Por Paula Vielmo
Fotos: Marciel Viana
Fotos: Marciel Viana
Na terça-feira, 09 aconteceu a solenidade de abertura oficial do semestre 2014.2 da UFOB, regado a recepção pomposa das autoridades, com direito à palco debaixo de toldos e fanfarra com estudantes paramentados debaixo do sol escaldante. Tudo para os cursos novos da área de saúde e palanque eleitoral daquele pior tipo.
Todas as autoridades foram
recepcionadas sob vaias estudantis intensas. A insatisfação era perceptível,
tanto que não foi abafada pelas palmas dos/as governistas presentes. Com cartazes empunhados e
repletos de reivindicações e frases irônicas, os/as estudantes receberam a
oradora inicial: a Reitoria Pró-Tempore da UFOB sob continuas vaias durante
toda a sua fala, finalizada com um convite para dialogo na sala da reitoria
naquele mesmo dia às 14h.
Falou a única estudante do curso
de Medicina que é da região e em seguida quatro estudantes no palco receberam,
das autoridades, jalecos e posaram para fotinhas. As famílias dos estudantes
colocaram os jalecos em seus filhos/as. Naquele momento, eu me senti como em
uma formatura do ensino fundamental. Foi muito patético!
Em seguida leu o prefeito municipal de Barreiras (estavam presentes os prefeitos de Barreiras, LEM, Barra, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa). Leu um discurso feito por outrem, que continha muitos elogios aos governos petistas e supervalorizava o curso de Medicina.
Em seguida leu o prefeito municipal de Barreiras (estavam presentes os prefeitos de Barreiras, LEM, Barra, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa). Leu um discurso feito por outrem, que continha muitos elogios aos governos petistas e supervalorizava o curso de Medicina.
Os estudantes assumiram a frente
do palco, separados/as por uma linha de seguranças do governador e começou a
falar Paulo Espeller, representante do MEC. Aquele discurso padrão do PT “em
1968 eu lutava pela democracia, para que vocês possam se manifestar hoje em
igualdade comigo e blá blá blá”. Tão igual: ele com o microfone no palco e os estudantes
com cartazes e no grito (naquele momento já silenciados pelo perspicaz
governista).
Para finalizar entra o terrível governador do estado da Bahia, que se orgulha de ter vindo diversas vezes ao oeste. Pena que nenhuma para tratar da educação estadual, seja básica ou superior, de sua responsabilidade, mas largada na fila interminável do SUS (sentiu o drama?!).
Para finalizar entra o terrível governador do estado da Bahia, que se orgulha de ter vindo diversas vezes ao oeste. Pena que nenhuma para tratar da educação estadual, seja básica ou superior, de sua responsabilidade, mas largada na fila interminável do SUS (sentiu o drama?!).
No meio de tudo isso, DOIS
estudantes da UNEB, resistindo, como a nossa Universidade do Estado da Bahia.
Eram poucos, mas deram o recado: WAGNER, ASSUMA A UNEB! Questionaram,
somando-se aos demais, sobre o fato do governador não pisar no Campus da UNEB
em nenhuma de suas vindas ao oeste em todos esses anos. Wagner não respondeu.
Ninguém respondeu.
O circo armado começava a querer
baixar a lona quando Gustavo, estudante de Biologia, representante estudantil
no Conselho Universitário da UFOB ocupou a tribuna e gritou no microfone “Estudantes,
bem vindos ao INFERNO da educação federal baiana”. Questionou a recepção e o
palanque politiqueiro e desfilou criticas fundamentadas aos governos federal,
estadual e municipal, mas não sem antes ser interrompido.
A democracia do PT cortou o
microfone, religado sob fortes protestos dos presentes. As vozes destoantes dos
estudantes precisavam ser caladas, então veio o autoritarismo e desligou o
microfone definitivamente. O mesmo homem que, em 2006 (não lembro exatamente o ano) chamou a PM para expulsar
professoras/es em assembleia no Polivalente.
Eu vi. Eu estava nos dois
momentos históricos: no primeiro como estudante e no segundo como candidata a
Deputada Estadual. Em ambos, o mesmo homem do PT feriu o direito à organização
e à manifestação. Queria a opinião de Espeller agora!
Uma coisa é certa: a festa não
saiu como o planejado e foi lindo de se ver a latência do Movimento Estudantil,
grande ou pequeno, mas VIVO! Parabéns aos estudantes. Sigamos sempre em luta!
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