sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CARTA DE AGRADECIMENTO - ELEIÇÕES 2014



Quando o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Barreiras lançou a candidatura de Paula Vielmo para Deputada Estadual, sabíamos que seria uma iniciativa ousada e importante para a construção do Partido, bem como uma opção para o povo baiano, sobretudo do oeste. A nossa leitura foi acertada, pois as demais candidaturas apresentadas não ofereciam possibilidades reais de mudança.

Durante o processo de construção da campanha o crescimento foi pautado nos princípios de coletividade. Não tivemos multidões. No entanto, cada pessoa que participou das atividades o fez com a convicção de contribuir para a transformação social tão desejada. O diálogo franco e direto revelou o caráter pedagógico que têm as campanhas do PSOL no sentido de discutir importantes questões da sociedade.

Os 1.743 votos apurados pode parecer pouco, mas não é! Afinal, foi uma candidatura construída com poucos recursos financeiros, sustentada pela nossa militância. Nenhum destes eleitores recebeu nada em troca do seu voto, além de estímulo para ACREDITAR em Paula Vielmo como legítima representante do povo e no seu compromisso com as causas sociais. Temos orgulho dos 1.743 votos LIMPOS confiados nesta candidatura!

Agradecemos a todas e todos que contribuíram para a realização da campanha, seja em doações financeiras ou de serviços, participando das atividades ou divulgando a candidatura nas redes sociais ou no boca a boca e que depositaram a sua confiança em forma de voto. É muito gratificante verificar que todo esse resultado é fruto de uma coletividade que carregou o lema NÓS ACREDITAMOS! Um lema que representa o resgate da política participativa e comprometida com as demandas sociais e na nossa maneira de concebê-la e praticá-la. Um lema que representa muitas pessoas, em muitos lugares.

A LUTA CONTINUA! Não lutamos pelas eleições, nem somente nas eleições. Lutamos porque acreditamos que é possível construir uma sociedade justa e igualitária.


Candidatura Paula Vielmo Deputada Estadual 2014
Nós Acreditamos!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Wagner, assuma a UNEB: a abertura do semestre da UFOB

Por Paula Vielmo
Fotos: Marciel Viana



Na terça-feira, 09 aconteceu a solenidade de abertura oficial do semestre 2014.2 da UFOB, regado a recepção pomposa das autoridades, com direito à palco debaixo de toldos e fanfarra com estudantes paramentados debaixo do sol escaldante. Tudo para os cursos novos da área de saúde e palanque eleitoral daquele pior tipo.

Todas as autoridades foram recepcionadas sob vaias estudantis intensas. A insatisfação era perceptível, tanto que não foi abafada pelas palmas dos/as governistas presentes. Com cartazes empunhados e repletos de reivindicações e frases irônicas, os/as estudantes receberam a oradora inicial: a Reitoria Pró-Tempore da UFOB sob continuas vaias durante toda a sua fala, finalizada com um convite para dialogo na sala da reitoria naquele mesmo dia às 14h.


Falou a única estudante do curso de Medicina que é da região e em seguida quatro estudantes no palco receberam, das autoridades, jalecos e posaram para fotinhas. As famílias dos estudantes colocaram os jalecos em seus filhos/as. Naquele momento, eu me senti como em uma formatura do ensino fundamental. Foi muito patético!

Em seguida leu o prefeito municipal de Barreiras (estavam presentes os prefeitos de Barreiras, LEM, Barra, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa). Leu um discurso feito por outrem, que continha muitos elogios aos governos petistas e supervalorizava o curso de Medicina.

Os estudantes assumiram a frente do palco, separados/as por uma linha de seguranças do governador e começou a falar Paulo Espeller, representante do MEC. Aquele discurso padrão do PT “em 1968 eu lutava pela democracia, para que vocês possam se manifestar hoje em igualdade comigo e blá blá blá”. Tão igual: ele com o microfone no palco e os estudantes com cartazes e no grito (naquele momento já silenciados pelo perspicaz governista).


Para finalizar entra o terrível governador do estado da Bahia, que se orgulha de ter vindo diversas vezes ao oeste. Pena que nenhuma para tratar da educação estadual, seja básica ou superior, de sua responsabilidade, mas largada na fila interminável do SUS (sentiu o drama?!).

No meio de tudo isso, DOIS estudantes da UNEB, resistindo, como a nossa Universidade do Estado da Bahia. Eram poucos, mas deram o recado: WAGNER, ASSUMA A UNEB! Questionaram, somando-se aos demais, sobre o fato do governador não pisar no Campus da UNEB em nenhuma de suas vindas ao oeste em todos esses anos. Wagner não respondeu. Ninguém respondeu.

O circo armado começava a querer baixar a lona quando Gustavo, estudante de Biologia, representante estudantil no Conselho Universitário da UFOB ocupou a tribuna e gritou no microfone “Estudantes, bem vindos ao INFERNO da educação federal baiana”. Questionou a recepção e o palanque politiqueiro e desfilou criticas fundamentadas aos governos federal, estadual e municipal, mas não sem antes ser interrompido.



A democracia do PT cortou o microfone, religado sob fortes protestos dos presentes. As vozes destoantes dos estudantes precisavam ser caladas, então veio o autoritarismo e desligou o microfone definitivamente. O mesmo homem que, em 2006 (não lembro exatamente o ano) chamou a PM para expulsar professoras/es em assembleia no Polivalente.

Eu vi. Eu estava nos dois momentos históricos: no primeiro como estudante e no segundo como candidata a Deputada Estadual. Em ambos, o mesmo homem do PT feriu o direito à organização e à manifestação. Queria a opinião de Espeller agora!

Uma coisa é certa: a festa não saiu como o planejado e foi lindo de se ver a latência do Movimento Estudantil, grande ou pequeno, mas VIVO! Parabéns aos estudantes. Sigamos sempre em luta!


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Nós Acreditamos!


É generalizado o sentimento de que a política é algo sujo e ruim. Essa sensação foi fruto dos péssimos representantes políticos que temos, seja no legislativo ou executivo. No entanto, NÓS ACREDITAMOS que é necessário e possível superar esse cenário através de organização social e da escolha de representantes que tenham uma nova forma de proceder politicamente.

NÓS ACREDITAMOS em um mandato popular, em que o povo consciente tenha o poder de decisão. NÓS ACREDITAMOS em um mandato popular que denuncie os abusos e abandonos da Educação e Saúde Públicas, Transporte e Meio Ambiente. NÓS ACREDITAMOS em um mandato comprometido com Políticas para as mulheres, livre iniciativa sexual, diversidade racial e cultural e Segurança Pública da Bahia. NÓS ACREDITAMOS em um mandato que fiscalize os interesses do povo e não dos governos e da elite econômica protegida pela velha política.

Precisamos de uma representação política destemida e que leve de fato a voz do povo para a Assembleia Legislativa da Bahia. NÓS ACREDITAMOS que somos essa voz política, pois os representantes que temos hoje na Assembleia Legislativa, mais uma vez nos enganaram com suas promessas e tornaram-se aliados/as dos poderosos e dos governos que, sucessivamente, enganam e exploram a população.

A nossa candidatura se propõe a construir um mandato popular que, de fato, represente os interesses da população ao invés dos interesses dos grandes empresários, grandes fazendeiros e empreiteiras. Esses grupos financiam as campanhas dos candidatos da velha política e depois cobram a conta, paga com recursos públicos. Por isso, as campanhas do PSOL não aceitam financiamento desse tipo de doador. Nossos financiadores são pessoas que, como você, tem como único objetivo a melhoria de vida para o nosso povo.


Para essa proposta ousada, precisamos de você! É preciso que VOCÊ ACREDITE que seja possível romper com a lógica da imensa desigualdade e injustiça social que vivemos. NÓS ACREDITAMOS que é possível, sim, e afirmamos, com muita coragem e coerência, nosso compromisso político com as causas sociais da classe trabalhadora e de todos aqueles que têm uma mente jovem e aberta a novas mudanças.


SOU CANDIDATA A DEPUTADA ESTADUAL!

Postada no facebook em 06/07/2014. Por Paula Vielmo

Recentemente o Partido Socialismo e Liberdade, do qual faço parte, considerou importante que tivéssemos no Oeste uma alternativa para as eleições estaduais, através de candidaturas. Essa decisão indicou posteriormente meu nome para representar essa difícil e importante tarefa, pela militância política ao longo desses quinze anos em luta.

Todas as pessoas que me conhecem militando de maneira comprometida com as causas sociais e com os movimentos sociais sabe que coragem para enfrentar os desafios não falta. Assim, alguns processos em curso, individuais e coletivos foram interrompidos para cumprir este novo desafio, a partir da compreensão de que É NECESSÁRIA uma alternativa política para o Oeste e essa alternativa está no PSOL.

Se não formos nós, o que precisa ser dito não será dito e o que precisa ser feito não será feito. Isso é prepotência? Não, é apenas a realidade de Partido e militância sem qualquer amarra com financiadores de campanha, com latifundiários, com máfias de transporte, com cabides de emprego. Resumidamente, somos um Novo Partido contra a Velha Política.

Esse modelo político vigente em todo o nosso país, em nosso estado e em nosso velho Oeste não pode ser tratado com naturalidade. É preciso perceber que é uma construção de uma forma de fazer política que nos exige, na condição de pessoas que não aceitam a exploração e a desigualdade com banalidade, indignação, mas para além disso, ações que instiguem a transformação social.

Nesse sentido, comunico às amigas, amigos, companheiras e companheiros, que sou candidata a DEPUTADA ESTADUAL pelo PSOL, sob o número 50.777. Nossa campanha começa hoje, dia 06 de julho! Uma campanha em construção coletiva, com poucos recursos, que dependerá da militância e engajamento de cada pessoa que acredita que NADA É IMPOSSÍVEL DE MUDAR!

Conto com vocês! 
#‎PaulaVielmo50777

Nossa fanpage: facebook.com/NosAcreditamosOficial

Blog hiper desatualizado

Por Paula Vielmo

Os percalços da vida, somados ao facebook e instagram como meios de rápida divulgação das coisas, fizeram-me abandonar este importante veículo de reflexões e denúncias chamado "Ideias são à prova de bala". 

Tentarei retomar, pois entendo que este blog representa um canal alternativo à imprensa hegemônica que temos em Barreiras. E por ser independente, aborda o que quero, sob a minha perspectiva crítica e classista. Temas para escrita não me faltam, mas condições para sentar e escrever de maneira elaborada. Sinto saudades, não sei vocês...

Optei por não voltar atrás. Queria ter escrito sobre a audiência do transporte coletivo, uma luta com mais de 7 anos, mas acabei perdendo o bonde da história. Agora, só o que ficará na seletividade da memória e o que foi registrado pelo PSOL. Estamos de olho nessa questão de interesse coletivo sobre o transporte e a máfia do busão.

Queria ter escrito sobre tantas outras situações, desde sessões da Câmara até a segunda greve que participei como Servidora Federal, mas optei por não fazê-lo. Vamos em frente!

Então, para retomar, optei por postar aqui a nota aberta que divulguei no facebook no dia 06 de julho de 2014, data em que iniciou o período de campanha eleitoral. Sou candidata a Deputada Estadual e não divulguei isso no MEU BLOG. Também considero um absurdo, mas enfim...rs

Vamos em frente, na expectativa de, agora, não haver pausas longas. Abraço!

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O prefeito de Barreiras e a normalidade da violência: "eu tô acostumado com isso"

Por Paula Vielmo


Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é hábito
como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht



No dia 14 de fevereiro, um tema foi central nas rodas de conversas e redes sociais em Barreiras: a atitude do prefeito municipal de agredir manifestantes. O fato ganhou repercussão porque foi filmado e transmitido pela TV Oeste (local) e mais tarde pelo BA TV (estadual), com um forte comentário da apresentadora em Salvador. Em Barreiras não houve comentários da âncora.

Passei  o dia 14 trabalhando e somente no dia 15 pude me apropriar do fato, assistindo o vídeo do programa e procurando comentários e textos na imprensa local de Barreiras. Consegui achar o vídeo, mas apenas um texto local, superficial e sem identificação de autoria em um site de jornal. Os demais se limitaram a postar a gravação da reportagem da televisão. Além disso, achei na imprensa local uma ampla divulgação da rápida nota de esclarecimento que foi elaborado pela Assessoria da Prefeitura. Neste texto, procurarei de maneira sintética, abordar a reportagem, a nota de esclarecimento, a repercussão do fato e a normalidade da violência municipal, tudo misturado e desordenado.

A repressão aos movimentos sociais, populares e manifestos de rua são bem mais corriqueiros do que a televisão mostra. Essa prática, sobretudo por parte do Estado como poder, atua para manter a ordem, o que significa retirar do caminho as pessoas que representam algum obstáculo. A repressão coíbe muitas pessoas de se manifestarem, mesmo diante da conquista da liberdade de expressão, algo compreensível diante de uma nação que a pouco tempo viveu um período ditatorial. Em contrapartida, outras vão para o enfrentamento, como aconteceu com a população da comunidade do Conjunto Habitacional Arboreto I e II na manhã de 14 de fevereiro de 2014 em Barreiras, velho oeste da Bahia.

Em breves 1 minuto e 08 segundos desvelou para o estado baiano o que é o Prefeito, causando indignação generalizada, encarada por estas bandas em menor intensidade, verificada através da transformação do ocorrido em piada. Rapidamente, surgiram "memes" com fotos e frases. A situação passou de deprimente para engraçada, provocando uma perigosa manutenção da passividade hegemônica da população barreirense que, como muitas outras pessoas, olhou para os/as manifestantes como "baderneiros/as" e concordou que deveria mesmo "liberar" o acesso. Adotou-se uma perspectiva egoísta em relação ao que aquela comunidade está vivenciando em virtude da mudança do tráfego, demonstrando que grande parcela da população barreirense internalizou a violência, banalizando o desrespeito aos direitos humanos.

A reportagem na televisão, meio que transmite com grande alcance e repercussão, trouxe à tona através das imagens e da fala do prefeito o que vivenciamos em Barreiras e nesta administração, mas também no governo anterior, que enviava seus capangas para reprimir manifestantes (leia aqui, aqui e aqui). Todavia, me chamou a atenção, além de toda a violência, a fala dele "passa, passa por cima desses filhas da puta", que demonstra a capacidade realmente destrutiva do Prefeito, mas também uma violência de gênero, verificada mais ainda através da composição do manifesto: formado majoritariamente por mulheres e crianças. Sacou?

A atitude do prefeito foi anunciada em portais virtuais de grande acesso, como o G1, mas é, para mim, o reflexo direto da sua administração municipal e de todas as pessoas que o acompanham, seja através do voto, da defesa ou das alianças para garantir (re)eleição. A manutenção de um homem violento, desequilibrado em relação ao diálogo e habituado com a truculência, possuí cumplicidade e ampla rede para sustentar-se. 

Para nós, moradoras/es de Barreiras, a reação dele não é novidade. Todavia, não pode ocupar um lugar de "trivial" no cotidiano. A afirmação de que "eu tô acostumado com isso" desvela uma prática conhecida, mas abafada, sobretudo pelo medo. Não é "normal" e nem deve ser, agir com truculência em relação aos manifestos. Ele age assim porque possuí poder para isso, seja como prefeito, seja como homem rico e conhecedor da lentidão da justiça brasileira. Em todos os casos, ele possuí vantagem sistêmica sobre a população do Conjunto Habitacional Arboreto I e II e do presidente da Associação que foi agredido fisicamente.

Ao se manifestarem em relação a pouca segurança por causa do tráfego de veículos pesados nas proximidades do local em que residem, aquela população pobre, foi mais uma vez vítima, agora com relação à repressão física através do punho - literalmente - do prefeito municipal Antonio Henrique. As imagens filmadas daquele homem truculento mandando a máquina romper o bloqueio a todo custo de violência, desvelou uma prática conhecida da população em virtude do perfil e histórico do prefeito, o que provavelmente intimidou a imprensa local a falar sobre o assunto de maneira menos tímida.

Esta imprensa local, que apenas reproduziu em seus sites o vídeo, publicou rapidamente a "Nota de esclarecimento da Prefeitura sobre incidente envolvendo o Prefeito Antônio Henrique em manifestação em Barreiras", emitida pela ASECOM, dirigida pelo PT. Nesta nota, recheada de manipulações textuais para dar a impressão que foi um equívoco e que o prefeito apenas desejava garantir o trânsito, não substituí o poder e impacto das imagens, que comunicam uma outra mensagem.


Na nota, o objetivo é desqualificar a manifestação, acusando de não conseguirem negociar em virtude da "intencionalidade política das lideranças da manifestação". Ora, existe alguma manifestação humana que não seja política? O ser humano é essencialmente político e obviamente um manifesto que reivindica possui pauta política. Insinuar que um prefeito que não dialoga tentou o diálogo é tão calunioso quanto insinuar que havia manipulação do manifesto.

Dentre as inúmeras tentativas de defesa do prefeito, justificam que ele fora ofendido verbalmente. Ora, que prefeito sem controle emocional é esse? Violência tem justificativa? E por fim, um parágrafo de meras duas linhas e meia em que "O Governo Municipal lamenta a exploração política do episódio, uma vez que o Prefeito estava imbuído somente do propósito de desobstruir a via, para evitar maiores problemas", tentando, mais uma vez, deslocar o fato de termos um prefeito violento, levando para o campo da oposição.

Obviamente, a oposição vai explorar politicamente o caso, e isso deve ser realmente feito para jamais naturalizar este tipo de ação, pois se depender de certos Partidos aliados que cresceram à base de manifestação e agora se posicionam contra, cada dia mais os movimentos socais serão criminalizados. Porém, não basta distribuir imagens com frases engraçadas que logo cairão no esquecimento. É necessário analisar profundamente, bem mais do que consigo neste breve texto, as condições para essa situação e acima de tudo, não aceitar o que é hábito como natural e acreditar que podemos e devemos mudar as relações de poder em Barreiras, abandonando essa velha política, porque nada é impossível de mudar!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Toda feminista é mal amada


Por Luíse Bello


(Inspirada pelo meu texto publicado  no incrível Think Olga, compartilho com vocês uma pequena introdução à minha faceta feminista. Enjoy!)

O título alarmante é pra chamar atenção mesmo e dizer que eu concordo com este que é o argumento mais batido daqueles que querem atacar o feminismo. É verdade. Toda feminista é mal amada. E ela só é mal amada porque é mulher. Sou uma delas e posso dizer que sou, sim, muito mal amada.
Sou mal amada desde criancinha quando me ensinaram que o meu mundo era um tanto quanto limitado. Na escolinha onde estudei até a quarta série (não sei o equivalente no mundo atual), o único brinquedo que havia no pátio era uma mesa de totó. Muito velha, muito capenga, mas era um sucesso – e exclusiva para os meninos. Eu já não gostava de futebol, mas tinha tanta vontade de brincar naquilo! E o fato de não poder me angustiava. Era a primeira de muitas experiências do tipo.
Conforme fui crescendo, descobri que a mídia também não me amava. Não fui amada por todas as novelas que retratavam somente mulheres que não se pareciam em nada comigo (ou com a maioria das mulheres que eu conheço); não fui amada pelos noticiários que tratam mulheres poderosas com desdém, focando por vezes em seus atributos físicos em detrimento de sua intelectualidade e conquistas alcançadas; não fui amada pelas revistas que me davam 101 conselhos para enlouquecer um homem e nenhum para me manter sã em meio a tanta pressão; não fui amada pelas receitas de emagrecimento que me adoeceram em busca de um ideal que só satisfaria aos outros; não fui amada pelas dicas de maquiagem que esconderiam as minhas imperfeições – e que me apontaram muito bem quais são elas.
Certamente não sou amada por uma sociedade que me condena se eu preservar a minha sexualidade (Puritana! Fresca! Cu doce! Sonsa!) e me condena se eu vivê-la livremente (Puta! Vagabunda! Piranha!); não sou amada por homens cada vez mais exigentes em aparência física e que dão notas de 0 a 10 para o meu corpo, analisando se sou digna ou não de sua afetividade; não sou amada pelas mulheres que, vítimas dessa realidade, me veem como ameaça, como inimiga, como alguém que está com inveja do que elas têm ou são ou, pior, como alguém que quer roubar o companheiro delas; não sou amada por uma conjuntura social em que as minhas roupas são vistas como determinantes da minha personalidade; não sou amada numa cidade sitiada por tarados, na qual devo evitar ruas, roupas e horários para não ser atacada; não sou amada por aqueles que culpam as mulheres em caso de assédio ou estupro contra elas.
Também não me ama o mercado de trabalho, que me oferece uma remuneração menor e, no fundo, torce o nariz para a minha maternidade; não sou amada pelas piadinhas sujas que ouço calada de meus superiores e colegas, por medo de perder o emprego em caso de denúncia; não sou amada ao ser chamada a atenção por excesso/falta de maquiagem; não sou amada por uma maioria masculina em cargos de chefia; não sou amada pela desconfiança de como consegui meu emprego ou uma promoção.
Sou mal amada porque, se eu não casar até uma certa idade, ninguém mais vai me querer! Nem se eu engordar, nem se eu emagrecer demais, nem se eu for muito poderosa (porque isso ~assusta~), nem se eu for muito submissa, nem se eu for muito inteligente, nem se eu for muito burra, nem se eu não me depilar, nem se eu falar palavrão, nem se eu gostar de sair à noite, nem se eu quiser compromisso sério, nem se eu não quiser compromisso sério. Não sou amada quando querem que eu, solteira, namore (só por namorar, só por ter alguém, só pra ter um homem que me ~assuma~); namorando, que eu case; casada, que tenha filho; com um filho, que tenha mais; com mais, que eu tome cuidado pra não embarangar e perder o marido. Não sou amada quando me dizem pra ter cuidado, hein, senão ele arranja outra!!!
A publicidade, então, me odeia! Afinal, não me vejo nos anúncios e sempre me pedem para mudar, seja meu cabelo, meu carro, minha cerveja, meu absorvente, minha barriga, meu molho de tomate, meus sapatos, meu hálito, meu refrigerante, meu provedor de internet, sempre me lembrando de que, assim, eu vou ficar mais gostosa, mais atraente, mais feliz, mais segura, mais tranquila -e menos eu. Porque, não adianta, eu nunca tô 100%. Eu nunca sou suficiente. Como, então, posso me sentir amada?
Se eu fosse amada (veja bem, não digo nem BEM amada, o que seria muito melhor. Só amor já ajudaria!), não reclamaria; não me sentiria feia, nem gorda, nem deslocada, nem magra, nem incapaz. Poderia circular livremente pelas ruas da minha cidade vestindo o que eu bem entendesse, sem que ninguém se sentisse no direito de opinar sobre o meu corpo ou me dissesse o que gostaria de fazer com ele. Ah, se eu fosse amada, seria valorizada em qualquer setor que eu desejasse trabalhar. E leria publicações femininas que falassem mais sobre mim, e menos sobre o que querem os homens. Se eu fosse amada, realmente, em todos os aspectos da minha vida, eu definitivamente não precisaria ser feminista, nem lutar por condições mínimas de liberdade para a mulher.
Não sendo o caso, sou mal amada e, sendo assim, só me resta ser feminista.
Postado originalmente em Cronicamente carioca

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

"Entre nós": sobre a violência doméstica contra a mulher.

"Começou quando eu engravidei do meu primeiro filho".

"Entre Nós" é um projeto fotográfico independente, feito por alguém que não aguenta mais ouvir sobre mulheres que sofrem violência dentro das próprias casas - histórias, muitas vezes, sobre pessoas muito próximas e queridas.

Depois de pesquisar, ouvir e conversar com muitas mulheres - sobre sofrer violência e não contar para ninguém, sobre sofrer e contar, sobre o efeito devastador que isso causa na vida da pessoa, sobre procurar ajuda, sobre medo, sobre culpa, sobre impotência, sobre silêncio, sobre todas as milhões de complexidades que este tema envolve - este projeto foi a forma que eu encontrei de me posicionar, de dizer "não concordo". Não pretendo, com isso, trazer as respostas, mas sim incomodar e gerar uma discussão sobre o assunto. Não se trata, portanto, de uma campanha, mas de uma proposta de reflexão sobre um tema que não é suficientemente falado no Brasil.

"Eu esperei ele mudar. Faz 11 anos  que eu estou esperando".
Sim, existem crianças que apanham em casa, idosos que apanham em casa, homens que apanham em casa. Mas, neste projeto, estamos falando exclusivamente sobre a violência doméstica contra a mulher: ela acontece em todas as classes sociais e em todas as idades, e está muito mais próxima do que às vezes podemos imaginar. Os números são assustadores (veja alguns dados e exemplos em Links Úteis).

Todas as mulheres retratadas aqui são atrizes, mas encenando situações de histórias reais: não se trata, portanto, da Maria ou da Joana, pessoas específicas, com casos específicos. Estas personagens são a representação de um contexto enorme, realmente complexo, e de um situação que afeta muita, muita gente - e que, principalmente, não pode deixar de ser discutida.

Estas fotos são uma forma de protesto.


Texto retirado integralmente do site do projeto "Entre nós". Confira todas as fotos CLICANDO AQUI!


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A expansão da UFBA

Por Nelson Pretto¹

A
Comissão de Patrimônio, Espaço Físico e Meio Ambiente da Universidade Federal da Bahia tem estudado algumas propostas para a sua expansão em termos de área física. É sabido e visível que estamos já espremidos tanto no campus de Ondina como no Canela. Ao longo dos últimos anos, a UFBA ampliou seus espaços para além da capital, implantando os campi de Barreiras, que depois deu origem à Universidade do Oeste da Bahia, de Vitória da Conquista e um outro em Camaçari, que até agora não mostrou o foco de sua implantação sem ter efetivamente saído do papel. Estão sendo estudados, segundo seu Plano de Desenvolvimento Institucional, a “criação do Campus UFBA no Subúrbio Ferroviário de Salvador e um outro na Chapada Diamantina, com sede em Lençóis”. Não resta dúvida que a UFBA olha para diversos outros espaços e áreas e isso, em princípio, é muito bom.

No entanto, esta expansão precisa ser mais discutida no interior da própria universidade e, principalmente, com a sociedade baiana.
A questão norteadora das futuras discussões que espero que em breve aconteçam, deve ser prioritariamente compreender qual o modelo de universidade queremos para a Bahia. Um Estado que saiu da lamentável situação de só ter a UFBA como instituição federal de ensino superior, para a privilegiada situação de ocupar o 3º lugar no país em número de Federais por estado, contanto com cinco Instituições: além da UFBA, temos a UFRB no Recôncavo, a do Sul da Bahia, a do Centro Oeste e a do Vale do São Francisco, esta em pareceria com Pernambuco.
A UFBA cresceu, tendo hoje cerca de 40 mil alunos entre graduação e pós-graduação, com a implantação de muitos cursos noturno (em 2012.1 eram 7.679 alunos nos cursos noturnos), sendo esta uma aspiração de muitos, no interior na própria comunidade universitária e na sociedade. No entanto, precisamos pensar que tipo de universidade está sendo implantada, especialmente no período noturno. O que temos visto, basicamente, é que à noite, nossos alunos têm aulas e nada mais. O que sempre criticamos quando da absurda e desordenada expansão do sistema privado de ensino superior, está sendo a nossa prática: a implantação de escolões de terceiro grau! À noite, não há pesquisa, não há extensão, não há vida universitária! E mesmo para as atividades de ensino, as condições concretas estão longe de serem as minimamente adequadas para uma instituição que se valha do título de superior. São condições verdadeiramente inferiores, de trabalho, de infraestrutura e, como consequência, também de ensino.
É com base nesta experiência que temos que pensar sobre as possibilidades de expansão da UFBA. Durante o rico evento UrBA 2013, realizado em novembro último na Faculdade de Arquitetura, participei de um debate sobre o tema. Umas das apresentações realizadas foi a do superientende do IPHAN na Bahia, meu ex-aluno Carlos Amorim, que apresentou a possibilidade da UFBA vir a se agregar ao esforço de revitalização da região do comércio na cidade baixa aqui em Salvador. Com isso, alguns históricos prédios poderiam ser usados pela Universidade. De novo, a questão central volta à tona: usados para que? Para mais salas de aulas? Será essa a expansão que almejamos? Podemos pensar o mesmo para o chamado subúrbio ferroviário: que UFBA lá queremos?
Se a resposta for apenas ocupar salas de aulas para que alunos daquelas regiões possam receber aulas, estas oferecidas por professores que até lá se deslocariam para oferecer os conteúdos curriculares, seguramente esta não é uma adequada opção para a expansão da UFBA. Estaremos perdendo, assim, uma grande oportunidade de, efetivamente, entender a Universidade como um ente que tem como indissociável o ensino, a pesquisa e a extensão, tudo isso inserido fortemente naquelas regiões para, efetivamente, fazer a diferença na produção da ciência, de culturas e conhecimentos, estes fortemente articulados e enraizados com a realidade local que, conectada pelas redes digitais, seria, ao mesmo tempo planetária. Essa é a grande UFBA que queremos e não uma expansão pela simples expansão.
¹ Professor (e ativista) da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Secretário regional da SBPC-Bahia. Membro da Academia de Ciências da Bahia
Retirado originalmente de Terra Magazine

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sessão Extraordinária da Câmara Municipal de Barreiras: nada de extraordinário, tudo igual!


Por Paula Vielmo



A primeira postagem de 2014 não traz muitas novidades em termos de acontecimentos e fatos, pois vai abordar a sessão extraordinária da Câmara Municipal de Barreiras ocorrida na terça-feira, 07 de janeiro de 2014.Tal sessão foi convocada para "apreciar vetos parciais do executivo municipal opostos às leis orçamentárias 1.049/2013, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias - LDO, 1.050/2013, que institui o Plano Plurianual PPA, 1.051/2013, que estima a receita e fixa a despesa do Orçamento Anual LOA, bem como a Lei 1.040/2013, e ainda para votação do projeto de lei nº. 019/2013 de autoria do Poder Executivo municipal que dispõe sobre a organização administrativa da Prefeitura Municipal de Barreiras" (Fonte: CMB), resumindo, para votar os vetos do prefeito à LDO, PPA e LOA e a reforma administrativa que propunha a criação de três novas secretarias municipais.

A sessão, marcada para 19:30 começou às 19:41. Os vereadores/as começaram a chegar a partir das 19:20, mas no horário marcado nem todos haviam chegado. O vereador Hipólito (PTC) chegou após a chamada e os vereadores Carlão (PSD) e Digão (PP) não compareceram (nem foi justificada a ausência por nenhum dos coleguinhas). A galeria da Câmara ficou lotada, sobretudo por muitos governistas e pessoas com cargos no governo municipal. Estava preparado o cenário perfeito para o grande espetáculo de stand-up coletivo que aconteceria nas mais de três horas a seguir.

Representar, nos palcos ou o povo, é uma arte e requer talento. Arte e talento são dois atributos que os vereadores e vereadoras de Barreiras, altamente incompetentes e despreparados para a boa política - entendida como aquela que beneficia os interesses coletivos, ou seja, da população -, não possuem. 

Após a leitura da pauta pela vereadora Karlúcia (PMDB/1ª Secretária), o vereador Aguinaldo (PTdoB) sugeriu um minuto de silêncio pelo falecimento da mãe de B.I. (PROS) e houve a queda repentina de um vidro, assustando os presentes. Em seguida desses episódios a palavra foi franqueada e vivenciamos mais de duas longas horas de falas esvaziadas por parte dos protagonistas da comédia stand-up tragicômica daquela noite: os "nobres" vereadores.

Vereador Otoniel
O primeiro a subir na tribuna foi o vereador Otoniel (PCdoB). Ele melhorou o discurso e escolheu uma linha interessante naquela noite: sobre o aumento dos gastos do município com a criação de mais três Secretarias, principalmente na folha de pagamento do funcionalismo público. Todavia, o discurso do vereador foi interrompido pelo faniquito do vereador Aguinaldo, que solicitou "aparte" e não aguentou esperar nem suportou as vaias de algumas pessoas da galeria. O vereador começou a berrar e bater na mesa, incorporando o papel de faniquito clássico. Depois disso o discurso de Otoniel se perdeu e ele finalizou na pequena política das suas indicações que haviam sido vetadas: postos de saúde, asfalto, apoio aos grupos de capoeira...tudo muito legislativo.

Vereador Aguinaldo
Esse episódio foi a motivação de vários que se seguiram no que trata de silêncio da população. O presidente da Câmara, vereador Tito (PDT) pediu que não houvesse manifestação na galeria, como prevê o Regimento Interno da Câmara. O povo de Barreiras já é passivo, então atender essa solicitação, sobretudo com maioria de governistas, não foi difícil. Que povo (tragicamente) obediente!

Vereadora Karlúcia
A próxima fala foi do vereador Aguinaldo (PTdoB), que dos dez minutos, como de praxe, utilizou quase dois para "agradecimentos, felicitações e futilidades afins". Depois defendeu o prefeito, com argumentos de pequena política de que apoiou fulana e agora está com ciclano: lindo de se ver a fidelidade ao prefeito, mas traição total ao povo! A vereadora Karlúcia (PMDB) subiu à tribuna com algumas várias folhas de um discurso entregue pela assessoria (durante a sessão, sem qualquer disfarce), mas se perdeu ao passar as folhinhas e depois disso...alguns gaguejamentos e nada aproveitável.

Vereadora Marileide
Em claro revezamento entre discursos prós e contras os vetos, subiram à tribuna o vereador Lúcio (Solidariedade), para defender o prefeito e os vetos. Em seguida a vereadora Marileide (PSL) subiu com um compêndio de direito como parte de sua personagem e fez seu discurso, nos moldes de sempre: citação de leis e leis, e reconhecimento de que antes votou a favor das emendas e agora votaria a favor dos vetos porque era inconstitucional. Ora, ambos (Lúcio e Marileide) são da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final da Câmara e não perceberam que era "inconstitucional" antes dos vetos de Tonhão?! Como assim, Marileide?!

Eis que sobe o presidente Tito, ocupando a tribuna em defesa das emendas, de que não eram inconstitucionais e dizendo que todos os projetos encaminhados pelo Executivo em 2013 foram aprovados, exceto o de aumento da tarifa de ônibus por causa de intervenção do Ministério Público. Após, entram em cena com suas falas limitadas em tempo e conteúdo, os vereadores Gilson (PROS), Alcione (PHS), Eurico (PPS), Rui Mendes (PTdoB), Vivi (PCdoB), Núbia (PP) e por fim, B.I. (PROS). Era mais tentativa de justificar a contradição que viria a seguir do que propriamente falar da ordem do dia.

A galeria estava bastante esvaziada às 22:13 quando começou a votação. Compreensível, porque suportar aqueles discursos nada com nada realmente é muito difícil. Inicialmente a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), seguida da LOA (Lei Orçamentária Anual), parecer do PL 019/13 e do PL. Até então a votação seguia padronizada: 11 votos a favor dos vetos do Prefeito (Aguinaldo, Vivi, Beza, Eurico, Hipólito, Gilson, Lúcio, Graça, Marileide, Núbia, Rui)  e 05 (Alcione, B.I., Célio, Karlúcia e Otoniel) contra, mas de repente aconteceu uma reviravolta quando Alcione, apoiado por Otoniel, ambos membros da Comissão de Planejamento, Trânsito e Obras leu a resposta de um requerimento feito à prefeitura, protocolada às 19: 11. 

Vereador Rui
Foi citação de regimento interno da Câmara aqui e ali, até que o vereador Rui disse, sem qualquer vergonha como era o jogo: "somos 11 hoje e seremos 11 daqui a dez dias, vota logo hoje!" E assim foi feito e aprovou-se a criação de mais três secretarias com o mesmo placar de 11x05, criando mais de 350 cargos para as Secretarias de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Serviços Públicos e Trânsito e Segurança Cidadã. Observemos que o vereador Vivi, apesar de ser do PCdoB, que "se diz" oposição ao governo de Tonhão, continua votando com o governo sem qualquer constrangimento e fidelidade partidária.

Fazia tempo que eu não frequentava as sessões, e sinceramente, aquela noite me lembrou como é difícil fazer tal acompanhamento: é muita pequena política em cena para suportar quando já se tem uma leitura mais ampla sobre o processo político, o sistema representativo e suas limitações e a convicção da necessidade de ruptura com tudo o que está posto. Aquela noite foi a reafirmação de que a política representativa está falida, não funciona em Barreiras e em nenhum lugar, pois as negociatas e interesses pessoais e de agrupamentos se sobrepõem aos da sociedade coletivamente. Foi um espetáculo de tudo o que não deve ser feito como boa política!