terça-feira, 29 de novembro de 2011

Caminhar o mesmo caminho não difere: uma reflexão à Comissão Organizadora da SemBio 2011

Por Paula Vielmo


No último sábado eu vive uma grande decepção. O ditado diz que decepção não mata, ensina a viver, mas que vida é essa? Essa não é a vida que quero pra mim e meus semelhantes, então me dou ao direito de me indignar e de expressar a minha indignação, como manifesto de que não podemos naturalizar o que é errado, não importa de onde o erro parta. E dessa vez ele veio de dentro de um lugar que muito estimo: a querida UNEB, com participação da UFBA (ou seria vice-versa?).

Pois bem, andando com meus colegas de trabalho em pleno sábado à noite, procurando algum lugar para nos divertir, fomos parar na Biofest, no Cais e Porto. Essa é uma festa organizada por "universitários/as" do curso de Ciências Biológics da UNEB e UFBA, como encerramento da IV SemBio Oeste, cujo lema deste ano foi "Gestão Ambiental e Sociedade: Alternativas para o Futuro".

Fora minhas restrições ao espaço, fiquei muito, mas muito chateada mesmo com a triste constatação em relação à meia entrada estudantil. Não sou mais estudante, mas os direitos não deixam de ser reivindicados apenas porque não me beneficiam mais! Naquela noite infeliz de sábado, os/as PRÓPRIOS ESTUDANTES DA UNEB E UFBA fizeram uma opção de BURLAR a LEI DE MEIA ENTRADA, quando estabeleceram um valor do ingresso como "meia antecipada" e esta "meia" foi vendida para todas as pessoas - inclusive para mim -, mesmo eu afirmando que não era mais estudante. O pessoal se fez de desentendido ou era mesmo ignorante. Além dessa manobra bem conhecida, DOBRARAM o valor do ingresso, cobrando R$20 meia e R$40 inteira, ou seja, no final, não teve meia entrada alguma para estudante!

Diante de tantas pessoas, eu era a ÚNICA indignada. Eu me senti extraterrestre, porque muitas das pessoas que lá estavam, NA ORGANIZAÇÃO DA FESTA, conheciam muito bem a LEI. Bem até demais, ao ponto de burlá-la. E eu fiquei muito triste por saber que os/as estudantes "universitários", principalmente da querida UNEB, desconsideraram todo o processo de lutas travado pelo MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNEB para que a LEI DE MEIA ENTRADA fosse, pelo menos, burlada em Barreiras. Deveríamos avançar com "alternativas para o futuro", mas não é isso que aconteceu.

Essa postura é um retrocesso e uma reprodução cruel de mero lucro. É uma prática idêntica a qualquer promotor de evento em Barreiras. E se os "interessados" diretamente não respeitam nos eventos que organizam, qual o respaldo para cobrar os demais?

Ouçamos o velho e sábio Marx: "O CRITÉRIO DA VERDADE É A PRÁTICA", logo não adianta reivindicar e fazer a mesma coisa. Não é possível vislumbrar qualquer futuro com práticas presentes antiquadas e equivocadas.

Muito me lamentou e lamenta o fato ocorrido e é necessário expressar essa situação para que sirva de reflexão à estudantada de que não podemos transformar reproduzindo o "status quo".

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

25 de Novembro: Dia de luta contra a violência à Mulher!




Basta de Violência contra as Mulheres!


A violência contra a mulher é um problema escandaloso em nosso País! Segundo o Anuário das Mulheres Brasileiras (2011 – DIEESE e Secretaria de Políticas para Mulheres), o local em que as mulheres mais sofrem violência é dentro de casa. Xingamentos, agressões verbais, humilhações e ameaças também fazem parte do cotidiano e em muitos lares avançam para a agressão física e até morte. É uma combinação entre violência física e violência psicológica.

Segundo o Instituto Avon, a violência assombra principalmente as mulheres que ganham entre 1 e 2 salários mínimos. Na mesma pesquisa, 46% dos entrevistados alegam que o principal motivo para esta realidade é o fato de “o homem se achar dono da mulher”. Esta ideia é uma ideia machista.

O machismo é uma ideologia que ganha força em um sistema social baseado em relações de exploração entre patrões e trabalhadores. Os patrões utilizam o machismo para pagar menos as mulheres trabalhadoras e para dividir a classe trabalhadora. Por isso, a luta contra a violência machista deve ser uma luta de homens e mulheres da classe trabalhadora. Quando um trabalhador agride alguma mulher, está ajudando a reforçar a ideologia do patrão e está dividindo os trabalhadores.

A ausência de políticas estatais para assegurar melhores condições de vida para as trabalhadoras, a criminalização das mulheres que abortam e das mulheres que lutam são a expressão da violência promovida pelo poder público, que secundariza as políticas direcionadas às mulheres.

Quando você acabar de ler este texto, provavelmente mais de 20 mulheres terão sido espancadas e ao final do dia, 10 mulheres terão morrido em decorrência da violência machista.


Conheça as origens do dia 25 de Novembro

Patria, Minerva e Maria Teresa foram três irmãs, que ficaram conhecidas como Las Mariposas, pela luta contra a ditadura na República Dominicana, durante a década de 50. No dia 25 de novembro de 1960, foram assassinadas pelo governo de Rafael Trujillo.


Em 1981, no 1º Encontro Feminista Latino Americano e caribenho, que ocorreu em Bogotá (Colômbia), o dia 25 de novembro foi instituído como o dia de luta contra a violência à mulher, em todo o continente latino americano e no Caribe. Em 1999, a Assembleia Geral da ONU declarou o dia como Dia Internacional pela Eliminação da Violência às Mulheres.


Cinco anos da Lei Maria da Penha: exigimos a aplicação e ampliação da lei!

Aprovada em 2006, a lei significou avanços importantes no reconhecimento jurídico de que a violência contra a mulher merece atenção e penas especiais. Assim, pôde configurar-se um instrumento importante para ajudar milhares de mulheres que sofrem com a violência doméstica.

Cinco anos após sua aprovação, poucos brasileiros conhecem a lei. Segundo pesquisa do Instituto Avon, a lei é associada a formas de resolver a violência doméstica, no entanto, 50% dos entrevistados da pesquisa “sabe algo a respeito” e 36% “já ouviu falar, mas não sabe quase nada a respeito”.


A lei propõe a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Porém, de acordo com pesquisa realizada pelo Observatório da Lei Maria da Penha, “existem apenas 48 Juizados e Varas com competência exclusiva para aplicação da Lei Maria da Penha em todo o país”.

A lei aponta que enquanto esses juizados não estiverem estruturados, as varas criminais deverão acumular a tarefa de julgar os casos de violência contra a mulher. No entanto, a pesquisa do Instituto Avon revelou que 52% dos entrevistados acham que juízes e policiais desqualificam o problema da violência contra a mulher.

A lei também localiza a importância de implementação de atendimento policial especializado nas Delegacias de Atendimento à Mulher. Entretanto, em 5 anos de lei, apenas 55 novas delegacias foram inauguradas.

Os motivos que fazem com que as mulheres não denunciem o agressor são as condições econômicas, a preocupação com a criação dos filhos e o medo de serem mortas. Por isso, as Casas Abrigo são determinantes para a aplicação da lei, no entanto, de 2007 para cá, o número de Casas Abrigo foi de 65 para 72, em todo o Brasil.


Hoje, podemos dizer que a Lei Maria da Penha não foi aplicada e sequer foi apresentada de forma clara para o conjunto das mulheres brasileiras como um instrumento de proteção contra a violência. Atribuímos isso à limitação presente na própria lei sobre recursos, orçamento e prazos para efetivação de toda a proposta.


Governo Dilma não desembolsa dinheiro suficiente para combate à violência!

A Secretaria de Políticas para Mulheres definiu a destinação de 36 milhões de reais de seu orçamento de 2011 para ser aplicado em programas de combate à violência. No entanto, apenas metade desse dinheiro foi realmente utilizado. Para o pagamento da dívida pública – que vai para o bolso dos banqueiros – Dilma destinou 49% do orçamento da União, o que significa 954 bilhões de reais!

Se continuar desse jeito, o governo de Dilma também não vai resolver os problemas da mulher trabalhadora brasileira, que sofre com a violência, com a falta de creches, com os baixos salários, etc. Isso nos mostra que não basta ser mulher, é preciso defender a classe trabalhadora!

Por isso, neste dia 25 de Novembro, exigimos:

- Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha!

- Ampliação do orçamento para programas de combate à violência!

- Prisão e punição exemplar para os agressores de mulheres!

- Implementação dos Centros de Referência da Mulher, financiados pelo Estado, como parte do sistema de proteção social, com poder de acatar denúncias, garantir apoio jurídico, médico e psicológico às mulheres vítimas de violência, com atendimento em tempo integral;

- Imediata construção de casas-abrigo, com orientação, formação profissional e infraestrutura necessária para abrigar e assistir mulheres e filhos em situação de violência;

domingo, 20 de novembro de 2011

O QUE COMEMORAR NO DIA 20 DE NOVEMBRO?

Vinte de novembro é o chamado “Dia da Consciência Negra”. É um dia com shows de musica negra, milhares de capoeiristas demonstrando sua arte, são várias apresentações de dança-afro, inúmeros concursos de beleza negra etc. em diversos eventos que acontecem por todo Brasil. Essa data não foi escolhida por acaso. Foi em 20 de novembro de 1695 que Zumbi foi assassinado comandando a luta pela libertação do povo preto contra os senhores de escravos – a classe dominante de sua época. Quando esses senhores descobriram que era mais caro manter um escravo do que pagar salário, e que, com tantas revoltas escravas, a qualquer hora o povo preto poderia tomar o poder (como foi no Haiti em 1804), eles aboliram a escravidão. Mas é bom que se saiba que até 13 de maio de 1888 o Brasil era o único país a viver sob um sistema escravista. Por quase 400 anos não foi permitido ao nosso povo se desenvolver como seres humanos, até porque por todo esse tempo fomos vendidos, trocados, comprados, descartados... como coisas. Trezentos e dezesseis anos após a morte de Zumbi, e 123 anos depois da lei áurea vemos que o povo preto ainda não se libertou. Nosso povo ainda é escravo. Escravo das drogas, da TV, prisioneiro da pobreza e da miséria, do desemprego, do subemprego, do analfabetismo, da criminalidade, da violência policial e de todo tipo de atraso. Até hoje nosso povo está acorrentado à ideologia da classe dominante branca que faz com que nos sintamos inferiores em vários aspectos. Faz com que as pretas só se sintam belas se seus cabelos estiverem alisados ou “relaxados”, sem perceber que só quem ganha com essa mentira são, principalmente, os fabricantes dos produtos químicos que elas consomem. E o que é pior: muitos dos nossos irmãos não conseguem nem se reconhecerem como pretos ou negros.

Geralmente recorrem a termos intermediários como moreno/a, mulata/o, marrom bom-bom, entre outros mais esquisitos ainda. Porém, para os vigias que controlam as portas giratórias dos bancos, seguranças de shoppings e lojas de departamento, policiais e empregadores, não existe confusão. Eles sabem muito bem quem é quem. Por exemplo, vejamos o que nos revela pesquisa do IPEA de 2003 sobre a diferença entre os salários de trabalhadores/as preto/as e trabalhadores/as branco/as: O salário médio de um homem branco é de R$ 931,00, enquanto o salário médio do preto é de R$ 428,30. Acrescentando a essa discussão a questão de gênero, as coisas pioram. A mulher branca ganha em média R$ 554,60, ao passo em que as pretas ficam só com R$ 279,70. No país das desigualdades o homem branco ganha em média mais que o triplo que a mulher preta. Dos mais de 14 milhões de analfabet@s no país, 10 milhões são pret@s. Em 2002, segundo a ONU, o Brasil se colocava no 73º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Porém, se o país fosse dividido em dois – um preto e um branco – o Brasil branco estaria em 44º lugar, enquanto o Brasil preto cairia para 105º colocação.

A taxa de homicídios entre o povo preto é o dobro da registrada entre @s branc@s. Pesquisa realizada pelo sociólogo Ignácio Cano revela que do total de pessoas mortas pela policia do Rio de Janeiro – a policia que mais mata no mundo todo – 70,2% são pardas e negras. Em outras palavras, para cada mil pessoas que a policia fluminense mata 702 são afrodescendentes. Se você tem ou o cabelo crespo, ou o nariz espalhado, ou os lábios grossos, ou a pele escura, ou mais de uma dessas características e ainda não se considera preto ou preta, a burguesia, o Estado e o seu braço armado não têm a menor duvida. E se o ECA não resolveu os problemas de nossas crianças e adolescentes, nada podemos esperar desse Estatuto da Igualdade Racial – que inclusive se omitiu sobre as cotas raciais nas universidades. Também pouco podemos esperar das secretárias dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial. Basta lembrar que no casso das declarações racistas e homofóbicas dadas pelo deputado federal Jair Bolsonáro (PP-RJ) em um programa de TV, o que essas secretárias fizeram de mais relevante foi divulgar notinhas de repudio.

Em curso, temos os preparativos para os megaeventos esportivos que vem agindo de forma cruel e brutal nas cidades que os sediarão, impulsionando as remoções das favelas e mandando esses moradores para lugares longínquos, sem a infraestrutura adequada, tornando suas vidas ainda mais difíceis. E o Haiti – referencia histórica para o povo preto de todo o mundo por ter sido o primeiro país a ter posto fim ao escravismo colonial, através de uma revolta de escravos – hoje sofre uma violenta intervenção militar comandada pelo Brasil. E o massacre do povo preto haitiano (que o MV Bill escondeu no Faustão, quando da sua aparição no programa mostrando as “benesses” da missão militar naquele país), um compromisso assumido pelo governo Lula e mantido por Dilma, é a moeda com a qual nossos governantes querem pagar por uma cadeira no Conselho Permanente de Segurança da ONU. Isso tudo nos alerta sobre a necessidade de o povo preto estar mobilizado para a luta constantemente. Principalmente por que não podemos contar também com a totalidade da nossa esquerda, já que um amplo setor ou considera a nossa causa fragmentária para a luta de classes, ou dizem que a nossa bandeira é transversal/culturalista, ou temem pôr em risco os privilégios garantidos por suas brancuras, com relação ao povo preto. Zumbi teve sua cabeça cortada por Domingos Jorge Velho porque liderava o maior centro de resistência contra a escravidão. Para ele não bastava a garantia de que o quilombo não seria mais atacado – como rezava o acordo firmado entre a classe escravista e Ganga Zumba, antecessor de Zumbi na liderança de Palmares. A sua luta era pela libertação de todo o povo preto do Brasil. Ele não morreu só para que hoje pudéssemos tocar pagode, nem só para que pudéssemos dançar musica afro, nem só para termos o direito de fazer concursos de beleza negra. Ele morreu na luta pela nossa libertação, que não veio com a lei Áurea. Por isso, mais do que ser um dia de manifestarmos a nossa riqueza cultural, esse é um dia de manifestarmos nossos anseios de um mundo sem dominadores e dominados (motivo único pelo qual o homenageado foi morto).

Que as nossas manifestações artísticas sejam instrumentos de mobilização, e canais de propagação de uma proposta de luta por um mundo sem senhores, como prega o hino da classe trabalhadora, o hino d’A Internacional:

"Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional."

PELAS COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
PELA IMEDIATA RETIRADA DAS TROPAS BRASILEIRAS DO HAITI
PELA TITULARIZAÇÃO DAS TERRAS DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS
PELA REFORMA AGRÁRIA
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DE PRETOS E POBRES
PELO FIM DAS REMOÇÕES E DESPEJOS DOS MORADORES DE HABITAÇÕS POPULARES


Assinam este manifesto: Coletivo de Hip Hop LUTARMADA (RJ), Hip Hop Fronteira (PR), Movimento Hip Hop Aliados Pelo Verso (SE), Movimento Hip Hop Chapecó (SC), Movimento Hip Hop Livre (SP)


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sessão da Câmara: entre dramas, tragédias e comédias


Por Paula Vielmo/ Foto: Marciel Viana

Depois de algum tempo sem poder acompanhar as sessões da Câmara Municipal de Barreiras, cujas sessões ocorrem em horário de difícil participação para a enorme maioria de trabalhadoras e trabalhadores (16h), voltei a fazer, com gosto, o acompanhamento de fiscalização.

Não gosto nem um pouco do ambiente e me entedia completamente as conversas despolitizadas e na base da superficialidade, mas não posso deixar de estar presente - sempre que posso-, olhando para ELES e dizendo que lá estou, como cidadã consciente, observando atenciosamente TUDO o que dizem, propõem e votam.

Desde que reiniciei essa jornada, me deparo com os atrasos contínuos e sistemáticos:

Art.91 A Câmara, para o exercício de suas funções, reunir-se-á, ordinariamente, em dias úteis, excetuando o período de recesso, às terças e quartas-feiras, a partir das 16h, com tolerância de 15 (quinze) minutos para espera de quorum. (Res. 18/05 - Regimento Interno da Câmara Municipal de Barreiras)

O horário regimental de 16 horas é desrespeitado sem o menor pudor diante das cadeiras vazias e de um público que se conta nos dedos (e sobram dedos). Os vereadores, visivelmente se sentem na "casa deles" e não na "casa do povo".

Dialogando com o título deste artigo, é aburdamente cômico e desesperador saber que o Primeiro Secretário não consegue, sequer, fazer as leituras corretamente e claramente, de modo que se possa compreender. Essa sensação se estende para as falas vazias, desconexas. E existem aqueles como os vereadores Tito e Daniel que iniciam com um "serei breve" e se alongam acima do tempo delimitado pelo Regimento Interno da Câmara, durante o Expediente (10 ou 20 minutos).

Além de tudo isso, é tragicômico os perfis dos Projetos de Leis, na maioria irrelevantes e quase sempre para nominar postos de saúde e ruas (quando existentes, altamente precários). E não podemos esquecer a rotina de "moções" e "Títulos de Cidadão Barreirense". Ações, sem dúvidas, de grande relevância não sabemos para quem.

No entanto, dentro de toda essa situação, total reflexo do abandono de Barreiras, nada superou a "gafe" do Vice-Presidente, Vereador Sobrinho na tarde chuvosa de hoje (08/11), ao questionar desatentamente a necessidade de fazer uma lei sobre matéria que já foi votada e sancionada. E que ele, possivelmente, votou a favor, já que tudo é APROVADO POR UNANIMIDADE.

Os representantes do povo agem sob a desatenção do povo, numa relação perigosa, onde cada vez aprovam Leis que não beneficiam a população, mas somente quem verdadeiramente representam - e estes não são membros do povo!

domingo, 6 de novembro de 2011

I Semana de Vídeo-Documentários do ICADS/UFBA

Acontece nos dias 08, 09 e 10 de novembro deste, no Auditório do Pe. Vieira, sempre às 18:30h, a I Semana de Vídeo-Documentários do ICADS/UFBA.


Devidamente registrada no Núcleo de Extensão desta Universidade, a I Semana de Vídeo-Documentários tem como objetivo ampliar, junto à comunidade acadêmica, em especial, as oportunidades de apreciação artística no campo do vídeo-documentário nacional.


Programação:


08/11: Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá - Direção: Silvio Tendler


09/11: Do Buriti à Pintada (Lamarca e Zequinha na Bahia) - Direção: Reizinho Pereira dos Santos


10/11: Palavra Encantada - Direção: Helena Solberg


Prof. Armando Alexandre Castro

ICADS/UFBA

(77) 3614-3524

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Malditos Comunistas!


Por José Roberto Torero



Acabaram os jogos Pan-Americanos e mais uma vez ficamos atrás de Cuba.

Mais uma vez!

Isso não está certo. Este paiseco tem apenas 11 milhões de habitantes e o nosso tem 192 milhões. Só a Grande São Paulo já tem mais gente que aquela ilhota.

Quanto à renda per capita, também ganhamos fácil. A deles foi de reles 4,1 mil dólares em 2006. A nossa: 10,2 mil dólares.

Pô, se possuímos 17 vezes mais gente do que eles e nossa renda per capita é quase 2,5 vezes maior, temos que ganhar 40 vezes mais medalhas que aqueles comunas.

Mas neste Pan eles ganharam 58 ouros e nós, apenas 48.

Alguma coisa está errada. Como eles podem ganhar do Brasil, o gigante da América do Sul, a sétima maior economia do mundo?

Já sei! É tudo para fazer propaganda comunista.

A prova é que, em 1959, ano da revolução, Cuba ficou apenas em oitavo lugar no Pan de Chicago. Doze anos depois, no Pan de Cáli, já estava em segundo lugar. Daí em diante, nunca caiu para terceiro. Nos jogos de Havana, em 1991, conseguiu até ficar em primeiro lugar, ganhando dos EUA por 140 a 130 medalhas de ouro.

Sim, é para fazer propaganda do comunismo que os cubanos se esforçam tanto no esporte. E também na saúde (eles têm um médico para cada 169 habitantes, enquanto o Brasil tem um para cada 600) e na educação (a taxa de alfabetização deles é de 99,8%). Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano de Cuba é 0,863, enquanto o nosso é 0,813.

Tudo para fazer propaganda comunista!

Aliás, eles têm nada menos do que trinta mil propagandistas vermelhos na cultura esportiva. Ou professores de educação física, se você preferir. Isso significa um professor para cada 348 habitantes. E logo haverá mais ainda, porque eles têm oito escolas de Educação Física de nível médio, uma faculdade de cultura física em cada província, um instituto de cultura física a nível nacional e uma Escola Internacional de Educação Física e Desportiva.

Há tantos e tão bons técnicos em Cuba que o país chega a exportar alguns. Nas Olimpíadas de Sydney, por um exemplo, havia 36 treinadores cubanos em equipes estrangeiras.

E existem tantos professores porque a Educação Física é matéria obrigatória dentro do sistema nacional de educação. Até aí, tudo bem. No Brasil a Educação Física também é obrigatória.

A questão é que, se um cubano mostrar certo gosto pelo esporte, pode, gratuitamente, ir para uma das 87 Academias Desportivas Estaduais, para uma das 17 Escolas de Iniciação Desportiva Escolar (EIDE), para uma das 14 Escolas Superiores de Aperfeiçoamento Atlético (ESPA), e, finalmente, para um dos três Centros de Alto Rendimento.

Ou seja, se você tiver aptidão para o esporte, vai poder se desenvolver com total apoio do estado.

Pô, assim não vale!

Do jeito que eles fazem, com escolas para todos, professores especializados e centros de excelência gratuitos, é moleza.

Quero ver é eles ganharem tantas medalhas sendo como nós, um país onde a Educação Física nas escolas é, muitas vezes, apenas o horário do futebol para os meninos e da queimada para as meninas. Quero ver é eles ganharem medalhas com apoio estatal pífio, sem massificar o esporte, sem um aperfeiçoamento crescente e planejado.

Quero ver é fazer que nem a gente, no improviso. Aí, duvido que eles ganhem de nós. Duvido!Malditos comunistas...


José Roberto Torero é formado em Letras e Jornalismo pela USP, publicou 24 livros, entre eles O Chalaça (Prêmio Jabuti e Livro do ano em 1995), Pequenos Amores (Prêmio Jabuti 2004) e, mais recentemente, O Evangelho de Barrabás. É colunista de futebol na Folha de S.Paulo desde 1998. Escreveu também para o Jornal da Tarde e para a revista Placar. Dirigiu alguns curtas-metragens e o longa Como fazer um filme de amor. É roteirista de cinema e tevê, onde por oito anos escreveu o Retrato Falado.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Marcelo Freixo: precisamos de representantes como você!

Por Paula Vielmo



Circula na rede o fato de que o Deputado Estadual pelo PSOL-RJ, Marcelo Freixo, saíra do país, juntamente com sua família devido a intensidade das ameaças de morte. Ele tem sido ameaçado há bastante tempo, mas como se trata de um dos poucos representantes políticos que honra o mandato popular, não tem gerado muita repercussão.

Já postei algumas matérias anteriores sobre esse fato (campanha sob escolta e um deputado no olho do furacão).

Toda a solidariedade ao CAMARADA MARCELO FREIXO, e a tristeza em saber que em nosso país, quem defende os interesses do povo corre risco de vida. Vivemos numa democracia maquiada, que esconde um verdadeiro ambiente de medo e extermínio.