sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Oh! Cadê o fim do mundo?

Por
 
 
     
          Se é esse o fim do mundo em Salvador agente tira de letra!

Gente, o que é que houve? Acordei com a voz de Cybele me dizendo que estava fazendo um lindo dia de sol em Salvador. Aí me lembrei de que era dia de fim do mundo e pulei logo da cama pra não ficar por fora. Liguei correndo a Sky e acessei tudo quando é canal de notícias, mas nada de calamidades e nenhum estava fora do ar! Apelei até pra CNN, a BBC, a RAI, e nada! Aí o jeito foi acessar a internet. O computador demorou pra pegar, e eu pensei: será que é isso o fim do mundo? Que ouve um apagão na internet no mundo todo?
Mas qual nada, logo entrou o Google e eu procurei em todo lugar pra ver se achava o início da desgraceira...e nada. Pô, mas nem mesmo uma tsunamizinha. O porteiro telefonou Logo depois dizendo que tinha chegado a minha assinatura do jornal A Tarde. Mas, qual, este estava anunciando tudo... menos o tal fim do mundo.
                                          Antigamente é que tinha fim do mundo bacana!
E aparecia tudo quando é físico, astrônomo e antropólogo pra sentar o pau nas “crendices” e difundir o crédito cego na ciência. Vocês sabem como são pedantes esses cientistas acreditando que nada existiria fora dela! Poxa, não escureceu o céu e, até agora, nem uma chuva bateu! Nem umas ondas mais altas pro pessoal pegar um surf. Nem um incendiozinho. Neste item só o governo da Bahia é que faturou criando um imposto de incêndios.
Senti um misto de alegria e decepção. Tudo bem pra mim que não iria haver fim do mundo. Poderia acompanhar os reforços do Vitória, desfrutar da promoção dobrada da Cheiro de Pizza na noite de hoje. A decepção correu por conta da noitada que fim essa semana com a família. É que convidei o povo pra “saideira do fim do mundo” na Companhia da Pizza, com direito a ouvir cinco bandas covers dos Beatles e tudo. Poxa eu tinha direito, se o mundo ia acabar mesmo tinha que recordar a minha juventude.  
                                                  Quem ganhou com isso foi Hollywood!
Mas, cadê as teorias apocalípticas? Não ia haver um estranho alinhamento entre planetas? A inversão na rotação da terra não iria causar mudanças bruscas no sistema climático? Onde está o ataque de asteroides ou o planeta que se chocaria contra a Terra? Só aí que me lembrei de ler alguma coisa sobre a previsão percebendo que essa conversa de fim do mundo não começou com os maias.
Basta ler o Apocalipse, o último livro de Velho testamento, e está lá o escambau com previsões sobre o planeta que nem o pior filme de Hollywood se arriscaria. J. Cristo foi outro profeta, na medida em que seu Sermão da Montanha, entre outras coisas, diz que “quando o evangelho for pregado em toda a Terra, é então que se chegará ao fim”. Até o velho Allan Kardec (quem diria hein?) insinua o fim do mundo no Livro dos Espíritos pois prevê uma época onde os espíritos rebeldes e violentos serão expulsos do mundo.   
                                                   Nesse profeta baiano eu acredito!
Acho que alguém fez a maior salada entre o que os maias e os cristãos disseram. Aliás, os primeiros eram povos com avançado conhecimento de astronomia e de precisão em seus calendários. Um deles, o de longa duração, foi previsto parar durar extensos ciclos de 5.125 anos. E é com base nele que surgiu toda essa confusão.  
Tem gente que quer agora jogar a culpa nos maias porque não houve o fim do mundo. Outros porém dizem que houve um “erro de interpretação”, que aqueles povos cultos não disseram bem isso. Que o “alinhamento planetário” está acontecendo e durará entre hoje e domingo quando a Lua, a Terra e o Sol estarão alinhados com Alcyone, a estrela maior, centro da nossa galáxia, a Via Láctea.
Mas se os maias não proclamaram o fim do mundo mas sim a mudança de era, se os cristãos o imaginaram mas com o Novo Testamento amenizaram seu discurso, mais na linha do “arrependei-vos irmãos” do que acentuando as desgraças que poderia ocorrer, quem é que ganha com este fim do mundo?
Se pensarmos no filme 2012 – o dia do juízo final, nos inúmeros best sellers sobre o assunto, nas incontáveis horas de TV e páginas de jornal gastas para tratar disso, veremos que o fim do mundo já houve e foi uma jogada de marketing. Para os capitalistas e todo mundo que explorou o assunto pouco interessa se o fim do mundo vai acontecer pois ninguém tira o dinheiro que já ganharam de seu bolso.
                                  Mas cuidado que faltam algumas horas pra terminar o dia!
Há quem diga que 2012 foi o fim do mundo para a política brasileira. Foi o fim da picada para o PT o julgamento do Mensalão. Foi o ano do fim do entendimento entre Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional por causa da prisão de três deputados chinfrins. Foi o fim de uma política econômica que vem infelicitando o pois durante os governos do PSDB e PT que acha que a população pode se endividar eternamente.
Mas vamos voltar ao tal fim do mundo físico. Embora haja algumas horas ainda pro dia terminar (bato na madeira, cruz credo!) parece mesmo que, como tudo no Brasil, o tal fim do mundo acabou em pizza! Foi uma desmoralização total para os astrólogos. Do jeito que a coisa vai não vou me livrar tão cedo deste vale de lágrimas. Imaginem que um cientista norte-americano está dizendo na internet, com voz de autoridade, que o mundo vai acabar...mas só daqui a cinco bilhões de anos. 
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Algumas considerações sobre a diplomação de vereadores, prefeito e vice de Barreiras

Por Paula Vielmo


No dia 12 de dezembro de 2012, praticamente sem publicidade, aconteceu a solenidade de diplomação dos 19 vereadores, suplentes, prefeito e vice-prefeito de Barreiras, que iniciarão as atividades legislativas e executivas a partir de 01 de janeiro de 2013.

A "festa democrática", como amplamente chamada, não foi divulgada, provavelmente para que fosse "quase" o que foi: um espaço reservado à parentes, assessores, eleitores e dezenas de pessoas interessadas em conseguir empregos.

O "quase" fica por conta de alguns cartazes simbólicos e representativos, que algumas cidadãs e cidadãos empunharam na data da solenidade de diplomação. Isso sim, foi uma "festa democrática": a coragem de contrapor-se ao status quo daquele espaço.


As frases

Ao contrário do que possam pensar, as frases dos cartazes eram de alerta e indagação:

NOVOS VEREADORES, VELHAS PRÁTICAS? (!)
RENOVAÇÃO OU CONTINUAÇÃO? O TEMPO DIRÁ!
QUEREMOS UMA CÂMARA ATUANTE EM PROL DO POVO: DIPLOMA + AÇÃO
CHEGA DE TÍTULOS DE CIDADÃO BARREIRENSE


As manifestações da "platéia"

Concordo com Lima Barreto ao afirmar que o Brasil não tem povo, tem platéia. Nesse sentido, em Barreiras a platéia lotou o plenário da Câmara, fato muito raro no cotidiano das sessões. A quantidade de pessoas dificultou a ação, mas não impediu. 

O posicionamento logo na entrada, fez com que as pessoas que estavam fotografando, filmando ou "prestigiando" seus vereadores gritassem para os cartazes serem abaixados, incluindo xingamentos e ameaças. A platéia próxima estava com ânimos acirrados. Já as pessoas sentadas, faziam esforços para ler o que continha nos cartazes.

Porém, um senhor cedeu seu lugar bem próximo a parede e isso acalmou a platéia. Em seguida, enquanto havia revezamento dos cartazes escritos, esse mesmo senhor, que antes reclamava, tomou rapidamente um cartaz e levantou-o! Foi uma cena linda de se ver. Por segundos, aquele senhor (idoso), foi um manifestante e tornou-se povo: não mais passivo.

As colagens

Logo que o juiz eleitoral iniciou o discurso de finalização da solenidade, saímos em direção à parte externa, e afixamos os cartazes nas grades da Câmara. Algumas pessoas fizeram perguntas e outras paravam para ler. Os cartazes ficaram lá por um período, mas depois sumiram...

Também afixamos outros cartazes menores, impressos, na parede da Câmara, sinalizando frases na mesma linha das demais. Um dia depois, surpreendentemente, tais cartazes ainda estavam na parede!


Apesar da presença de policiais e guardas municipais, não houve qualquer repressão. Que bom! Afinal, liberdade de expressão é algo desrespeitado nesta "terra sem lei".


É relevante lembrar, mais uma vez, que não existe por minha parte, qualquer expectativa positiva em relação aos "novos" mandatos. Para mim, não passam de "mais do mesmo" e isso é resultado de análise de conjuntura, nada além disso. Mas, o tempo dirá!





 UMA CERTEZA: A LUTA CONTINUA!


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Consciência Negra Quilombola



Por Shirley Pimentel de Souza¹
(texto e fotos)


Nos dias 17 e 18 de novembro, pelo nono ano consecutivo, os quilombos do Território Velho Chico no estado da Bahia realizam a comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra reunindo-se em uma das comunidades para celebrar suas conquistas e renovar as forças para as lutas que são constantes. Este ano quem sediou a festa foi o quilombo Barra do Parateca, situado no município de Carinhanha, dando show em organização, união e receptividade. O evento contou com a participação de lideranças quilombolas da região e do estado, bem como lideranças políticas que contribuem com a luta dos quilombos como o deputado federal Luiz Alberto e o vice-prefeito de Serra do Ramalho Bartolomeu Guedes, além da prefeita de Carinhanha e de alguns vereadores das comunidades de todo o território. Neste ano de 2012 o evento contou ainda com integração das atividades da IV Semana da Consciência Negra da UNEB/DCHT campus XVII que realizou durante a semana várias mesas-redondas, comunicações e apresentações artísticas com foco nas relações étnico-raciais, bem como resultados de pesquisas realizadas nos quilombos da região pelo Grupo de Pesquisa Cultura, Sociedade e Linguagem do campus VI da UNEB/Caetité que compôs a organização do evento. No dia 16 foi realizada ainda a inauguração da Casa da Memória do quilombo Araçá/Cariacá que tem como objetivo dar acesso ao público a elementos que marcam e contam a história da comunidade como objetos antigos, fotos, estudos realizados, instrumentos de trabalho cotidiano, entre outros.

Todas estas atividades foram de fundamental importância para fortalecer o evento que a cada ano recebe novos visitantes, agrega atividades, mas sem perder de vista que o espaço de destaque é para as trocas de experiências das luta das comunidades quilombolas e para as suas manifestações artístico-culturais que abrilhantaram os dois dias do evento no quilombo. O samba da umbigada do quilombo Rio das Rãs, a Folia de Reis dos quilombos Lagoa das Piranhas e Jatobá, a Banda Bico do quilombo Parateca/Paud’arco, o Maculelê e a Capoeira dos quilombos da Barra do Parateca e Araçá/Cariacá, sambas, coreografias, músicas e poesias de várias comunidades, bem como representações religiosas como a realizada pelo terreiro de Umbanda Cosme e Damião, foram algumas das expressões de destaque na festa. Estas manifestações evidenciam em seus formatos, estética, rituais e composições a relação direta com a ancestralidade africana, sendo ainda um instrumento de transmissão dos valores, da tradição, da história e da cultura das comunidades.

As falas das lideranças quilombolas no “20 de novembro” dos quilombos, como é conhecida a festa na região, chamou a atenção para a urgência de uma política de reparação social mais eficiente para estes grupos étnicos que sofreram e vem sofrendo a negligência do Estado brasileiro no que se refere à população negra e quilombola, a exemplo do quilombo Rio dos Macacos sobre o qual o pesquisador Clíssio apresentou a situação atual de conflito com a Marinha do Brasil.

 A alegria dos/as quilombolas ficou evidente em todos os momentos, pois se trata da alegria com compromisso político de quem sabe seus direitos e luta por eles, mas que não perde o encantamento pela vida, não perde a sua memória social e suas tradições.



¹ militante do Movimento Negro Quilombola, pedagoga do IFBA/ Campus de Barreiras e mestranda em Educação pela UFBA

domingo, 18 de novembro de 2012

Racismo: considerações relevantes


PALESTRA PROFERIDA SOBRE RACISMO, NO DIA 15/11/2012 DURANTE A SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA (CORRENTINA-BA)

Por Paulo Oisiovici¹


O QUE É RACISMO?
É uma ideologia baseada na crença da superioridade de uma cultura ou de um grupo étnico sobre outro, justificando atitudes individuais e/ou coletivas, veladas ou explícitas, de preconceito, discriminação, intolerância, ridicularização, inferiorização, omissão, rejeição e silêncio, de indivíduos ou grupos de uma etnia em relação a outros de etnias diferentes, e até mesmo do Estado por meio de suas instituições em relação a um determinado grupo étnico. 

A IMPROCEDÊNCIA CIENTÍFICA DO USO DO TERMO “RAÇA” PARA DESIGNAR GRUPOS HUMANOS COM DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AOS DEMAIS
A espécie humana surgiu na África há cerca de 6 milhões de anos. Com as mudanças climáticas e o aumento populacional, grupos humanos se deslocaram pelo planeta povoando outros territórios, sofrendo alterações genéticas em função das diferentes condições impostas pelos diversos ambientes, não tão significativas a ponto de originarem diferentes raças, como no caso de outras espécies animais. O termo “raça” é usado para designar grupos com diferenças grandes em relação aos demais indivíduos de uma mesma espécie.

AS ORIGENS DO RACISMO
Com o surgimento, desenvolvimento da agricultura e da consequente produção de excedentes, surgem a divisão social do trabalho, a propriedade privada, as classes sociais e o Estado. Algumas civilizações atingiram diferentes graus de desenvolvimento material e técnico, o que, nas disputas por territórios e recursos naturais, lhes permitiu dominar, explorar e escravizar outras, impondo-lhes sua cultura.

Até o século VIII da nossa era, os povos árabes (muçulmanos) que foram os primeiros a comercializar com os povos africanos, estabeleceram com eles uma relação de igualdade enquanto o comércio se dava baseado na troca. A partir do século XV, as nações europeias possuidoras de armas de fogo, com um Estado centralizado e de uma burguesia rica e desejosa de expandir seu comércio, desenvolveram embarcações capazes de viagens intercontinentais que lhes permitiram chegar a África, Ásia , América e Oceania e travar contato com povos e culturas diferentes. Na África, os europeus comercializavam com os chefes tribais trocando produtos como armas e fumo , por membros de outras tribos, escravos de guerra. O tráfico de escravos negros africanos tornou-se o negócio mais lucrativo do mundo com mercado criado pela demanda de mão-de-obra nas lavouras de cana-de-açúcar, café e no extrativismo mineral nas colônias. 

Para justificar aos católicos horrorizados, o tráfico de escravos e as condições subumanas a que os negros africanos eram submetidos durante as viagens, no trabalho nas colônias e nas feiras, o papa Nicolau V editou a bula ROMANUS PONTIFLEX: 

“isso nós, tudo pensando com devida ponderação, por outras cartas nossas concedemos ao dito rei Afonso a plena e livre faculdade, dentre outras, de invadir, conquistar e subjugar quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e dos seus descendentes”. 

Essa permissão toda fundamentada na narrativa bíblica, segundo a qual os povos pagãos (entre esses os africanos) são descendentes de Cã, filho de Noé, que por ter visto a nudez do pai teve todos os seus descendentes condenados à escravidão por outros povos. Em troca dessa justificação através da bula papal ROMANUS PONTIFLEX, a Igreja Católica passou a receber 1/3 de todos os lucros obtidos do tráfico de escravos negros africanos. Estima-se que durante a colonização portuguesa desembarcaram no Brasil cerca de 6 a 8 milhões de negros africanos. 

Após a abolição, jogado à própria sorte, sem condição de acesso à propriedade da terra, sem direito à escolarização, sem o amparo de nenhuma legislação ou política pública que lhe garantisse a inclusão no processo produtivo; o negro foi, e é até hoje, obrigado a disputar sua sobrevivência material e cultural, numa sociedade em que os critérios de seleção profissional, cultural, político e étnico garantem sua condição de mais oprimido, explorado e subalternizado.

“os problemas de raça e classe se imbricam nesse processo de competição do Negro pois o interesse das classes dominantes é vê-lo marginalizado para baixar os salários dos trabalhadores no seu conjunto” (Moura, Clóvis. Dialética Racial do Brasil Negro . São Paulo: Editora Anita, 2004, pág. 200)

Sendo a democracia, o acesso de todos a toda a produção material e cultural sociedade, a propalada “democracia racial” brasileira se constitui num mito. O fato dos negros constituírem a maioria da população, torna isso mais flagrante e grave.

De acordo com os dados do Censo do IBGE de 2010, os negros são 96,7 milhões de brasileiros, o que equivale a 50,7% da população. Ainda segundo o mesmo censo, brancos ganham o dobro que negros. Essa realidade ainda é mais acentuada na região Sudeste, onde os rendimentos recebidos pelos brancos correspondem ao dobro dos pagos aos negros. A menor diferença é observada na região Sul, onde a população branca ganha 70% mais que a negra. Enquanto para toda a população a taxa de analfabetismo é de 9,6% para os brancos essa taxa cai para 5,9%. Já entre pardos e negros a taxa sobe para 13% e 14,4%, respectivamente. O censo de 2010 mostra que os brancos também dominam o ensino superior no país. Na faixa etária entre 15 e 24 anos, 31,1% da população branca frequentava a universidade. Em relação aos pardos e negros são de 13,4% e 12,8%respectivamente. Isso demonstra que mesmo com a adoção e implementação de ações afirmativas que compõem as políticas públicas adotadas pelo governo federal nos últimos 10 anos, o país ainda está muito longe de constituir-se numa efetiva democracia racial, pois o problema é estrutural e demanda uma ruptura com o sistema econômico. 

O RACISMO É CRIME!
O racismo é tipificado pela Constituição Federal como crime inafiançável e imprescritível. Qualquer vítima de racismo pode e deve procurar uma delegacia de polícia para a formulação e registro de queixa contra o autor.

A Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989 que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, regulamentando o que dispões a Constituição Federal:

Art. 1º - Serão punidos na forma desta Lei os crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Art. 3º - Impedir ou obstar acesso de alguém devidamente habilitado a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta bem como das concessionárias de serviços públicos. Pena: reclusão de 2 a 5 anos.

Art. 20 – Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de 1 a 3 anos e multa.

§ 1º - Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. Pena: reclusão de 2 a 5 anos e multa.

A lei 11. 645/08 modifica a Lei 10.639/03, instituindo a obrigatoriedade do ensino dos conteúdos de História da África, cultura afro-brasileira e indígena para todos os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados do país. Os referidos conteúdos deverão ser ensinados em todas as disciplinas, principalmente nas de História, Língua Portuguesa e Artes.

¹ Professor de História e Filosofia da Rede Municipal e Estadual do município de Correntina-Bahia


AGRADEÇO A CONTRIBUIÇÃO DO CAMARADA PAULO, ENVIADA PARA POSTAGEM NESTE ESPAÇO.

8ª Semana da Consciência Negra de Barreiras - 20 a 25/11/2012


Acontece de 20 a 25 de novembro de 2012, a oitava edição da Semana da Consciência Negra de Barreiras. Esse ano, ela vem unificada, com organização fortalecida a partir da integração do IFBA/ Campus de Barreiras e de uma galera engajada ou "animada", como adotamos a partir de fala do Prof. Edson Carvalho (UNEB), propulsor da ideia em Barreiras.

Eu sou uma colaboradora e entusiasta desse evento desde o período em que estudava na UNEB e após ter saído. Agora retorno como membro organizador pelo IFBA. Conectando lutas necessárias...

As inscrições gratuitas podem ser realizadas até o dia 20/11 pelo site www.seconba.ufba.br

Quem não se inscrever pode e deve participar das mesas redondas, palestras e exposição no Centro Cultural, além dos tradicionais "Desfile de beleza negra e Feira de arte e cultura negra". As inscrições limitadas são para as oficinas. Entre no site e confira a programação!

Para combater o RACISMO, é preciso discutir! 


VENHA DEBATER CONOSCO! PARTICIPE!

domingo, 11 de novembro de 2012

Um ato nacional com uma dúzia: viva o povo Guarani-Kaiowá

Por Paula Vielmo


VOCÊ SABE O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS GUARANI-KAIOWÁ?

Na última sexta-feira, 09 de novembro, no final da tarde, um pequeno e aguerrido grupo realizou em Barreiras um ato em apoio à luta dos Guarani-Kaiowá pela demarcação de suas terras, em Navirai-MS. O dia 09 de novembro foi marcado e demarcado por manifestações pelo país, para apoiar a causa dos Guarani-Kaiowá. 

Apesar de os Guarani-Kaiowá estarem morando a quase um ano em parte de uma fazenda, com inúmeros conflitos com os fazendeiros e a justiça, somente após o lançamento de uma carta em que afirmavam que não sairiam de suas terras, local de morada ancestral, que o caso ganhou visibilidade. Eles e elas afirmaram que resistiriam até a morte e isso foi interpretado como um "suicídio coletivo" e ganhou adeptas/os por todo país e até fora do Brasil. 

Mesmo não se tratando de um suicídio coletivo, a prática do suicídio existe entre os Guarani-Kaiowá, principalmente pela situação degradante em que vivem, de violência, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas. Sem dignidade, eles/as optam por não viver em tais condições que ferem seu modo de vida.

Após a grande repercussão, incluindo uma petição online com mais de 300 mil assinaturas, no final de outubro o governo federal concedeu liminar para os indígenas. Foi a ação para "acalmar" os ânimos sobre o massacre que ocorre a mais de 500 anos nestas terras tupiniquins. No entanto, ainda falta a demarcação das terras, e mais do que isso, é preciso ter consciência de que o massacre é cotidiano

Nos últimos nove anos, 503 índios foram assassinados no Brasil, uma média de 55 por ano. Em 2011, os estados que registraram maior número de homicídios foram Mato Grosso do Sul, Bahia e Pernambuco. No ano passado (2011), 42 reservas foram invadidas em diferentes regiões do país. 

Não podemos esquecer dos estupros praticados contra as indígenas, incluindo registro de estupro de uma Guarani-Kaiowá recentemente ou ainda dos casos de exploração sexual e abuso sexual de crianças e jovens indígenas. As mulheres indígenas são violentadas como os homens de seu povo e ainda por serem mulheres!


O ATO EM BARREIRAS

O ato que aconteceu em Barreiras necessita não apenas de um relato, mas de uma séria reflexão, a partir da nossa vivência de luta e também da posição das pessoas, de apoio ou de chacota em relação ao constante movimentar.

Uma articulação rápida via facebook e entre as pessoas que "protestam" em Barreiras resultou no ato. Ao contrário dos anteriores, este realmente não teve ampla divulgação, mas assim como os demais, contou com "as mesmas caras de sempre", exceto alguns que se juntaram ao movimento durante a atividade.

Na Praça Castro Alves e entorno, pintamos cartazes, pintamos o rosto e alguns pintaram os braços, entoamos gritos, panfletamos, caminhamos, enfrentamos o trânsito, recebemos inúmeras buzinas de apoio, 390 panfletos, 5 cartazes e  DOZE PESSOAS!

Apesar da pouca divulgação dessa vez - uma falha necessária de ser reconhecida, mesmo diante do afã de querer participar do circuito nacional do ato de apoio aos Guarani-Kaiowá -, não tivemos crescimento em termos de participantes. Somos sempre as/os mesmas/os e isso não é motivo de alegria.

Ao final do ato, fomos lanchar, e nos deparamos com indagações sobre sempre sermos nós a protestar em Barreiras. Sempre as/os mesmos! Infelizmente, acaba sendo uma triste verdade, haja vista que existe insatisfação, existe raramente alguma mobilização, mas não existe constância. Quem faz esse cotidiano de luta é MEIA DÚZIA!


Queríamos ser uma multidão, cujas faces sequer fossem reconhecidas. Queríamos ser vozes de uma multidão - e não de poucas/os - contra toda e qualquer injustiça, mas não somos AINDA. Somos meia dúzia, somos uma dúzia, mas o fato é que estamos firmes, fortes, resistentes e persistentes na luta. E enquanto houver opressão e injustiça, precisamos lutar e estaremos lá!

ATÉ A VITÓRIA!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pautas pendentes: rapidinhas sobre as eleições 2012 em Barreiras

Por Paula Vielmo

Diante de uma pauta extensa e da necessidade de atualizar o blog, farei abaixo pequeninos comentários acerca das pautas que quero deixar registrado (mesmo já tendo passado), ao invés de escrever textos específicos para cada uma, objetivando otimizar o tempo e atualizar os escritos.

1. DEBATES ELEITORAIS
Assisti apenas DOIS debates eleitorais em Barreiras, a saber:

APLB-SINDICATO - Esse debate, pensei que fosse uma micareta ou algo semelhante, pois havia a grande presença de entusiasmados agitadores de bandeiras em frente ao Centro Cultural. Nesse debate, os correlegionários/obcecados por Jusmari tentaram (conseguiram alguns) invadir o local do evento, até mesmo entrando pela "porta dos fundos". Foi patético e um pouco assustador.

O espaço, apesar de ser direcionado para "trabalhadores/as da educação", contava com pouca presença deste segmento. O mediador estava despreparado para as artimanhas de Juju e cia. Creio que já temiam perder. Antônio Henrique não compareceu. Foi um debate interessante.

TV OESTE - O debate organizado em cadeia pela Rede Globo/Rede Bahia, contou com a presença de todos os candidatos. Naquela noite, Barreiras parou diante da televisão e no dia seguinte só falou-se sobre. Politicamente foi uma negação, em termos qualitativos. O mediador, assim como no da APLB, estava despreparado. Algumas pessoas decidiram ou modificaram o voto a partir do debate. Sinceramente, ainda não sei como.


2. RETORNO DE ANTÔNIO HENRIQUE E COMO FICAM OS DEMAIS
Como previsto, a eleição majoritária foi muito disputada e a diferença de votos entre o eleito e o segundo lugar muito pequena (507 votos). Antônio Henrique garantiu os votos da eleição de 2008 e alcançou a reeleição com a "forcinha" de Lula. O PT em Barreiras só serviu para isso na coligação, porque não tem potencial eleitoral em termos de votos. Zito deve ter ficado desesperado, mas conseguiu eleger o irmão na cidade vizinha: São Desidério. 

Apesar de todas as críticas, Jusmari foi muito bem votada: 22.024 votos! Ela ficou em 3º lugar com uma diferença de 577 votos para o segundo (Zito) e 1.084 votos para o primeiro (Tonhão). Os Oliveiras perderam nas duas cidades em que disputaram. Ainda assim, continuam com regalias através do mandato de Oziel como Deputado Federal. 

A perspectiva? A pior possível! Dizem que estou sendo pessimista, mas estou apenas analisando a nossa conjuntura, que já disse, não é nada favorável.

Temos o retorno de um dos prefeitos mais violentos que tem-se notícia. E ele vem atrelado com o PT e uma péssima equipe de gestão. Coitada de Barreiras! Coitados de nós, povo de Barreiras!

Interessante analisar que 3.744 pessoas não quiseram optar por nenhum dos CINCO candidatos, deixando um espaço que precisa, e deve, ser ocupado.


3. NOVA CÂMARA MUNICIPAL
Conforme escrevi anteriormente (AQUI), cabe uma avaliação. Apesar de ter previsto a reeleição de praticamente todos os vereadores, apenas QUATRO dos atuais ONZE se reelegeram. Foram postos para fora os de "caráter religioso" e Sobrinho, um ranço eliminado, o que considerei uma surpresa e um aspecto bastante positivo. Dos DEZENOVE eleitos acertei OITO e fiquei feliz em errar por muitos, e desanimada por outros sacanas que conseguiram retornar ou ser eleitos, apesar da total falta de caráter (sim, conheço boa parte!).

A surpresa para mim foi a votação de Marileide, o que gerou expectativas em muitas pessoas, mas não em mim. Ela terá que me mostrar com ações que é diferente, pois suas ações até agora só me fizeram crer que ela é "mais do mesmo", contando inclusive com a campanha antecipada que realizou, fora outras coisas que sabemos, mas devido a falta de provas, não podem ser ditas.

O perfil da Câmara? Continuará sendo omissa, apesar da "maioria" ser da base de Jusmari. Eles e elas irão com quem lhes der condições de fazer política assistencialista. Posso e quero estar errada, mas o tempo a partir de 01 de janeiro de 2013 é que vai dizer!


4. CONCLUSÃO
Barreiras quis e terá, mais do mesmo, conforme eu já disse AQUI e AQUI e o tempo confirmará. Quero estar errada, como quero...mas a política não é feita do que se quer, o contexto é muito mais complexo. A nós, resta continuar na luta, buscando CADA VEZ MAIS organização e intervenções efetivas e qualitativas!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

BARREIRAS QUER MAIS DO MESMO


Parte 2: Poder Legislativo

 Por Paula Vielmo
(com dados retirados do site do TSE)

Ano de eleição municipal e um mesmo erro se repete: a maioria das pessoas está bastante preocupada com  o/a prefeito/a, desconsiderando a importância que o PODER LEGISLATIVO possui, inclusive como regulador do PODER EXECUTIVO.

Nesse sentido, vamos analisar as 273 candidaturas para as 19 vagas na Câmara Municipal (14,3 candidatos por vaga), considerando a coligação, o histórico de votos anteriores de tais candidatos/as e quem tem mandato, fazendo uma perspectiva de quem serão os "representantes" eleitos. 

No aspecto de quem tem mandato, pensemos sobre a desigualdade de condições na disputa, pois quem está no “poder”, permanece nele durante as eleições, tendo benefícios e regalias que as demais candidaturas não possuem.

Com 87.627 eleitores em 2012, dos quais cerca de 95% dos votos serão válidos (base a partir da eleição de 2008 com dados do TSE) e 19 vagas na Câmara Municipal, significa aproximadamente 4.381 votos para conquistar uma “cadeira legislativa” . Então, vamos analisar QUEM serão os prováveis nomes.

Quando digo “nomes”, é porque são meramente nomes, iguais ou diferentes, mas sem personalidade, sem qualquer indicativo de mudança, sem perspectiva de um trabalho legislativo coerente e que fuja do assistencialismo alardeado em Barreiras! 

Antes, é pertinente informar uma verificação desta blogueira: a maioria dos/as candidatos/as mudou de partido, o que demonstra que realmente não há afinidade ideológica, mas apenas a busca por uma legenda que permita eleger-se. Infelizmente a maioria dos/as candidatos/as, como bem disse um amigo, não sabe sequer o que faz um/a vereador/a, e isso é claramente perceptível pelas propostas “executivas” que eles/as apresentam em seu material publicitário de campanha. E o pior, quase todos que serão eleitos ou reeleitos estão na BASE POLÍTICA DA ATUAL PREFEITA!

Infelizmente acredito que 95% dos atuais vereadores serão REELEITOS e muita gente que prestou um mal serviço vai retornar!

E dito tudo isso, vamos aos nomes:

1.       PDT vem sem coligação, tendo 15 candidatos, 10 homens e 5 mulheres. Deve reeleger o atual vereador TITO;

2.       PMDB/PTN/PR/DEM/PV na coligação “Por uma Barreiras mais humana” possui 38 candidatos, dos quais 26 são homens e 12 mulheres. Devem eleger a mais votada em 2008, mas que não alcançou a vaga por causa da coligação: KARLUCIA MACEDO (PMDB). A  votação de Karlúcia deve ajudar o retorno de DA COSTA (PMDB, ex-PR) à Câmara (ele teve 860 votos em 2008);

3.       PP e PT na coligação “Compromisso com o trabalho”, com seus 40 candidatos, dos quais 29 homens e 11 mulheres, podem eleger SIQUARA (PT), trazer de volta NUBIA (PP, ex-DEM) e algum outro nome do PP. As candidaturas do PT são muito fracas de votos;

4.       PPS/PSDC/PRTB/PHS/PPL na coligação “Compromisso com Barreiras” e seus 44 candidatos, dos quais 32 homens e 12 mulheres deve trazer de volta à Câmara JAIRES PORTO (PPS, ex-PSB, que teve 591 votos em 2008).

5.       PRB/PTB/PRP e PSL na coligação “Juntos pelo desenvolvimento”, com 29 candidatos, sendo 21 homens e 8 mulheres, deve reeleger B.I. (PSL), o vereador mais votado de 2008, reeleger SOBRINHO (PRP). Se fizerem mais de uma cadeira, provavelmente será de SILMA (Ex-PSL, atual PRB, que voltará a ser vereadora);

6.       PSB e PSD na coligação “Desenvolvimento com responsabilidade” e seus 11 candidatos, dos quais 8 homens e 3 mulheres, são um dos mais ousados. Têm na composição três atuais vereadores, dos quais devem se reeleger  BISPO DANIEL (ex-PR, atual PSD) e GIOVANI MANI (ex-PR, atual PSD). O atual vereador CARLÃO (Ex-PSDB, atual PSD) não deve ser reeleito;

7.       PSC e PT do B na coligação “Unidos por Barreiras”, com seus muitos 56 candidatos, dos quais 40 homens e 16 mulheres deve reeleger BEZA (PSC) e pode finalmente eleger AGUINALDO JUNIOR (Ex-PTC, atual PT do B), que teve 1.100 votos em 2008. A votação deve puxar mais aguém;

8.       O solitário PSDB e seus 6 candidatos, dos quais 4 homens e 2 mulheres, não deve eleger ninguém. Além disso, têm feito uma campanha ridícula na televisão. Eles tem muito tempo, poucos candidatos e o nível das candidaturas é sem qualidade;

9.       O PSOL  com suas cinco candidaturas, das quais três homens e duas mulheres, também não deve eleger ninguém. Mas ao contrário do PSDB, tem feito uma bonita campanha com as candidaturas em harmonia e fazendo um trabalho educativo e crítico sobre a função do/a vereador/a;

10.   PTC e PC do B na coligação “Fé e vitória” com 26 candidatos, sendo 18 homens e 8 mulheres, deve reeleger os atuais vereadores PASTOR SOUZA (PTC), HIPÓLITO (PTC) e LEIDIOMAR (PTC) e o PC do B deve eleger apenas OTONIEL, que foi Secretário do governo “Cidade Mãe”.

A composição da Câmara não será apenas mantida, mas vai PIORAR MUITO, trazendo de volta figuras BIZARRAS da política local! Não é uma perspectiva pessimista, é uma análise da nossa conjuntura que não é boa. Agora, cabe a nós, povo, fiscalizar o trabalho daqueles e daquelas que devem representar o povo, mesmo não querendo fazê-lo!

Para quem pensa em votar em algum candidato ou candidata que está nessas coligações, cuidado! Provavelmente O SEU VOTO trará de volta essas figuras que citei. Caso não entendeu como isso pode e vai acontecer, leia AQUI

Depois de 7 de outubro escrevo novamente, sobre o resultado e o que se confirmou ou não pela minha avaliação. Até lá!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

MARCHA DAS VADIAS DE BARREIRAS: PRESENTE!


Por Paula Vielmo

Em 27 de setembro faz exatamente um mês que dezenas de pessoas saíram às ruas de Barreiras, marchando unidas na MARCHA DAS VADIAS DE BARREIRAS. 27 de agosto de 2012 representa um marco histórico-político na luta das mulheres em Barreiras, por liberdade e respeito, contra toda forma de violência. Luta encampada por mulheres e homens com consciência da necessidade de uma sociedade pautada pela igualdade.

A MARCHA DAS VADIAS - MDV é um movimento mundial que surgiu em 2011. Em Barreiras, chegou apenas um ano depois, demonstrando que existem pessoas antenadas com as lutas mundiais, mas sobretudo, com coragem para trazê-las à tona na sociedade hipócrita em que vivemos. O nome deve-se a afirmação infeliz de um policial canadense, através de afirmação de que as mulheres não deveriam se vestir como vadias para “evitar” o estupro, transferindo a responsabilidade do agressor para a vitima. Por isso um dos  lemas da MDV é:

 “Ensine os homens a respeitar e não as mulheres a temer”


Primeira reunião presencial
A preparação para a MDV-Barreiras começou muito antes de 27 de agosto, cerca de dois meses antes. Foi longa, cansativa, desgastante e maravilhosa em cada detalhe e momento. Desde a criação do grupo secreto no facebook que agregou centenas de membros, os quais espelhavam a sociedade barreirense: majoritariamente observadora; diversas reuniões presenciais nunca com mais de 10 pessoas; uma programação criativa com três oficinas (Pça Castro Alves, UNEB e UFBA), dois saraus (UNEB e Pça Castro Alves), três bazares nas feiras livres (Vila Rica, Sandra Regina e Santa Luzia) e a intervenção urbana protagonizada pela Cia Teatrando via os artistas Ramon Sousa e Lanna Seixas na feira.

A MDV-Barreiras foi trabalhosa, e como foi! Acordar cedo, como milhares de trabalhadoras/es fazem todos os dias, encarar o sol quente da feira como as/os feirantes fazem seguidamente, vivenciar um outro cotidiano dá trabalho, mas quando feito com convicção, vale muito a pena. E cada minuto dedicado à causa da Marcha das Vadias, de desvelar as violências sofridas por mulheres de diversas idades, cores e classes sociais - simplesmente por serem mulheres - valeu a pena! Fortalecer a luta, vale a pena, sempre!

Nesse caminho, nos deparamos com algumas criticas, algumas zombações e resistências por causa do nome “vadia”. Geralmente conseguimos dialogar e descontruir a ideia, esclarecendo que tratava-se de uma apropriação e ressignificação do termo, pois para nós, se “ser livre é ser vadia, nós somos vadias”. E vadios também, pois a presença, força e apoio de nossos companheiros homens é fundamental nessa luta por respeito e igualdade. Não deve ser uma luta exclusiva das mulheres, mas de todas e todos que acreditam em uma sociedade justa.

No processo, as pessoas que contribuíram, mesmo que em uma única atividade, foram importantes e representaram um coletivo grande. Todavia, segurando todas as pontas, rostos conhecidos de outras lutas: Rose, Italo, Jessika, e um rosto novo que se engajou de maneira fascinante: Maureen! A luta gera companheiras/os e amigas/os!

Contamos com o apoio de doações para os bazares, de ajuda nas pinturas das camisetas, de pinturas das faixas e banners pelo grande artista local Agamenon Amorim, da confecção de adesivos pelo jovem Vinicius, dos espaços das universidades públicas. Soubemos de trabalhos escolares sobre a MDV, instigados pela realização da Marcha em Barreiras.

Como todo movimento social, não podemos medir a influência, mas uma convicção: a MARCHA DAS VADIAS EM BARREIRAS exerceu impacto e a sociedade barreirense não será a mesma, nem as pessoas que estiveram nos diversos espaços serão as mesmas.

No dia da Marcha, finalizamos com a leitura de um manifesto emocionante. Ao lermos o texto, eu e Rose sentíamos o sofrimento de nossas irmãs espalhadas por Barreiras, pela Bahia e pelo mundo. As lágrimas emergiam como sinal de que estamos fartas, mas dispostas a lutar!

Ao final, depois de todo o processo preparatório para a MDV-Barreiras, avaliação positiva: atingimos o objetivo de despertar e sacudir a sociedade barreirense, mas sobretudo, ficamos com o sentimento de que muito mais precisa ser feito, e existem pessoas dispostas a dar seguimento a essa luta.

MARCHA FEMINISTA DE BARREIRAS - MFB aí vamos nós!



Organização para o primeiro sarau, na UNEB

Intervenção urbana na Feira de Abastecimento : Ramon Sousa e Lanna Seixas - Cia Teatrando


Dados de violência contra a mulher registrados na Delegacia de Atendimento a Mulher de Barreiras
Agamenon Amorim com a mão na obra

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Concurso Cultural de Microcontos

 
REGULAMENTO DO CONCURSO DE MICROCONTOS DO IFBA/BARREIRAS

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), campus Barreiras, estabelece as normas para a participação no Concurso de Microcontos.

Os participantes deverão escrever um microconto com até 130 letras, excetuando o título. Além da premiação, os autores terão seu trabalho exposto no portal do IFBA.

QUEM PODE SE INSCREVER?

Todos os estudantes matriculados em instituição pública e privada do ensino médio e superior, no estado da Bahia, poderão participar do Concurso (exceto funcionários do IFBA).

COMO PARTICIPAR?

- O microconto deverá ser enviado para o e-mail microcontoifba2012@hotmail.com;

- O tema para a produção do microconto é livre;

- Cada participante só poderá enviar um microconto;

- O texto deve ser escrito em língua portuguesa, com fonte Arial, Tamanho 12;

- Os microcontos serão selecionados com base nos seguintes critérios: a correção gramatical, a coerência, a coesão e a originalidade;

- Além de enviar o microconto, o participante deverá se identificar no mesmo e-mail com: Nome (sem abreviatura) / Endereço / Telefone / Instituição onde estuda (Ex.: IFBA/Barreiras) / Série/Curso;

- Os vencedores do concurso de microcontos do IFBA declaram, desde já, serem de suas autorias os microcontos encaminhados ao concurso e que os mesmos não constituem plágios de espécie alguma, ao mesmo tempo que cedem e transferem ao IFBA, sem quaisquer ônus para este em caráter definitivo, plena e totalmente, todos os direitos autorais sobre os referidos microcontos, para qualquer tipo de utilização, publicação ou reprodução na divulgação do resultado.

QUANDO ENVIAR OS MICROCONTOS?


Período de envio: 29/08 a 01/11/2012

Data do resultado: 09/11/2012

Data da publicação no Portal IFBA: até o dia 15/11/2012

QUEM AVALIARÁ OS MICROCONTOS?

A Comissão Julgadora, constituída por 04 (quatro) professores de Língua Portuguesa e Literatura do IFBA, Campus Barreiras, encarregar-se-á de escolher 3 microcontos para cada modalidade (ensino médio e superior), sendo sua decisão soberana e irrecorrível.

QUAIS SÃO OS PRÊMIOS?

ENSINO MÉDIO

1º Lugar: Gramática da Língua Portuguesa

2º Lugar: Minidicionário de Língua Portuguesa

3º Lugar: Minidicionário de Língua Portuguesa

ENSINO SUPERIOR

1º Lugar: Gramática da Língua Portuguesa

2º Lugar: Minidicionário de Língua Portuguesa

3º Lugar: Minidicionário de Língua Portuguesa

DISPOSIÇÕES FINAIS

 - Serão desclassificados os trabalhos enviados fora do prazo estipulado e/ou não estiverem dentro das normas estabelecidas neste Regulamento;

- O microconto classificado será exposto no Portal do IFBA (http://www.portal.ifba.edu.br)

- O prazo para reclamação do prêmio é de 180 dias, contados a partir da divulgação oficial dos resultados;

- A participação neste concurso de microcontos implica na aceitação irrestrita deste regulamento;

- O participante autoriza, desde já, a utilização de seu nome e imagem para fins de divulgação/promoção do concurso cultural.


COMISSÃO ORGANIZADORA

Atauan Soares de Queiroz

Maria Conceição dos Santos

Mariana Rocha Santos Costa

Raphaelle Nascimento Silva