segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Assembléia de professoras (es) do município quarta, 02/03

Até quando vai durar e perdurar o desrespeito da prefeita com a categoria que mais luta pela educação nesse município? E lutar pelo justo reajuste salarial é um belo exemplo de luta na e para a educação.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A servidão voluntária, por Fábio Konder Comparato


Esse texto fabuloso do Fábio Konder se encaixa perfeitamente em nossa realidade municipal ou melhor, é a nossa realidade que se encaixa perfeitamente no texto.

"Pois bem, se voltarmos agora os olhos para este “florão da América”, veremos um espetáculo bem diverso daquele que nos fascina, hoje, no Oriente Médio. Aqui, o povo não tem a menor consciência de ser explorado e consumido. As nossas classes dirigentes, perfeitamente instruídas na escola do capitalismo, nunca mostram suas fuças na televisão. Deixam essa tarefa para seus aliados no mundo político. Elas são anônimas, como a sociedade por ações. E o jugo que exercem é insinuante e atraente como um anúncio publicitário.

Por estas bandas o povão vive tranqüilo e feliz, na podridão e na miséria."

Quem quiser apreciar a leitura, clique no link

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tálio - Morte ou Progresso?




Por Luís Carlos dos Santos Nunes
Comunicador Social e autor do blog Cala Boca Já Morreu


O alvoroço se instalou no país com a recente notícia da descoberta do metal Tálio em terras Barreirenses. Todas as mídias, grandes e pequenas, nacionais e até internacionais, noticiam “Metal raro é descoberto na Bahia”.

A descoberta, segundo informações, foi feita pela empresa Itaoeste Serviços e Participações, que tem como sócio majoritário Olacyr de Moraes, que já foi o maior produtor individual de soja do mundo, que o tornou conhecido como "Rei da Soja", pioneiro deste cultivo na região de cerrado e dono da Fazenda Itamarati (Em 2004 foi vendida ao INCRA, para assentamento de reforma Agrária). Foi também mega produtor de cana-de-açúcar e etanol, presidente do extinto Banco Itamarati (vendido ao BCN, após foi adquirido pelo Bradesco) e a empreiteira Constran.

Segundo a Revista Isto É – Dinheiro em sua edição nº 365 de setembro de 2009 afirma que: “Aos 74 anos, Olacyr de Moraes acaba de fechar um negócio de R$ 165 milhões, talvez o último de sua longa trajetória empresarial”.

As opiniões se dividem, as especulações são gigantescas acerta da descoberta. De um lado, muito falasse que a descoberta alavancará o desenvolvimento do oeste da Bahia com geração de novos empregos, chegada de novas empresas, crescimento econômico e social, até que parte dos lucros deva ser revertida para causas sociais a exemplo do pré-sal. De outro lado defende-se que o país não deve entregar suas riquezas ao capital privado, “o estado deve controlar o metal pois é um bem coletivo e dos brasileiros”.

Fico a observar, na minha humilde condição de leigo, creio de muito há que se esclarecer. É fato sim, que esse metal raro pode trazer desenvolvimento ao país e a Barreiras. Mas a que custo? Como? O metal sendo descoberto em área da união pode ser explorado por empresários? A sociedade como vê a possibilidade?

São muitos os questionamentos, fico a analisar. Pesquisando na internet, encontramos muitas informações.

O Grupo de produção de conteúdos de Química, do Instituto Superior Técnico coordenado por António Maçanita, Professor Catedrático - Departamento de Engenharia Química e Biológica publicou em seu site descrição sobre o Tálio.

“O tálio é um metal pesado cuja aparência faz lembrar o chumbo”. No entanto, é muito mais macio e maleável que este podendo até cortar-se com uma faca.

Este elemento pertence ao 13º grupo da tabela periódica e o seu símbolo químico é Tl. À temperatura ambiente, é um sólido branco prateado e quando em contacto com a chama de um bico de Bunsen produz uma chama verde. Esta cor verde característica esteve na origem do nome tálio, que vem do grego, thallos que significa “galho” ou “rebento”.

Não é um elemento escasso na natureza. A sua ingestão, no entanto, é problemática, mesmo em pequenas concentrações, uma vez que se vai acumulando, ao longo do tempo, no corpo humano. A sua assimilação é frequentemente consequência duma alimentação natural uma vez que este elemento se encontra presente em muito vegetais”.

Não desempenha qualquer função biológica positiva, sendo, pelo contrário, conhecido como extremamente tóxico e carcinogénico.

Um dos seus compostos, o sulfato de tálio, é bastante conhecido como um potente veneno pelas suas propriedades especiais (não tem cheiro, não tem cor, não tem sabor e é solúvel em água).

A revista Super Interessante da Editora Abril, em matéria, classifica o Tálio como sendo elemento da morte.

“Dentro do nosso corpo, os íons de Tálio “se fazem passar” por potássio – elemento essencial para o organismo. Eles se instalam nas células, cujo funcionamento é prejudicado. Isso ocorre principalmente no sistema nervoso: o resultado é insônia, depressão profunda e desejo de morrer. O Tálio também ataca os testículos e o coração, e causa paralisia muscular. Como o envenenamento por Tálio é muito raro e seus sintomas se confundem com os de outras doenças, é comum que os médicos façam "n" exames e não consigam identificá-lo. Foi isso o que ocorreu com uma menina de 19 meses atendida, em 1977, no hospital Hammersmith de Londres. Por sorte, havia na equipe uma enfermeira que lera o romance O Cavalo Amarelo, de Agatha Christie”.

O Wikipédia, tem material que diz: As aplicações comerciais do tálio e dos seus compostos são muito limitadas, sendo que o tálio metálico não encontra aplicações.

"O inodoro e insípido sulfato de tálio foi extensivamente usado no passado como veneno de ratos e formigas. Nos Estados Unidos e outros países não é mais permitido devido a questões de segurança. Outros usos:

• O sulfeto de tálio muda sua condutividade elétrica quando exposto a luz infravermelha, consequentemente é um composto útil para a fabricação de fotocélulas.

• Cristais de brometo e iodeto de tálio foram usados como materiais para dispositivos ópticos para infravermelho.

• óxido de tálio foi usado para produzir vidros com elevados índices de refração.

• usado em materiais semicondutores para retificadores de selênio.

• usado em equipamentos para a detecção de radiação gama.

• como líquido de alta densidade é usado como flutuador para a separação de minerais.

• a liga tálio-chumbo é usado em alguns tipos de fusíveis.

• usado no tratamento de infecções de pele. Entretanto, este uso foi limitado devido a margem estreita que existe entre a sua toxicidade e o benefício terapêutico...

• O radioativo Tl-201, na forma de cloreto de tálio, é usado em medicina nuclear para diagnosticar doenças coronárias e para a detecção de tumores.

• combinado com enxofre ou selênio e arsênio, o tálio foi usado na produção de vidros de alta densidade com baixos pontos de fusão, entre 125 e 150 °C.

• O acetato de tálio é empregado em meios de cultura juntamente com a penicilina para isolamento de micoplasmas, as menores bactérias de vida livre existentes.

Além disso, pesquisas com o tálio estão sendo desenvolvidas para desenvolver materiais supercondutores em elevadas temperaturas para aplicações como imagem de ressonância magnética, armazenamento da energia magnética, propulsão magnética, geração de energia elétrica e transmissão".

Fiz essas poucas exposições no intuito de colaboração com o debate, porém; csalutar uma importante ponderação, sendo a descoberta da jazida no Rio de Ondas, rio que integra a bacia do Rio Grande, um dos mais importantes alimentadores do Velho Chico, não estaria a extração de tal metal nobre comprometendo a transposição do Rio São Franscisco, uma vez que seja autorizada a exploração?

Ao que sabemos, a transposição do São Francisco tem como objetivo saciar a sede de grande número de pessoas e também para a produção de alimentos.

E se esse elemento, supostamente cancerigêno e mortal contaminar nossas aguas?

Como disse anteriormente, tudo não passa de uma grande incógnita, cabe agora, ao poder público, técnicos da área e sociedade civil, virem a público.


Fontes: Revista Super Interessante, Instituto Superior Técnico, Wikipédia, Revista Isto É - Dinheiro

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Campanha “UNEB: NENHUM PROFESSOR A MENOS”

CARTA ABERTA À SOCIEDADE BAIANA



“Das ruas, das praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil”. Inspirado neste grito que é entoado em todas mobilizações estudantis neste Brasil, nós, estudantes da Universidade do Estado da Bahia, campus V de Santo Antonio de Jesus, voltamos mais uma vez às ruas para denunciar o clima de convulsão acadêmica que encontra-se esta unidade educacional. Sabemos das sucessivas crises que vem passando as Universidades públicas no Brasil, e que aqui se encontra a UNEB. A crise da UNEB deve-se política de conciliação que a REItoria desta Universidade adota como medida diálogo com o governaDOR do Estado da Bahia, e o que é mais problemático, a demora na correção de problemas identificáveis, devido ao habitual descumprimento de regras inerentes a este governo.

A expansão irresponsável desta Universidade, ocorrida em cima de palanques para atender interesses sólidos de grupos políticos, acentuou ainda mais o sucateamento da UNEB. Mais cursos, mais estudantes, sem o aumento do número de docentes, sem o aumento do orçamento real da UNEB e sem a adequação de suas instalações estruturais-físicas. Este é o cenário de abandono da UNEB, uma universidade com déficit de professores/as, funcionários e estrutura física, sem política de permanência estudantil, sem residências e restaurantes universitários e com insignificantes verbas destinadas pelo governo de “todos os nós”.

Identificados estes problemas estruturais, os setores da UNEB comprometidos com a educação pública e de qualidade, mais precisamente estudantes e parcela de professores/as, saíram em defesa desta Universidade no ano de 2010. Após intensas lutas travadas por tais grupos organizados, algumas promessas de caráter eleitoreiro foram materializadas em falsas ações ou medidas paliativas que agora se refletem em uma crise mais crucial. Neste contexto encontra-se o CURSO de HISTÓRIA em um constante sangramento!

Ainda em 2010, após os intensos enfrentamentos que estudantes e professores/as fizeram ao Governo Wagner, reivindicando dentre outras pautas a contratação imediata de professores, o Estado da Bahia por meio da Secretaria de Educação e UNEB resolveram abrir uma SELEÇÃO PÚBLICA SIMPLIFCADA para contratação de professores/as substitutos e visitantes via REDA por 24 meses prorrogáveis por igual período. Esta seleção destinou 3 (três) vagas para o campus de SAJ, sendo duas para o curso de história e uma para geografia, o que resolveria provisoriamente o término do semestre letivo que já havia sido iniciado. Diferentemente do esperado, uma vez que a seleção ocorreu em junho, o estado só cumpriu as etapas burocráticas em agosto e, após conclusão deste processo, os/as professores foram admitidos na Universidade conforme aprovação, convocação e nomeação publicadas no Diário Oficial do Estado da Bahia. A partir desta data os/as professores encontram-se trabalhando na UNEB, assumindo compromissos acadêmicos SEM RECEBER DINHEIRO e sem perspectiva de recebimento deste, e o que é mais problemático, sem contrato algum com o estado desde então e a confirmação da Secretaria de Educação do Estado que não vai fazer a contratação, cujo indeferimento do processo foi ratificado dia 16/02/2011 após o executivo estadual contigenciar as verbas públicas e adotar medidas de arrocho das universidades estaduais da Bahia.

Isso de maneira imediata configura pára além da questão trabalhista destes profissionais, a paralisação das atividades acadêmicas, sobretudo do CURSO de HISTÓRIA por falta de professores. Estima-se que 14 disciplinas das 36 disponíveis fiquem sem professor em 2011. Implica em dizer que os concluintes do curso terão que ficar mais um ano na Universidade para tentar se formar. Significa dizer que os/as estudantes que foram aprovados no recente concurso público efetivo para professores da educação básica do estado não poderão assumir seus cargos por atraso na formação. Constitui o ABORTO de sonhos de estudantes e professores/as comprometidos/as com a melhoria da educação pública deste país.

Assim, faz-se importante divulgar a sociedade baiana as condições em que encontra-se a Universidade de TODA a Bahia, mais precisamente o clima de convulsão acadêmica do CURSO de HISTÓRIA do campus universitário de Santo Antonio de Jesus devido a FALTA DE CONTRATAÇÃO DOS/AS PROFESSORES/AS aprovados/as em seleção pública, convocados, nomeados e empossados segundo a burocracia estatal, que se recusa reconhecer suas próprias medidas. Estamos em um estado democrático de direito?

Por estes motivos exigimos que o governaDOR deste estado CONTRATE OS/AS PROFESSORES/AS APROVADOS/AS e respeite a educação pública do estado. Não ao desmonte da educação!

“Mesmo que o rádio não toque, mesmo que a TV não mostre, aqui vamos nós...”

>>>>Campanha “UNEB: NENHUM PROFESSOR A MENOS” – Movimento Estudantil do Recôncavo – Diretório Acadêmico de História<<<<

Recebido por e-mail de Lucas Aguiar (aguiar_che@yahoo.com.br)

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Eu fico extremamente triste em saber que a querida UNEB vive cada dia um descaso maior, mas feliz que ainda existam pessoas dentro e fora dela, lutando para que permaneça viva. Eu estou entre elas, sempre...

Tomara que os e as compas que estão militando no ME sejam sensibilizados/as com a necessidade de fazer parte dessa campanha, pois essa situação relatada não é exclusividade do campus de Santo Antônio, mas infelizmente, de toda a Universidade.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Crianças e reivindicar: o que é isso?

Por Paula Vielmo¹


Na semana que passou, segunda do ano letivo que começou, realizei com as turmas que trabalho (da Educação Infantil à 4ª série) os combinados de "o que pode" e "o que não pode" fazer na recreação. Essa é uma prática que adotei desde 2010, por entender que construindo junto, o acompanhamento é conjunto e mais do que isso inibe comportamentos indesejáveis, principalmente de agressão ao outro.

Pois bem, escrevi algumas ideias, baseando-me nos dois anos anteriores e conversei com cada turma, instigando as crianças para sugerirem o que poderiam ou não fazer. A maioria do que sugeriam já constava na minha proposta, o que me animou, pois estamos em harmonia de práticas, sem imposição.

Enquanto educadora que acredita, assim como Paulo Freire, que "o ato de educar é um ato político", que exige clareza ideológica e de concepções para nortear o trabalho, e consciente que a minha ação educativa é intencional e deve ser politizadora, ínclui dentre o que pode "reivindicar".

Já é uma prática o diálogo e a liberdade para que as crianças reclarem do que não gostam, bem como de sugerir o que gostariam de fazer nas aulas (na medida do possível, eu sempre encaixo as sugestões) e avaliar em rodas de conversa as nossas práticas.

No entanto, fui surpreendida com o fato de que nenhuma turma sabia o que era reivindicar e os comportamentos me deixaram muito preocupada:

- Da Educação Infantil (Pré II) ao 2º ano as crianças, ao meu questionamento "pode ou não pode reivindicar", mesmo não sabendo o que era respondiam uníssonamente "nãoooo". Após a minha explicação, paravam e respondiam divididos "não" e "sim". Fui simplista com os/as pequenos/as e defini como "reclamar de algo que não acha bom e quer melhorar". A conclusão era de que eles podiam e deviam fazer isso;

- Do 3º ano à 4ª série, as crianças respondiam "não" e algumas poucas perguntavam "o que é isso?". Após colocá-las em desequilibrio cognitivo: "pode ou não pode? Tem certeza que pode? Tem certeza que não pode?", explicava e chegavam a conclusão, na maioria, que poderia sim!

De todas as mais de 400 crianças, apenas Daniel respondeu prontamente que sim, definindo reivindicar como "lutar pelos direitos", e uma turma de 4ª série foi procurar no dicionário o conceito.

De tudo isso, concluí que nossa educação escolar realmente não forma para a participação e a cidadania propalada não dá direito, mas apenas deveres. Não emancipa, mas adestra. Não politiza, mas esvazia e amedronta.

Que crianças pequenas, de 4 ou 6 anos não saibam o que a palavra significa eu entendo, mas que os de 8 ou 10 anos não saibam, é inadmissível, ainda mais quando se realiza diversas paralisações que possuem uma pauta de reivindicação. Será que as crianças não são sequer informadas sobre os motivos das paralisações docentes? Elas não são instigadas a participar desde cedo, pois o autoritarismo e a relação de poder entre professor/ e aluno/a ainda é muito forte, bem como do adulto sobre a criança.

É preciso educar politicamente desde cedo as nossas crianças. Por isso, quando o MST promove a Jornada dos Sem Terrinha, se trata de colocar as crianças no espaço e prática de luta desde a infância, e só educando na luta e para a luta desde pequenos que poderemos formar, realmente, sujeitos politicos-sociais combativos.


¹ Pedagoga e recreadora municipal

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Foto recebida por e-mail: "mais do mesmo"

Apesar de não ser uma imagem que capturei, recebi por e-mail e preciso compartilhar com vocês. Sinceramente, meus olhos e meus sentidos não suportam mais essas cenas.

Rua Buenos Ayres, Vila Rica, Barreiras, Brasil - 17.02.2011 às 17:15 min. Foto: Antônio Carlos

Até quando, povo de Barreiras, até quando??? Há de chegar o dia em que vamos, juntos/as nos rebelar. Parafraseando Marx, povo de Barreiras, uni-vos!

A chuva desvela uma face ainda pior da infraestrutura de Barreiras

Por Paula Vielmo

Hoje choveu em Barreiras, coisa rara, e a chuva relembrou o lugar totalmente caótico e desestruturado que habitamos.

A chuva, que não foi tão forte assim, tornou alguns bairros como Vila Rica e Morada da Lua intransitáveis. Em diversos veículos de comunicação essa foi a pauta principal do dia, bem como das conversas informais.

No momento da chuva eu estava na escola em que trabalho e lá, em pleno centro da cidade - onde costuma-se maquiar melhorias estruturais - também ficamos alagadas/os. Em frente a escola, a quantidade de água que descia rua abaixo cobriu a calçada e impediu a passagem. Crianças, pais, professoras e outros funcionários saíram com bastante dificuldade.

Abaixo, o perigo que o descaso governamental oferece, bem como o risco à saúde das crianças, expostas àquela água suja.

Foto: Paula Vielmo (17.02.2011)

Essa é a Barreiras que queremos? Tenho convicção que não, mas enquanto não houver um levante popular, a tendência é ficar, acredite, cada vez pior.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Inicia o ano legislativo: ano novo, velha política


Por Paula Vielmo para "Idéias são à prova de bala"



Ontem, 15, houve a abertura dos "trabalhos" da Câmara. Foi, digamos, uma noite inusitada pela quantidade de discursos e pelo teor dos mesmos.

O evento - só pra variar - começou atrasado em 30 minutos. Depois disso, uma breve observação no espaço pouco ocupado (mas mais do que nas sessões diurnas) constatei o que seria confirmado mais tarde: o local estava repleto de autoridades civis, militares, eclesiásticas, secretários/as de governo e o todo poderoso representando do Poder do Transporte, o dono das empresas de ônibus e legislador do transporte coletivo em Barreiras (na fileira do fundo, só observando). Repleto de "representantes" de entidades que só aparecem quando recebem convites, mas sem o povo de Barreiras. De "povo", que não recebeu convite, creio que só havia eu e mais umas duas ou três pessoas.

Em seguida, uma novidade no espaço: um painel e uma logo da nova gestão da Câmara. O painel, posto na Câmara Municipal de Barreiras, possivelmente quis trazer a diversidade na sua composição, mas pecou pela falta de algum/a indígena e pior: não lembra em nada o perfil ou "a cara" do povo de Barreiras. Ao meu lado no momento da análise, uma ilustre professora que concordou comigo.

Ao iniciar, nada constava no expediente e logo em seguida vieram os discursos. Dos 11 vereadores, só não falaram Beza e Leidiomar. Dos que falaram, alguns deveriam ter se mantido calados.

Sobrinho e B.I. tiveram apoio de um discurso impresso, provavelmente elaborado pela assessoria, sem que os mesmos tivessem o cuidado de ler antes, para conhecer o texto e não passar vergonha em público. Com todo respeito a quem não tem acesso e permanência a educação formal e de qualidade, esses dois vereadores pareciam analfabetos (não sabiam ler).

Do discurso evasivo e meloso do Bispo Daniel, a mega defesa desnecessária de Hipólito, a tentativa frustrada de Carlão de tecer críticas, o nervosismo do Giovanni Mani que categoricamente falou que o "SEU MANDATO" está a seviço daqueles que o apóiam, esquecendo ou falando abertamente que apenas representa alguns segmentos e não toda a população. Não posso esquecer de Iremá que disse voltar para "concluir" os projetos do mandato anterior (se alguém souber de pelo menos um me informe, pois penso que nem ele sabe de algum).

Naquele momento de quase absoluto tédio e certa indignação diante dos discursos, eis que levanta o vereador Tito, dito de partido de oposição para agitar a platéia, criticando a pouca atuação do legislativo nos últimos dois anos e a necessidade de reativar uma boa relação e imagem diante da população. Ele tem se posicionado incisivamente em relação a isso - que é verdade, contudo sempre o faz com a maior diplomacia possível, em tom de amizade com seus coleguinhas e, naquela noite com a prefeita (segundo ele, amiga pessoal, que respeita muito).

Em seguida, a prefeita não fez-se presente e também não enviou a vice (o que faz Regina Fiqueiredo no governo além de receber o gordo salário?), mas quem realmente manda junto com ela: Izolda. Esta, leu uma carta muito bem redigida da prefeita (penso que realmente foi ela que redigiu alguns trechos), entre o melodrama da boa mãe e a apresentação de uma série de obras que só o governo enxerga ou que são dos Governos Federal e Estadual. Falou muito da "saúde de excelência" (cadê, alguém viu?) e pouco da educação.

Finalizando, o presidente da Câmara, Pastor Souza, falou em tom também diplomático e sugeriu, para meu arrepio, que o governo fizesse Parcerias Público-Privadas para realizar as obras, além de anunciar algumas mudanças que considerei positivas no site da Câmara, como maior transparência a partir do acompanhamento das ações de cada vereador, e eu fiquei a pensar: se essa galera faz pouco ou nada, o que irá postar nos sites individuais? Mas adorei a novidade, porque o acompanhamento já era feito com as poucas informações, se tiver muitas vai ser ótimo!

Foi uma noite interessante, apesar de eu me sentir constrangida de estar na "casa do povo", frente a frente com quem afronta diariamente o povo de Barreiras. Sem dúvidas foi importante para verificar que "tudo continua como dantes no quartel de Abrantes" e precisamos urgentemente mudar esse cenário e personagens, sendo que os protagonistas devem ser o povo organizado.

Carteiras escolares, finalmente, chegaram aonde trabalho


Coincidentemente ou não, nesta terça-feira, 15, UM DIA após meu texto fazendo um contraponto do que realmente acontece na educação de Barreiras, chegaram 50 carteiras na escola em que trabalho. A diretora solicitou em janeiro mais de 200 carteiras, mas as 50 que chegaram devem bastar para esse início de ano e para que as crianças não fiquem em situação desconfortável ao ensino-aprendizagem nem nós, professoras, sem nossas cadeiras sem braço que estavam sendo usadas pelas crianças.

50 carteiras escolares chegando


"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem" Rosa Luxemburgo

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Rádio Vale e "opinião do cidadão": participe!

Nesta manhã, fui até a Rádio Vale após convite para participar de um quadro novo, que estréia essa semana. O quadro, intitulado "OPINIÃO DO CIDADÃO" versará sobre diversos temas de interesse da população, a partir da opinião de nós, moradores/as.

A pauta de abertura, dessa semana é: CÂMARA DE VEREADORES

As perguntas são:

- Qual a sua opinião a respeito da atuação dos vereadores do município nos últimos dois anos?

- Você conhece algum projeto de lei que foi aprovado pela Câmara nos últimos dois anos? Caso sua resposta seja sim, quais os beneficios que este trouxe para os munícipes?

- O que você espera dos vereadores para este ano?


Obviamente, como alguém que acompanha um pouco nossos representantes legislativos, aceitei e fui dar minha opinião.

Quem quiser participar do quadro é só ir na RÁDIO VALE, procurar por Jordhan Araujo (jornalismo) e falar sem medo!

Câmara Municipal de Barreiras retoma sessões amanhã


Meado de fevereiro e a Câmara Municipal vai, finalmente, iniciar seus trabalhos em 2011.

Segundo convite publicado no site da Câmata nesta segunda-feira (14) às 14h08 - um dia antes do evento -, amanhã, 15/02 haverá uma "Sessão Solene da Câmara Municipal de Barreiras" às 19h30, onde "a prefeita Jusmari Oliveira e a Câmara de Vereadores apresentarão os planos de trabalho, as prioridades e as metas administrativas para o município em 2011".

Essa eu quero testemunhar!

Barreiras inicia ano letivo 2011: vamos à verdade!

Por Paula Vielmo


Eu não consigo dormir! Ter lido o texto "Barreiras inicia ano letivo 2011" no site da prefeitura, escrito por Cathy Rodrigues no site Fala Barreiras, e reproduzido no site do Jornal Nova Fronteira, definitivamente, me deixou alerta de tanta revolta e indignação!

Não acredito no que leio, porque é totalmente irreal com o que convivo diariamente e com o que me angustiei na primeira semana de aulas.

Ao contrário do anúncio das carteiras novas, as crianças da escola em que trabalho disputaram as cadeiras com apreensão; ao contrário da afirmação de que as escolas receberam atenção em relação a infraestrutura, o local em que trabalho recebeu pintura por doação e o que eu soube por uma colega professora, é que o Colégio Sagrado está com as paredes tão detonadas que uma professora recusou-se a dar aula. Essa mesma colega disse, em tom triste, sobre nossas crianças que estavam agora no Sagrado "tiraram as crianças da nossa escola (Alcyvando) para colocar naquelas salas sujas" (M).

Sobre a lei Nº 910/2010, que “Dispõe sobre a implantação de Fundo Fixo de Caixa para pequenas despesas nas Instituições Escolares pertencentes ao Município de Barreiras e fixa limites de movimentação", é mais uma lei desrespeitada no reino da impunidade. Não teríamos sequer papel higiênico na escola se não fosse um investimento da diretora que teremos que pagar fazendo rifas e eventos.

Essa semana eu tive a certeza: nós pagamos para trabalhar! Se quisermos um trabalho qualificado, pagamos. E além das exaustivas 40 horas semanais de trabalho, ainda temos que nos deparar com os malabarismos para manter a escola aberta enquanto textos mentirosos são escritos, para maquiar uma realidade nada bela e cada vez mais caótica.

Sinceramente, trabalhar no munícipio de Barreiras, para o povo de Barreiras, sob a administração de Jusmari e sua incompetente equipe, é desesperador. Absolutamente, desesperador!

Amanhã a labuta começa cedo, já é tarde, espero que eu consiga dormir...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Barreiras em imagens (I)


Essa primeira postagem da série "Barreiras em imagens", abrirei com uma foto tirada hoje, domingo, 13 de fevereiro e deixo a pergunta: isso é uma prisão ou uma escola?

Foto: Paula Vielmo - Bairro Santa Luzia

O que é Barreiras em imagens?

Por Paula Vielmo


Fico fascinada com o fato da tecnologia ter possibilitado que um telefone celular capture também imagens. E essa fascinação, faz com que eu fotografe aquilo que acho bonito ou aquilo que me indigna e nada passa despercebido ao meu olhar. Às vezes, aquilo que meus olhos veem não posso capturar pela lente do celular, mas mesmo assim o momento é registrado, o fato não passa despercebido.

Assim, com um celular, fotografo muitas cenas, desde uma árvore podada a uma calçada interditada por cadeiras de bares, crianças brincando ou assembléias e atos.

A partir dessa coleção de imagens, pensei em compartilhar com vocês através de uma coluna que chamarei "BARREIRAS EM IMAGENS", e quero que vocês observem essas imagens sem a interferência de um texto, só a imagem falando por si.

Barreiras em imagens, como você a vê todo dia, mas agora sob a ótica de Paula Vielmo. Espero que gostem da ideia e nem sempre das imagens.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Professoras/es e estudantes vão à luta!

Por Paula Vielmo


Na última quarta-feira, 09 de janeiro, Barreiras que vive parada, foi palco de dois movimentos bastante interessantes.

Inicialmente, ASSEMBLÉIA DOCENTE na Praça São João Batista, cuja pauta principal é uma dívida da prefeita Jusmari (PR) com as/os professoras/es e um aumento no valor do FUNDEB de janeiro que deve ser repassado a categoria, mas não foi feito. Os professores e professoras presentes encaminharam sensibilizar os/as colegas nas escolas na quinta (10), sexta (11) e segunda (14) e realizar uma nova assembléia na Praça às 17h00 na terça-feira, 15 e colocar em pauta paralisação ou greve diante do descaso da prefeita.

A prefeita, que afirmou numa reunião no centro cultural em que eu fui testemunha, disse em bom tom que "jamais brigaria com os sindicatos", que estava "aberta ao diálogo", mas se nega repetidamente a receber o SINDSEMB que tenta, ainda, negociar com essa rainha da enrolação, que chamam de prefeita.

Nesta mesma data como eu havia anunciado, apesar de uma chuva que tornou Barreiras bem mais intransitável, estudantes e ingressas do curso de Pedagogia realizaram um ATO no pátio do Campus IX da UNEB. A reivindicação é o reconhecimento do curso e expedição do diploma do curso de Pedagogia (Docência e Gestão) que ainda não foi reconhecido e portanto, as/os graduadas/os não receberam seus diplomas de graduação.

O diretor do Departamento, Prof° Neto, deu um "zig-nau" na galera e foi embora, ficando apenas a Profª Ana Jovina, coordenadora do Colegiado de Pedagogia que não fugiu da prensa que as estundates deram, quando exigiram posição do colegiado e encaminhando acompanhamento semanal das ações.

Encaminhou-se por formar uma comissão para, semanalmente, conversar com a Profª Ana Jovina e saber em que pé está o término do projeto de reconhecimento do curso, bem como contactar a PROGRAD (Pró-Reitoria de Graduação) da UNEB para que venham ao Campus de Barreiras dar satisfações à comunidade estudantil sobre essa lentidão no reconehcimento dos cursos de graduação que tiveram os currículos reformulados (Pedagogia, Letras) ou são novos (Matemárica e Ciências Biológicas).

Naquele ato, a Profª Ana Jovina expôs algo que ao meu ver deve ser bastante considerado nesse processo: a falta de condições dentro da Universidade, uma vez que a falta de professores/as oriunda da ausência de concursos públicos ocasiona dificuldade de formar comissões de trabalho para escrever os projetos, bem como a falta de técnicos administrativos, uma vez que atualmente o colegiado do maior curso do Campus IX não possui um secretário. O descaso do governo estadual deve ser considerado nesse processo, sem a menor dúvida.

Ambos movimentos mostraram-se decididos a seguir em seus objetivos, mas o realizado na UNEB foi bem mais emocionante no sentido de pressão popular, pois exigiu de maneira criativa e corajosa - saindo da longa negociação - que a Universidade e o Estado assumam suas responsabilidades junto aos estudantes. Eu estava lá, fazendo a cobertura (vídeos e fotos) e apoiando meus colegas de luta e de profissão!

A luta continua!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quarta-feira em Barreiras será movimentada

Por Paula Vielmo


Nesta quarta-feira, 09, parece que a estática Barreiras terá dois movimentos importantes e com potencial de alavancar mais movimentações.

Primeiro, teremos uma ASSEMBLÉIA da categoria docente do município, às 17h00 na Praça da Igreja São João Batista, pois o ano letivo iniciou e os problemas antigos com a prefeitura permanecem. Espero mesmo que esse ano a categoria se articule melhor, no sentido de impedir o desrespeito e descaso da prefeita Jusmari (PR) e seu governo para com a educação e suas/ seus profissionais.

Em seguida, às 20h00, haverá no Campus IX da UNEB, em Barreiras, um manifesto de estudantes de Pedagogia (da extinta habilitação de Docência e Gestão) sobre o não reconhecimento do curso, após três turmas formadas, o que tem prejusdicado diversos/as egressos que passaram em concursos públicos no estado da Bahia e em outros.

Lembrei de Rosa Luxemburgo: "quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem". Não tenho dúvidas, pois o povo de Barreiras ainda está parado porque nem sequer sabe da existência das correntes invisíveis que os prendem.

Estarei nos dois movimentos e depois escrevo aqui. O dia e a noite prometem!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Até quando, Barreiras, serás reino da impunidade?


Por Paula Vielmo

Na sexta-feira (04), escrevi sobre a semana pedagógica e comentei sobre o absurdo da convocatória de Jusmari em relação aos contratados e apadrinhados do governo, numa ação de revolta imensa. No entanto, é a indignação latente que me faz escrever agora e expor o que eu soube em relação às reuniões.

Infelizmente eu tinha outro compromisso, senão teria ido ao centro cultural, para pessoalmente testemunhar o evento, mas confio no repasse que me foi feito. As fontes foram seguras e nada do que foi dito foge do contexto cotidiano de Barreiras, a não ser por um pequeno e ousado levante.

Por incrível que pareça, soube que a reunião no sábado começou no horário e foi breve. O centro cultural estava abarrotado de pessoas e a prefeita falou sem usar microfone, o que para mim caracteriza que não queria ser bem ouvida e bem compreendida em suas falas. Ela estava acompanhada do marido deputado (Oziel Oliveira), da Secretária Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Maria do Carmo) e da fiel escudeira (Izôlda).

Segundo a "fonte", a prefeita foi enfática em afirmar que os/as contratados não tinham direito a receber 13º salário, bem como de "reclamar" na imprensa, pois eles tinham nela (Jusmari), uma AMIGA. Além disso, que todos contratos seriam renovados, exceto se a pessoa não quisesse assinar.

Nesse espetáculo, houve um momento para "perguntas", provavelmente para garantir a maquiagem da participação. No entanto, três pessoas fizeram corajosas intervenções, questionando sobre os atrasos nos pagamentos e a ausência da cópia do contrato, que não é entregue aos contratados/as (mais um desmando).

Ao saber dessas intervenções por parte de contratados, que historicamente tem mais medo pela instabilidade do vínculo com o município, fiquei bem animada, mas durou pouco. Os questionamentos começaram a gerar rebuliço e a fiel escudeira interveio para manter a ordem estabelecida e acabaram os questionamentos e a reunião.

Não bastasse esse ENORME desrespeito com os/as trabalhadores/as, a reunião de domingo foi para relembrar a função do cargo de encarregado escolar (que até hoje não me é clara), bem como que é um cargo do governo, ou seja, um braço do governo "Cidade Mãe" em cada escola, pois trata-se de indicação politiqueira. Isso lhes lembra algo? Eu fico enojada só de pensar.

Na verdade, estamos vivendo num IMENSO cabine de empregos, o que fortalece a reeleição da prefeita rosinha, através da política de cabresto, muito bem aprendida com o falecido Antônio Carlos Magalhães. Esses empregos, lotam a folha de pagamento e é forte a presença de muitas pessoas que nada ou pouco fazem de produtivo e educativo dentro das escolas municipais.

Falando em escola municipal, amanhã ou depois conto sobre um absurdo que chegou até mim e foi encaminhado. Realmente fico surpresa com os desmandos e desrespeitos que o povo de Barreiras sofre, principalmente os mais humildes.


"A minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, crítica e organizada contra os ofensores" Paulo Freire

Informes sobre situação do transporte coletivo

Por Paula Vielmo
Como disse numa postagem beeeeem antiga, logo que cheguei de viagem, a primeira novidade que minha querida mãe comentou foi sobre a ação civil pública do promotor Eduardo Bittencourt para licitar o transporte, dentre diversos outros aspectos da ação de 55 páginas.

Pois bem, na quarta-feira, 26/01 liguei pela quinta vez no Ministério Público e consegui obter informações, a partir de conversa com o promotor. Os informes, que fiquei de repassar, não são muito bons, mas vamos lá:

- O Ministério Público, através do promotor Eduardo Bittencourt, entrou com uma ação no final de 2010, recebida pelo juiz Alexandre Mota;

- O juiz ainda não deu nenhum parecer sobre a ação, o que é negativo para o promotor, haja vista que em caso de não aceitar, ele poderia entrar com um recurso, mas tá tudo parado;

- Houve uma audiência de conciliação entre MP e Prefeitura Municipal, se não me engano no dia 20/01, mas não houve acordo, pois o promotor - que é um cara a favor do povo! - não aceita acordo além da licitação (botei fé!!!);

- Haverá outra audiência de conciliação no dia 17 de fevereiro às 9h00 na vara da fazenda pública, entre MP, Prefeitura e TODAS as empresas de ônibus.

Ainda não tive acesso à ação, mas assim que tiver mais informações, eu posto com certeza, para que todos/as possam acompanhar um pouco mais de perto essa ação, bem como contribuir com essa luta, no sentido de regularizar o transporte público coletivo e possibilitar um controle social.

É importante lembrar que paralelo às ações juridicas, temos que fazer pressão popular. Espero que tenhamos gente disposta a isso em Barreiras, pois nunca antes tivemos tanto apoio do representante da justiça como estamos tendo. E quando digo nós, me refiro às causas populares.

Sem dúvidas, a luta continua!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Direito ao sonho

Por Luís Carlos dos Santos Nunes¹


Causa-me espanto que algumas pessoas esperem que crianças se expressem “livremente”, sem que um clima anterior de discussão seja estabelecido. Sem que um repertório de leitura seja oferecido.

Mil dificuldades são usadas como argumento para justificar a falta de repertório e a precariedade de expressão das novas gerações no Brasil. As famílias estão cada vez mais pobres, o sistema escolar destroçado, os professores são mal preparados, mal remunerados, desmotivados para promover a leitura em seu mais amplo sentido.

Tudo isso é verdade. É verdade também que só com uma decidida vontade política esses problemas estruturais serão resolvidos. Acontece que, da mesma maneira que o baixo padrão aquisitivo não elimina a vontade de comer, também a ausência de estímulo oficial não impede a necessidade de sonhar, de falar, de comentar a realidade em que se vive.

O ideal seria que todas as famílias convivessem com livros e contassem histórias para suas crianças. O ideal seria também, que todas as manifestações artísticas fossem de fácil acesso à população e que essas fossem discutidas em seus lares. Conheço famílias cujos integrantes só conhecem na infância e na adolescência um único livro não escolar, “A Bíblia”, lida em sermões familiares, aberta a esmo em busca de conselhos nas horas mais difíceis.

Todas essas pessoas tornaram-se leitores no dia em que a vida lhes ofereceu esta oportunidade. Longe de mim querer discutir a importância religiosa ou literária da principal obra de referência da fé cristã. Não pretendo também abranger todo um universo de leitores a partir de casos específicos. Apenas arrisco uma hipótese, ressalvada qualquer pretensão: sendo a Bíblia – e, como ela, outros livros fundadores das grandes religiões, que a humanidade conhece, um grande elenco de histórias a respeito do sofrimento e dos limites da condição da condição humana, o fato de ela ser lida para crianças no seio da família e da comunidade religiosa, por si só, já estimula o gosto pela leitura. E mais, favorece a interpretação.

A principal vantagem de se aprender de pequeno, tudo que os mais velhos têm a ensinar sobre a beleza na vida e na arte, é que se cresce um adulto mais exigente. Esta é uma herança importante para se deixar aos filhos. Por que aceitar uma vida, além de dura, feia? Cidades destruídas pela ganância de uns e a incompetência de outros, escolas tediosas, serviços públicos de baixa qualidade, uma lista infindável de pequenos, médios e grandes desrespeitos ao cidadão? O adulto capaz de interpretar o que vê a sua volta e que considera o seu prazer e a beleza tão vitais como o seu direito à comida e à moradia, tem mais dificuldade de suportar este estado de coisa.

A insatisfação vem daí e é muito positiva. Da insatisfação surge o desejo de mudança, a esperança de mudar.

A família que forma um leitor, forma, também, alguém com mais chances de estar convencido do seu direito de usufruir do prazer da beleza. Não é pouca coisa.

Aqueles que se acostumam a aceitar passivamente tudo a sua volta, os que não têm acesso à fantasia, à interpretação, à esperança, correm um risco muito maior de se acomodarem e, o que é pior, serem destruídos. Estou convencido de que só se luta pelo que se conhece.

E pelo que se reconhece como direito seu. É difícil para alguém, que nunca teve direito a comida, diversão e arte, compreender a importância de lutar por essas coisas. A tendência das pessoas é garantir apenas o essencial à sobrevivência quando elas não tem uma memória de prazeres mais abstratos. O direito a sonhar parece supérfluo aqueles que não foram ensinados a lidar com a fantasia e o lúdico. Muito é triste um mundo em que tantos são privados desse prazer fundamental.

Se não fosse a esperança de, um dia, ver esta situação modificada, a vida se tornaria insuportável.

Não acredito que a leitura, no seu sentido mais amplo, seja uma garantia de felicidade ou de sucesso. É impossível para qualquer família, para qualquer adulto responsável por uma criança, ter controle sobre as circunstâncias do futuro. O que eleva e o que abate um ser humano em sua trajetória não é previsível, pertence a esfera do imponderável. Por este motivo, escrevi acima que a vida é muito dura, sempre, mas um ser humano, capaz de refletir o prazer e a beleza, terá mais chances de encontrá-los em seu caminho.

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¹ Web Designer, Designer Gráfico e Comunicador Social

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Agradeço a colaboração do companheiro Luís Carlos pelo texto escrito e enviado para ser publicado no "Idéias são à prova de bala".


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Semana Pedagógica 2011: o drama do/a professor/a

Por Paula Vielmo


Início de ano letivo é sempre a mesma coisa: semana pedagógica coletiva e também em cada escola. É assim em todos municípios e depois, durante todo o ano, quase ninguém mais se vê e todas as "formações" são feitas de maneira a isolar a categoria.

Longe de mim achar que semana pedagógica é perda de tempo, eu adoro reunir e discutir, analisar, avaliar, propor, fazer. No entanto, poucas vezes, muito poucas vezes mesmo até hoje a programação dita pedagógica e com caráter formador acrescentou elementos à minha prática pedagógica ou ainda possibilitou o que enumerei acima. Parece bem mais um momento de "cumprir tabela" do que de um planejamento pensado, consciente e motivador.

Esse ano, a semana foi bem pior e olhe que eu fui até animadinha. Pra começar, houve uma inversão na rotina anual: primeiro pranejamento nas escolas e depois encontro de todas/os professoras/es do município. Essa desordem do que vinha sendo feito, somado a uma falta de comunicação, resultou em alguns problemas, pois muita gente foi pega de surpresa, causando alguns desencontros, tanto nas escolas como na magnum. Ao meu ver, essa inversão tornou o momento coletivo mais enxuto, porém menos produtivo, haja vista que poderíamos aproveitar o que é dito nas palestras para posteriomente, nas escolas, repensar diversas questões. Mas, como geralmente nem se pensa, veja lá repensar.

Bem, não fui para a abertura ofcial ontem, 03, infelizmente estava de molho em casa e perdi a solenidade de abertura com os discursos. Apesar de ser geralmente chato, gosto muito de ir para saber o que as autoridades constituídas dizem para quem faz a educação e ainda quais compromissos assumem nesses momentos públicos - quando assumem. Essa foi outra inovação deste ano: a abertura oficial com os falatórios foi a noite. Gostei dessa inovação, pois separa a parte de palestras da enorme demora dos discursos e politicagens, mas o ruim foi manter uma programação diurna (manhã e tarde) e outra a noite, o que caracterizou hora extra (será paga?).
Soube que as falas de abertura foram breves e que a prefeita não compareceu. Por que será que Jusmari não esteve nesse momento tão importante para a educação do município? Certamente indica algo...

Hoje, 04, a programação estava marcada para 8h00, mas começou às 9h00. Logo na entrada, uma visão lastimável: filas para assinar a presença, uma para contratados/as e outra de concursados/as, distinguindo e expondo os/as servidores/as a essa diferença, ao meu ver, nada saudável.

Cheguei um pouco tímida, pois ainda conheço poucas colegas, mas logo fui fazer o que havia planejado: uma singela panfletagem do artigo de Dermeval Saviani "O drama do professor", que além de ser super pertinente para o momento e nosso contexto, continha uma divulgação do "Idéias são à prova de bala". Foram cerca de 250 panfletos, bem recebidos e que entreteram diversas pessoas enquanto esperavam. Foi muito legal no momento da entrega, contar com a ajuda de duas colegas da escola em que trabalho e diversas professoras presentes solicitando o texto. A receptividade foi melhor do que eu imaginava.

Em seguida, começou a palestra com o conferencista Danilo Gandin, que deveria falar sobre o tema "A Diversidade na escola", mas infelizmente não deu conta da temática, transitou por diversas frases feitas, dele e de outros teóricos, manteve-se na superficialidade e não conseguiu costurar seu discurso para além das frases soltas e das "histórinhas" típicas desses escritores bons que querem ser animados nas palestras e ficam ridículos e desajeitados. Ou foi mesmo áquem do desejado ou eu ando muito exigente (ou as duas coisas). Essa enrolação que deve custar uma pequena fortuna aos cofres públicos, durou a manhã inteira e fui embora 11h30, antes do final, tamanho o tédio.

Eu fico pensando e já escrevi isso antes: temos tantos professores e professoras excelentes em Barreiras, que deveriam ser chamados/as para essas palestras, ao invés de nomes renomados, mas que não tem muito conteúdo em público. Também fico intrigada e irritada com a sensação de futilidade que esses momentos tem, como se realmente não valessem a pena. Isso ficou bem explícito pela imensa quantidade de cadeiras vazias, pela manhã e muito mais a tarde.

Pela tarde, a programação estava marcada para as 14hoo, mas começou com um atraso de 30 minutos, com a exposição pelo Profº Cleyton e pela Profª Tânia de como está sendo construído o Projeto Político Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, Esporte, Cultura e Lazer, desde antes de meados de 2010 e sobre a concepção de substituição de um sistema de ensino por um sistema de educação, que integre e inclua a sociedade barreirense e os espaços educativos não-formais. Para mim foi o ÚNICO momento proveitoso, principalmente com as informações ditas pelo Profº Cleyton. Nesta etapa, diante de um plenário super esvaziado, constatei o pouco interesse sobre o documento norteador da educação municipal.

Em seguida, a Profª Brígida falou sobre a dita "avaliação institucional" realizada em 2010, mas devido a claridade não foi possível apresentar os gráficos. Aliás, ninguém, desde a manhã pode usar projeção dos materiais elaborados, indicando a necessidade de fazer essa programação coletiva em um espaço fechado, que permita projeção de slides.

No entanto, de tudo que aconteceu, uma coisa em especial me chamou atenção: os recados ditos e repetidos insistentemente a tarde pela Coordenadora Geral da Secretaria, Rosi (assista o vídeo). Recados da prefeita Jusmari! Os recados, pasmem assim como eu, foram os seguintes:

1. Reunião da prefeita com os contratados no sábado às 17h00 na casa da cultura;
2. Reunião na CASA DA PREFEITA, domingo às 9h00 (não lembro com quem);
3. Reunião domingo, na CASA DA PREFEITA às 10h00 com os encarregados escolares.

Ora, a CASA DA PREFEITA virou extensão da prefeitura? Domingo, dia de descanso, os/as funcionários/as tem que deixar seus afazeres para atender ao chamado da prefeita? Por que fazer essa reunião tão apressadamente? E assim continua: o público vira privado e o privado quer se tornar público!

E que venha o ano de 2011, segundo o Bispo vereador Daniel, o "melhor ano de nossas vidas". Não até o momento.

A luta continua!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Até quando? Mais uma da administração local

Por Paula Vielmo


Ouvi uns comentários semana passada sobre um fato e logo pensei em escrever. No entanto, longe de alimentar especulações, deixei de lado para verificar e terça-feira, 01, novamente esse assunto surge nas rodas de conversa do meu local de trabalho e sou surpreendida com uma testemunha e algumas declarações que merecem ser divulgadas.

Eu me refiro ao fato de que diversos/as servidores/as públicos/as fizeram empréstimos, tem os descontos em folha de pagamento, mas as empresas (bancos) estão cobrando débitos absurdos porque a prefeitura não estaria repassando os valores. Uma pessoa que é vítima dessa situação recebeu uma carta cobrando cerca de R$23 mil reais, sendo que os descontos tem acontecido.

Ora, o que está acontecendo com a incompetente administração municipal? Eu ainda me surpreendo com tais fatos, é quase inacreditável, mas é verdade! Além disso, soube que tais servidores/as estão sendo cadastrados como inadimplentes e alguns já passam por constrangimentos no momento de fazer compras.

Essa situação, da qual não dúvido uma linha que seja totalmente verdade, demonstra cada vez mais o enorme desrespeito do governo "Cidade Mãe" com quem trabalha para o povo de Barreiras; mais uma vez, a péssima gerente Jusmari Oliveira, explicita que confia na impunidade, e mais uma vez eu fico a me indagar e indagar quem está nessa situação: até quando o povo de Barreiras não vai reagir?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

300 posts e mais de 30 mil acessos!!!


Eu estava indo dormir quando percebi algo: o blog já passou das 300 postagens e mais de 30.500 acessos!!! \o/

Sinceramente, eu não pensei que fosse render tanto e lá se vão quase três anos de escritos.

Fico feliz porque tem gente lendo, só são poucos que comentam...aqui, porque muita gente me encontra e comenta ao vivo.

Obrigada, pessoal! Vamos que vamos!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os Indiferentes

Antonio Gramsci, 11 de Fevereiro de 1917

Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.