terça-feira, 30 de junho de 2009

PSOL ingressou hoje com representação no Conselho de Ética contra Sarney e Renan


O PSOL apresentou hoje, ao meio-dia, duas representações junto ao Conselho de Ética do Senado pedindo a investigação por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB/AP) outra contra o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), que já foi presidente do Senado.

Ambas se justificam pelas denúncias de edição dos atos secretos. A ex-senadora e presidente do partido, Heloísa Helena entregou pessoalmente os documentos na Secretaria Geral da Mesa junto com senador José Nery (PSOL/PA) e os deputados federais Chico Alencar (PSOL/RJ), Ivan Valente (PSOL/SP) e Luciana Genro (PSOL/RS).

Paralelamente, Nery continuará a coleta de assinaturas para a instalação da CPI da Máfia do Senado. Para o senador, só a CPI poderá aprofundar as investigações a respeito dos empréstimos consignados, contratos e licitações e também dos próprios atos secretos, pois pode quebrar sigilos bancários, telefônicos e fiscais. “Se for necessário cortar na própria carne, vamos cortar. Só não podemos viver essa sucessão de escândalos a cada dia”, afirma o senador.


Aletheia Vieira/Assessoria de Imprensa do senador José Nery

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Esse é o meu Partido!
Enquanto alguns, como o tucano Arthur Virgílio (PSDB) discursam belamente nas tribunas, a gente fala e também faz!
Demorou um pouco ao meu ver, mas finalmente saiu essa representação!
Vamos que vamos rumo a CPI da máfia do senado.


domingo, 28 de junho de 2009

Novela Paraíso contra os sem terra


Ao assistir a novela das 6, "Paraíso", o pai da "santinha" Maria Rita (Nathalia Dill), Sr. Antero, (Mauro Mendonça) no capítulo exibido em 26/06, ficou - segundo palavras de um dos personagens da fazenda vizinha - "louco". O motivo: ele, infeliz sem a filha e a esposa, sem herdeiros/as ou esperança de tal, resolveu, loucamente, dividir suas terras entre todos trabalhadores que ao longo dos anos, o ajudaram a produzir e fazer sua fazenda crescer.

Ao ouvir a fala do personagem (Sr. Antero) e as cenas que seguiram depois, refleti que foi, certamente, mais um desserviço que a manipuladora Rede Globo presta a luta pela terra em nosso país e mais um ataque vil e torpe a reforma agrária e luta dos movimentos sem terra de todo Brasil. As falas colocam como loucura, no pior sentido, a divisão de um latifundio.

Visualizamos além do discurso conservador e capitalista, os trabalhadores que receberão a terra não se animarem com a novidade e as únicas expressões eram de "pena" do patrão, por causa de sua tristeza. Obviamente essa decisão generosa de dividir a terra não é algo para se comemorar, vindo juntamente com uma tentativa de deslegitimar a luta pela terra no país, disfarçada em ato generoso do personagem da novela, que certamente não se concretizará.

A rede globo continua perigosa, buscando internalizar de maneira muito sútil a sua ideologia de manutenção do sistema injusto que vivemos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morre o "rei do pop": um negro embranquecido


Desde ontem, uma notícia infesta sem parar os meios de comunicação, principalmente televisivos, comumente faz a mídia sensacionalista e vazia. A causa é a morte, ainda misteriosa, do chamado "rei do pop", Michael Jackson.

Segue abaixo um comentário bem interessante que recebi por e-mail, de autoria de Fábio Nogueira, do Circulo Palmarino - RJ (www.circulopalmarino.org.br) e resolvi socializar com os/as queridos/as leitores do meu blog, pois a reflexão é muito pertinente.


"Sei que todos devem estar acompanhando pela mídia os desdobramentos da morte de Michael Jackson. Para nós, negros e negras, a trajetória de Michael Jackson é um momento de profunda reflexão. Sem cair na ignorância daqueles que associam Michael Jackson ao "lixo cultural pop imperialista", todos sabemos das raízes negras da musicalidade de Michael, em especial, do período dos Jackson Five. Também sabemos dos horrores dos abusos sexuais e da violência praticada contra os Jackson, em especial, o mais novo: Michael. Esta reflexão vale pois os efeitos do racismo fizeram com que Maycon desfigurasse o próprio rosto e embranquecesse a própria pele para "deixar de ser negro", "para ser belo": coisa que, de fato, nunca deixou de ser. O sucesso, a riqueza, o mundo das celebridades foram o palco onde menino negro, de origem pobre e violenta, se tornasse um dos principais astros pop de todos os tempos.Envolvido em escândalos e episódios bizarros, Michael definhou como astro e pessoa pública até a morte. No Brasil, tivemos o exemplo similar de Wilson Simonal.

Negros de sucesso e reconhecimento público querem dar vazão as suas fantasias de realização e fama: o resultado disso é um comportamento conservador que reproduz, ao invés de se libertar, do racismo. Obviamente, isso não é uma regra. No entanto, elas devem nos fazer refletir profundamente. Trajetórias de negros conservadores, por mais que queiram e neguem isso, também estão entranhadas do racismo dominante nas sociedades ocidentais.

Para mim, que aos sete anos ouvia Trilher e ensaiava os passos de Moon Walker, nunca ouve dúvidas em relação a condição racial de Michael. Os negros suburbanos do Rio de Janeiro, da década de 80, também não. Infelizmente, Michael optou pelo mundo das celebridades, da fantasia e da loucura e se afastou, na estética e comportamento, de seus irmãos de cor.

O que nós, negros, devemos lutar é para nos libertarmos do olhar branco. Ser protagonista de nossa história, como povo originário das terras africanas, é afirmarmos que somos parte desta humanidade a despeito dos colonizadores de vidas e consciência.

Toda a cultura negra nos pertence e é ela, produzida por nós, um patrimônio da humanidade."

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quadrilhas juninas e desrespeito com o povo


De sábado a terça-feira aconteceram apresentações de quadrilhas no concurso intitulado "Arraiá da cidade mãe", na Praça Landulfo Alves e foi propagandeada acontecer sob uma grande infraestrutura a partir das 20h.

Como grande fã de quadrilhas juninas, fui assisitir, amas apenas no sábado e ontem, ambos dias favoráveis para ficar até mais tarde na rua, sem precisar acordar cedo no dia seguinte.

Pois bem, no sábado (20/06), abertura do evento, as horas foram passando, o frio da noite aumentando e nada de iniciar as apresentações. Naquela noite, o público compareceu em grande número e as arquibancadas foram insuficientes para suprir tanta gente com sede de cultura. Diante de um locutor do show extremamente ruim e desanimado, a espera pelo início, ocorrida após às 22h, foi uma tortura auditiva, além de mais uma demonstração da falta de respeito com o povo presente, especialmente com as crianças pequenas, animadas para ver a apresentação, que dormiam nos colos de suas mães e pais.

Publicado no site da prefeitura em 19/06/2009 às 10:15, lemos que: "A prefeitura este ano oferecerá aos participantes da festa uma estrutura capaz de abrigar 15 mil pessoas. [...]" e na fala do coordenador de cultura "as pessoas que forem ao arraiá poderão curtir a festa com a máxima tranquilidade, a segurança será reforçada e a estrtuura foi montada para oferecer conforto a todos".

Essa estrutura divulgada, um dia antes como podemos observar pela data, não chegou até o espaço da festa e o conforto propalado deve ser para os (as) jurados (as), pois nem as quadrilhas de outros município foram recebidas com rspeito e conforto, conforme alegaram membros da quadrilha Os Exagerados, de Burtitima, em denúncia publicada em www.buritirama.noticias.zip.net sob o título Barreiras humilha Buritirama.

Ontem (23/06), última noite do evento, novamente o atraso, dessa vez de quase duas horas. Novamente muita gente e pouco lugar para sentar ou visualizar as apresentações. E na abertura, da noite uma surpresa: quadrilha junina de igreja evangélica de Luis Eduardo Magalhães.

Quadrilha junina evangélica? E isso existe? Perguntei-me sem saber de tal novidade. Realmente era algo inusitado que acontecia aos nossos olhos. No entanto, não foi uma apresentação de quadrilha, mas uma pregação em pleno momento de festejos juninos, uma tentativa de divulgar uma suposta salvação e de dançar para Jesus. E como dançavam mal! Parecia que não haviam ensaiado, além de falta de harmonia, animação e uma boa marcação.

E o público aplaudiu, achando lindo...não sei o quê, mas suponho que seja a coragem de ridicularizar-se para o povo em nome de uma fé que não respeita os espaços de diversão.

domingo, 21 de junho de 2009

Enquete sobre redução da maioridade penal

Uma enquete disponível no site do senado pesquisa a opinião sobre a redução da maioridade penal: Qual sua opinião sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 26/2002) que reduz a maioridade penal?

Incrivelmente, a opção com menor porcentagem é a que não concorda com a redução!

É um absurdo que nossos/as jovens sejam culpados por serem frutos dessa sociedade desigual e injusta e sejam, cada vez mais cedo, trancafiados/as em prisões cada vez mais lotadas e desumanas.

Quem concordar que é um absurdo social a redução da maioridade penal, está concocado/a para votar na enquete disponível em http://www.senado.gov.br/agencia e divulgá-la amplamente.



sábado, 20 de junho de 2009

As desigualdades salariais entre educação e saúde


Em algumas das edições do oletim virtual da Agência Câmara, que me cadastrei para ficar atualizada sobre ações dos/as deputados/as federais, chamou-me a atenção dois Projetos de Lei sobre pisos salariais de profissionais da saúde.

O Projeto de Lei 4924/09 do Deputado Mauro Nazif (PSB-RO) - médico - estabelece piso salarial de R$ 4.650 para os enfermeiros e fixa para o técnico de enfermagem piso equivalente à metade deste (R$ 2.325), e para o auxiliar de enfermagem e a parteira piso equivalente a 40% (R$ 1.860). A proposta altera a Lei 7.498/86, que regulamenta essas profissões.

A outra proposta fixa o piso salarial de médicos em R$ 7 mil. O texto aprovado foi o substitutivo do deputado Mauro Nazif (PSB-RO) ao Projeto de Lei 3734/08, do deputado Ribamar Alves (PSB-MA). Vigora atualmente a Lei 3.999/61, que determina que o salário mínimo dos medicos seja de três vezes o salário mínimo vigente, o que hoje corresponde a R$ 1.245.

Ambas propostas estabelece que a remuneração desses profissionais deverá ser reajustada anualmente pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor e tramitam em caráter conclusivo*.

Assim que li tais propostas, lembrei do piso salarial nacional dos/as professores, meros R$950,00 que ainda não foi implantado e representa uma mixaria nacional e a explícita demonstração da pouca prioridade que é a qualidade da educação em nosso país.

Não sou, de maneira alguma, contra o pagamento dos valores mencionados para os profissionais da saúde, neste caso enfermeiros/as, médicos/as, técnico/a de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira, defendo que toda profissão deve ser remunerada de maneira justa e que cada uma tem papel social igualmente importante. Tampouco acredito que teremos uma educação mais qualificada se o salário docente for aumentado, mas acredito que os R$950,00 é vergonhoso para 40h de dedicação de trabalho numa profissão tão relevante e cansativa quanto a de professor/a.

O que me causa extrema indignação é a hipocrisia do nosso governo e da passividade do nosso povo diante das disparidades e do abismo salarial posto à áreas tão fundamentais quando educação e saúde.

Tais projetos e a dificuldade de implementação do piso nacional salarial do/a professor/a permitem que, cada vez mais, a profissão de médicos seja valorizada e procurada pelos filhos e filhas da elite e a docência submetida a pessoas com menos competência, qualificação e compromisso com a importante função social de educar, pois não é qualquer pessoa que pode medicar, mas qualquer criatura intervêm na educação, sobretudo formal (escolar).


Vamos refletir sobre isso!

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Caráter conclusivo:
rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: 1) se uma das comissões o rejeitar; 2) se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A universidade não é caso de polícia



por VLADIMIR SAFATLE, na Folha de São Paulo
12/06/2009 - São Paulo SP



AS CENAS de batalha campal que vimos nesta semana na USP ficarão na memória daqueles que dedicam sua vida a essa instituição. Vários professores, como eu, que nunca participaram de movimento sindical, que nem sequer foram alguma vez a uma assembleia, veem com estarrecimento a disseminação da crença de que conflitos trabalhistas devem ser resolvidos apelando sistematicamente à polícia. Diz-se que a polícia era necessária para evitar piquetes e degradações. No entanto, tudo o que ela conseguiu foi acirrar os ânimos e aumentar exponencialmente os dois.

Vale a pena lembrar que, por mais que sejam práticas problemáticas que precisam certamente ser revistas, os piquetes estão longe de se configurarem como ações criminosas. A história das sociedades democráticas demonstra como eles foram, em muitos casos, peças necessárias de um processo de ampliação de direitos. Cabe a nós provar que esse tempo passou e que, devido à capacidade de diálogo, tais práticas não têm mais lugar. No entanto, quando se tenta reduzir manifestantes que procuram melhorias em suas condições de trabalho a tresloucados patológicos que nada têm a dizer, que não têm nenhuma racionalidade em suas demandas, dificilmente alguma forma de diálogo conseguirá se impor. Melhor seria começar explicando qual racionalidade justifica que a universidade mais importante do país, responsável por parte significativa da pesquisa nacional, tenha salários menores que os de uma universidade federal em qualquer Estado brasileiro. Por outro lado, na crença de que a polícia possa ser chamada para mediar conflitos com alunos e funcionários públicos. Muitos acreditam que ligarão para o 190 e receberão uma espécie de "polícia inglesa" capaz de agir de maneira minimamente adequada diante de cidadãos que se manifestam.

Contudo, o que vimos até agora foi uma polícia que entrou pela primeira vez no campus armada com metralhadoras, quando a ação padrão deveria ser, nessas situações, agir desarmada. Quem tem uma metralhadora nas mãos imagina que porventura poderá usá-la. Mas contra quem? Contra nossos alunos? E quem decidirá o momento de usá-la? Como se isso não bastasse, uma polícia bem preparada não responde a provocações de gritos e latas com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha usadas na frente da Escola de Aplicação e de uma faculdade em que, normalmente, há crianças e adolescentes. O que aconteceria se uma bala de borracha atingisse uma criança, ampliando um pouco mais o enorme contingente de balas perdidas disparadas pela polícia? Antes de ligar para a Polícia Militar, valeria a pena levar em conta seu despreparo manifesto em intervenções em conflitos sociais, histórico catastrófico mundialmente criticado por órgãos internacionais. Nenhum leitor terá dificuldade de se lembrar de situações de conflito social nas quais policiais que se sentiram acuados reagiram de maneira descontrolada, provocando tragédias. Por fim, contrariamente a certa ideia que um anti-intelectualismo militante são extremamente dedicados em seus cursos, participam sistematicamente de colóquios e programas de pesquisa, apresentam "papers" em congressos e podem ser constantemente encontrados em nossas bibliotecas.

Sendo certo que vêm de todas as faculdades de nossa universidade (e não apenas da área de humanas, como alguns querem fazer acreditar), é inaceitável tratá-los como delinquentes potenciais. Dentre os 2.000 estudantes que se manifestaram nesta semana estão alguns de nossos melhores alunos. Em vez de estigmatizá-los, talvez seja o caso de se perguntar contra o que eles se manifestam, já que, é sempre bom lembrar, antes da entrada da polícia, nem professores nem alunos estavam em greve. A greve restringia-se a funcionários. Há um mês, em uma pequena cidade francesa, a polícia recebeu um chamado de possível furto. Em uma atuação "exemplar", ela estava em alguns minutos no local do crime. No entanto, o local era uma escola, o objeto furtado, uma bicicleta, e o possível ladrão, uma criança de dez anos. Sem pestanejar, a polícia retirou a criança da escola na frente de seus colegas, levou-a à delegacia, colheu seu depoimento e a fichou. Possivelmente, foi contra esse modelo social baseado na incapacidade de resolver conflitos sem apelar à mais crassa brutalidade securitária que hoje nossos alunos se manifestam. Cabe a nós mostrar a eles que a história da USP é outra.


VLADIMIR SAFATLE, 36, é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo.

domingo, 14 de junho de 2009

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO OESTINA

A Universidade do Estado da Bahia – UNEB, criada pela Lei Delegada nº66, de 1º de julho de 1995, e reestruturada pela lei Estadual nº7176, de 10 de setembro de 1997, é uma Instituição autárquica de regime especial, alicerçada no tripé básico ensino, pesquisa e extensão, de natureza multicampi, vinculada à Secretaria da Educação do Estado da Bahia, com sede e foro na cidade de Salvador e jurisdição em todo o estado da Bahia. A UNEB está presente geograficamente em todas as regiões do Estado, estruturada no sistema multicampi, possuindo 24 departamentos sediados na capital e mais 18 centros regionais de médio e grande portes.

A comunidade acadêmica da UNEB sai uma vez mais em defesa da universidade pública! Nós que fazemos parte da UNEB saímos com renovado vigor em defesa da UNEB. Fazer parte da UNEB significa compartilhar com ela de suas vitórias, crescimento, desenvolvimento e sofrimento. Para nós estudantes, fazer parte de uma universidade pública vai além do simples estar na sala de aula, é preciso envolver-se politicamente com todas as questões que a academia nos proporciona, agindo de forma crítica e decisiva em busca da consolidação de uma sociedade humana e fraterna.

O sucateamento das Universidades Públicas é gritante e deve-se a falta de investimento do Governo do Estado da Bahia no Ensino Superior e à política de entrega desta modalidade de ensino para esfera privada. A UNEB, presente em 24 municípios espalhados pelo estado, logicamente não foge à regra e está sofrendo. A intensificação dos ataques à UNEB é consolidada pela ofensiva do setor privado com sustentação do governo, e manifesta através das propostas de Reestruturação da UNEB sem aumento real e justo dos seus recursos; das propostas inconstitucional de curso de Pós-graduações pagas dentro de um espaço que deve ser genuinamente público e gratuito; da instalação das sanguessungas e parasitárias Fundações com o pretexto de captar recursos para a Universidade, quando na verdade ela capta o famigerado recurso da Universidade; a não realização de concurso público para técnicos e especialmente para professores efetivos; o calendário acadêmico estapafúrdio, esquizofrênico e fragmentado de menos de cem (100) dias por semestre; e a não revogação de uma simples Lei a 7176/97 que lhe devolveria autonomia universitária, gerencial e política; desatualização e insuficiência do acervo bibliográfico; problemas de estrutura física (como iluminação e segurança); falta de salas de aula; e ausência de um auditório.

Diante deste quadro não há como não reconhecer que a Educação Pública, bem como a universidade pública, vem passando por um momento de crise. É importante destacarmos que esse momento de crise, não é um momento inerente a Universidade pelo fato dela ser pública, como é veiculado e divulgado pelo governo, pela mídia burguesa e pelos agiotas internacional: FMI, Banco Mundial, etc,... A Educação e a Universidade Pública, e aqui infelizmente se encontra a UNEB, vivem um momento de crise imposta pela omissão, negligência, indiferença e abandono dos sucessivos governos e aprofundados pelo atual governo.

Os estudantes, maioria em qualquer instituição de ensino e protagonistas na história de luta em defesa da educação pública, uma vez mais saem em defesa e luta da UNEB, respondendo ao ataque vil e torpe desferido a UNEB por aqueles que deveriam defendê-la, mas preferem virar às costas a ela. Muitos desses em um passado não muito longínquo utilizou-se de algumas organizações e entidades dentro da universidade e do espaço da mesma para difundir suas falsas idéias e propostas em defesa dela. Usando os problemas da Universidade para se beneficiar e fazer dos mesmos um trampolim e/ou meio de autopromoção.

Inspirados, estimulados e fortalecidos pelas vitoriosas mobilizações estudantis em todo o Brasil com as inúmeras ocupações das reitorias, nós comunidade acadêmica da UNEB saímos em defesa da Universidade que apesar de toda a precariedade, deficiência, e através do esforço heróico dos seus estudantes e docentes que são poucos vale ressaltar, vem conseguindo dar respostas às demandas da sociedade.

Há vinte e cinco anos a UNEB iniciou a sua missão inaugural de democratizar o acesso ao Ensino Superior através de sua interiorização. Contribuindo direta e efetivamente no desenvolvimento deste estado.. Há vinte anos a UNEB contribui no desenvolvimento desta cidade bem como de toda a região oeste. O Departamento de Ciências Humanas - Campus IX – Barreiras, da Universidade do Estado da Bahia atende a toda região oeste, cidades dos estados do Piauí, Goiás e demais estados do Brasil, sendo por mais de vinte anos a única instituição de Ensino Superior Pública a prestar uma importante contribuição para o desenvolvimento dessa região nas mais diversas áreas. Por isso, as/os estudantes de Biologia, Letras, Agronomia e Pedagogia ao paralisarem as atividades discentes saem em defesa da UNEB para que a mesma possa continuar sua missão e oferecendo com muita presteza uma formação profissional qualificada referenciada nas lutas sociais. Sobretudo, e imprescindivelmente, uma formação humana, política, social e cultural. Em tempo convocamos a todas (os) oestinas (os) a somarem-se as/aos estudantes unebianas (os) em defesa da UNEB. O problema da UNEB é de todas (os) nós! Sobretudo do Governo do Estado que se diz ser de todos nós.
Ao mesmo tempo em que saímos em defesa da UNEB declaramos a população oestina que nós estudamos com muito orgulho e com muito amor na Universidade que teve o melhor desempenho no Estado da Bahia no ENADE!!!


Bahia, junho de 2009.


Diretório Acadêmico de Ciências Biológicas
Diretório Acadêmico de Ciências Contábeis
Diretório Acadêmico de Engenharia Agronômica
Diretório Acadêmico de Letras
Diretório Acadêmico de Pedagogia
Estudantes de Engenharia Agronômica do Movimento CETA (PRONERA)

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Assino embaixo desta carta aberta e faço parte da luta em defesa da UNEB!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Estudantes na Magnum, Wagner a culpa é sua!


09/06/09 - Novoeste, por Rose Cerqueira

Durante a primeira consulta pública sobre a Ferrovia de Integração Oeste-Leste na manhã dessa segunda-feira (08) na casa de evento Magnum em Barreiras, localizada a 840 km de Salvador, os estudantes da Universidade do Estado da Bahia – UNEB campus IX protestaram contra a situação de precariedade da instituição. A manifestação foi pacífica, sem reação a tentativa de intimidação dos seguranças e policiais militares, porém intensa. Durante todo o evento os estudantes vaiaram o governador e entoaram gritos de guerra que expunham a situação de descaso do governo com a educação.

Os estudantes chegaram ao local do evento de forma discreta, em pequenos grupos para evitar qualquer tipo de repressão ao movimento. Os cerca de 150 estudantes se posicionaram atrás do espaço reservado para a imprensa, na lateral. Inicialmente estavam quietos esperando que o Jaques Wagner fizesse uso da palavra, mas quando a prefeita de Barreiras, primeira a discursar, pronunciou o nome do governador com referência a uma possível reeleição, começaram as vaias e os protestos que se seguiram de forma constante durante todo o evento.

Leia matéria completa e detalhada clicando no link acima (título)

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Como fico feliz em saber que o combativo Movimento Estudantil não se deixa abater e continua firme e forte na luta!

O governador, covarde que não pisa os pés na Universidade do Estado da Bahia, mas vive nos eventos do grande agronegócio regional, mais uma vez não foi à UNEB, mas cometeu um erro: ficou pertinho de lá e os/as estudantes da UNEB não poderiam deixar uma oportunidade como essa passar. E não deixaram!

Parabéns pela matéria da companhera Rose, carregada de detalhes que supre parcialmente a vontade imensa desta leitora de querer estar no meio das legítimas e justas manifestações.

Parabéns ao movimento e muita FORÇA NA LUTA!!!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nova data para a audiência sobre a ferrovia

Depois da conturbada cassação da prefeita, novamente a divulgação da audiência pública sobre a ferrovia Oeste-Leste, propaganda na televisão, convites e uma data e horário nem um pouco favorável para que o povo trabalhador compareça e participe desse momento, para que, nas palavras de um jornaleco local: "na consulta, a sociedade poderá esclarecer suas dúvidas sobre o processo de implantação da ferrovia e fazer as sugestões".

Se realmente fosse intenção que o povo participasse da audiência, ela seria feita ainda nessa semana, mas no feriado, dia 11, acessível a grande maioria trabalhadora e não em plena segunda-feira, em horário de expediente de trabalho. Mas de certo, essa não é a intenção!

sábado, 6 de junho de 2009

Assembleia com mais de mil estudantes deflagra greve na USP

Gabriel Casoni, diretor do DCE da USP


Nesta quinta-feira, 4 de maio, os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) definiram, em assembleia geral com mais de mil estudantes, entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação foi deflagrada em virtude da ocupação do campus pela polícia militar, ordenada pelo governo estadual de José Serra (PSDB) e pela reitoria.

A greve também é contra o projeto de ensino à distância do governo Serra e por mais verbas pra educação pública, além de defender eleições diretas para reitor. Os estudantes também apoiam a greve dos funcionários e professores.

Derrotar a ocupação militar
A indignação tomou conta dos estudantes, professores e funcionários na segunda-feira, 1 de junho. Serra e a reitoria da USP mandaram a PM ocupar o campus principal. A ação, que repete os atos mais autoritários da ditadura militar, causou comoção na universidade.

Imediatamente, diversos cursos paralisaram as aulas. Ao mesmo tempo, assembleias de cursos iam acontecendo e eram categóricas: votavam greve. Na quinta-feira à tarde, os professores da USP entraram em greve, somando-se aos funcionários parados há mais de 20 dias. À noite, foi a vez dos estudantes.

Na Unesp, vários campi já se encontram em greve. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e a Faculdade de Educação da Unicamp também.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Choveu e a Barreiras afundou

Estranhamente hoje, 03 de junho, uma chuva forte cobriu o município de Barreiras. Causou espanto tanto o mês em que a chuva veio (junho), pois não acontece de chover nesse período, quanto a imensa quantidade de água que inundou e atrapalhou as atividades nossas de cada dia.


Próximo a minha casa não víamos o asfalto nem os meios fios de tanta água; na porta da escola, inundado e poucas crianças presentes; pela rua, em meio a buracos, muita, mas muita água.

Diante dessa total falta de infraestrtuura e escoamento das águas das chuvas, a situação piora com o caótico trânsito e a má educação dos/as motoristas. Os carros passam e nem sequer diminuem a velocidade diante de nós, pedestres, ilhados/as pela água. É impressionante como a falta de educação, também no trânsito, é algo gritante a nossa volta.

Até quando teremos que conviver com essa situação, resultado das agressões humanas à natureza, descaso do poder público e a omissão da população?

A semana do meio ambiente começou com protestos da própria natureza, a única que sempre reage.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Estudantes paralisam atividades em Barreiras

Desde 21 de maio que boa parte da comunidade estudantil do campus IX da UNEB em Barreiras está articulando e paralisando as atividades.

Iniciou com o curso de Ciências Biológicas, seguido por Letras, boa parte das turmas de Pedagogia (totalidade das turmas do noturno) e essa semana terá a adesão do curso de Engenharia Agronômica. Estudantes de algumas turmas de Ciêcias Contábeis, pelas informações que recebi também participaram no início, mas o curso em si decidiu não aderir.

A principal pauta de reivindicação é algo essencial à educação: professores e professoras.

Sabemos e vivenciamos o sucateamento das instituições públicas e a falta de políticas para o setor educacional. Dentro dessa conjuntura, o governo da Bahia que passou anos e anos tratando a educação superior como moeda de troca em relação aos interesses de candidatos e representações políticas, parecia ter fim com a eleição de Wagner. No entanto, Wagner em contrapartida não correspondeu as expectativas e ainda piorou a situação da educação e das UEBA´s - Universidades Estaduais Baianas.

Infelizmente a grandiosidade da UNEB no que trata da localização geográfica é imensa, pois está em 24 municípios, por todo o estado da Bahia. Essa multicampia dificulta as articulações estudantis, já ramificadas nos campi, como demonstra ser em Barreiras.

Pelas informações que ouvi, o movimento no campus está grande, com grande participação estudantil nos espaços e mobilizações propostas. Algo pouco visto nos últimos anos.

O problema é a condução do movimento, já que surgiu de um processo de esgotamento de passividade e não de reflexões. O caos tomou conta e de certa maneira não é negativo, como também não é positivo.

Espero que haja perseverança nas mobilizações e que sejam atendidos/as na pauta principal: professores e professoras EFETIVOS, não REDA!


Força na luta, camaradas!!!
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Abaixo, calendário de mobilização de 01 a 05 de junho retirado do blog http://rockprincessart.blogspot.com/


Segunda-feira: assembléia geral às 14;30
Terça-feira: dia do acampamento/evento em LEM
Quarta-feira: tribuna popular na Câmara dos Vereadores às 16:00/assembléia geral às 18:30/viagem para Salvador (confirmar presença com Claudio)
Quinta-feira: confecção de painel para levar o João Sem Professor na praça das Corujas
Sexta-feira: Praça das Corujas às 08:00 - João sem Professor