segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Até quando o Centro Histórico será dominado pelo desconforto acústico?

Por Paula Vielmo

Primeiro domingo de 2016, mas me senti no ano todo de 2015. Obviamente necessitamos para transformações e mudanças, de muito mais do que "virar a folha do calendário", mas em tempos de início de ano e de perspectivas latentes, cabe o trocadilho para estimular a reflexão. Tudo bem, mas afinal, sobre o que trato?

Refiro-me aqui de algo que me incomoda faz muito, muito, muito tempo e diz respeito ao nosso patrimônio cultural e histórico, mas mais do que isso, diz respeito às condições de lazer a que estamos submetidos/as aqui em Barreiras, velho oeste da Bahia. Não somente aqui, mas é aqui que moro, logo, é aqui onde essas questão mais incomodam, pois estão bem próximas.

Faz realmente muito tempo que o chamado "Centro Histórico" virou um "Centro de Desconforto Acústico" (ou seria Poluição Sonora?), onde inúmeros bares disputam mais do que clientela, mas o som que dominará o espaço. Sim, considero uma relação de dominação, onde estabeleceu-se uma disputa nada saudável - sobretudo aos nosso ouvidos - de sons cada vez mais altos.

Além disso, a privatização do bem público salta aos olhos diante da banalização do inaceitável. Até pintar o asfalto, certos bares já fizeram. Sério, PINTAR O ASFALTO!

Foto: Paula Vielmo (07/01/2016)

Sabemos que temos um Poder Público altamente descompromissado e inoperante em relação a todas as demandas da população, mas é necessário frisar que é de responsabilidade do EXECUTIVO/ PREFEITURA fiscalizar as festas e sons expostos em via pública no Centro Histórico, bem como a possível poluição sonora a que as pessoas que frequentam o local ou que residem na região, estão submetidas. E tem legislações sobre isso e é de responsabilidade do LEGISLATIVO/ VEREADORES(AS) fiscalizar o cumprimento ou não das leis. Que tristeza, essa sensação permanente de que estamos em uma terra sem lei!

Bastaria uma regulamentação e conscientização dos donos e donas dos bares/karaokês e um revezamento de sons, considerando a distância pequenina entre os estabelecimentos para tornar/retornar o Centro Histórico ao local de lazer dos mais agradáveis da cidade. É possível e é necessário!

E aí, Prefeitura, que é que você vai fazer? O que a Câmara vai fazer?


Observação: troquei a foto no texto, pois era do Vieirinha e causou atrito com o pessoal do Bar, que eu a-do-ro. Nunca foi minha intenção atrelar o Vieira ao desconforto acústico, pois considero-o exemplo de resistência cultural em Barreiras, então troquei por essa foto que eu mesma tirei, após o texto ter sido escrito.


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