás, entre muitos outros. Elas acabam sendo apenas "iscas" para vender cada mais. E continuam sendo, pois ainda hoje vi uma propaganda de "bota fora" pós Dia das Mães.

Essas situações, lembrou-me de um livro que estou lendo (Sexo contra sexo ou classe contra classe, de Evelyn Reed). No início do capítulo "o mito da inferioridade da mulher", a autora aborda como surgiu o mito de que o homem é naturalmente - e não socialmente - superior a mulher porque a mulher é "naturalmente" - ao invés de socialmente - inferiorizada pelo fato de ser mãe. Cito um trecho abaixo:


Não foi a natureza, e sim a sociedade quem roubou da mulher seu direito de participar nas tarefas mais altas da sociedade, exaltando somente suas funções animais da maternidade. E esse roubo foi perpetuado mediante uma dupla mistificação. Por um lado, a maternidade se apresentava como uma aflição biológica. Por outro, esse materialismo vulgar se apresenta como algo sagrado. Para consolar as mulheres como cidadãs de segunda classe, as mães são santificadas, adornadas com uma auréola e dotadas de "intuições" especiais, sensações e percepções que vão além da compreensão masculina. Santificação e degradação são simplesmente dois aspectos da exploração social da mulher na sociedade de classes.

Mas isto não existiu sempre: possui somente alguns milhares de anos.


Por Paula Vielmo

sábado, 8 de maio de 2010

Abaixo-assinado pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo



O Congresso Nacional tem a oportunidade de promover a Segunda Abolição da Escravidão no Brasil. Para isso, é necessário confiscar a terra dos que utilizam trabalho escravo. A expropriação das terras onde for flagrada mão-de-obra escrava é medida justa e necessária e um dos principais meios para eliminar a impunidade.

A Constituição do Brasil afirma que toda propriedade rural deve cumprir função social. Portanto, não pode ser utilizada como instrumento de opressão ou submissão de qualquer pessoa. Porém, o que se vê pelo país, principalmente nas regiões de fronteira agrícola, são casos de fazendeiros que, em suas terras, reduzem trabalhadores à condição de escravos - crime previsto no artigo 149 do Código Penal. Desde 1995, mais de 31 mil pessoas foram libertadas dessas condições pelo governo federal.

Privação de liberdade e usurpação da dignidade caracterizam a escravidão contemporânea. O escravagista é aquele que rouba a dignidade e a liberdade de pessoas. Escravidão é violação dos direitos humanos e deve ser tratada como tal. Se um proprietário de terra a utiliza como instrumento de opressão, deve perdê-la, sem direito a indenização.

Por isso, nós, abaixo-assinados, exigimos a aprovação imediata da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, que prevê o confisco de terras onde trabalho escravo foi encontrado e as destina à reforma agrária. A proposta passou pelo Senado Federal, em 2003, e foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 2004. Desde então, está parada, aguardando votação.

É hora de abolir de vez essa vergonha. Neste ano em que a Lei Áurea faz 120 anos, os senhores congressistas podem tornar-se parte da história, garantindo dignidade ao trabalhador brasileiro.

Pela aprovação imediata da PEC 438/2001!

Assine aqui!


terça-feira, 4 de maio de 2010

Filme-debate nessa quinta!!!



FILME: O GRANDE DEBATE

SINOPSE: Com roteiro de Robert Eisele, é baseado na história real de Melvin B. Tolson (Denzel Washington), professor de uma pequena universidade voltada para negros no Texas no ano de 1935. O personagem de Denzel Washington é um professor que monta um grupo de debate com seus alunos universitários. No entanto, ao mesmo tempo em que o Professor Tolson (Denzel Washington), preparava os seus alunos para serem brilhantes nos debates, vestia-se de camponês para clandestinamente discutir e organizar trabalhadores pobres (brancos e Negros) a lutarem contra a opressão capitalista. O fantástico da história é a persistência deste professor em buscar ser mais do que um bom professor, lutar apenas pelas bandeiras da educação, mas buscar também colaborar com os movimentos sociais, tarefa onde os educadores são agentes privilegiados, e que em muito podem colaborar.


VENHA ASSISTIR E DEBATER SOBRE EDUCADOR (A) MILITANTE



06 de maio (quinta-feira) às 18:00h na UNEB (sala de vídeo)

Debatedores: Profª Ana Jovina (UNEB) e
Profº Sandro Ferreira (UFBA)




Organização: Partido Socialismo e Liberdade - PSOL