sexta-feira, 10 de abril de 2009

Série Bertold Brecht

Sou uma fã incondicional da poesia e da literatura de Brecht! O cara é um gênio incrível, de uma capacidade de expressão atemporal, tão grande quanto Shakespeare, mas menos romântico e mais politizado.

Os escritos de Brecht são tão atuais hoje, quanto quando foram escritos. Nas palavras de Edmundo Moniz:

Brecht é uma época. Uma época tumultuosa de rebeldia e de protesto. Refletem-se, em suas obras, os problemas fundamentais do mundo atual: a luta pela emancipação social da humanidade. Brecht tem plena consciência do que pretende fazer. Usa o materialismo dialético da maneira mais sábia para a revolução estética que se dispôs a promover na poesia e no teatro.


Hoje, inicio uma série de publicações de um texto de Brecht, chegado até mim via camarada Rose, conhecedora da minha admiração por este poeta revolucionário. Espero que apreciem, e sobretudo, reflitam após a leitura.

Introdução


As cinco dificuldades para escrever a verdade*
Bertold Brecht

Hoje, o escritor que deseje combater a mentira e a ignorância tem de lutar, pelo menos, contra cinco dificuldades. É-lhe necessária a coragem de dizer a verdade, numa altura em que por toda a parte se empenham em sufocá-la; a inteligência de a reconhecer, quando por toda a parte a ocultam; a arte de a tornar manejável como uma arma; o discernimento suficiente para escolher aqueles em cujas mãos ela se tornará eficaz; finalmente, precisa de ter habilidade para difundir entre eles. Estas dificuldades são grandes para os que escrevem sob o jugo do fascismo; aqueles que fugiram ou foram expulsos também sentem o peso delas; e até os que escrevem num regime de liberdades burguesas não estão livres da sua ação.

* Texto de 1934, traduzido por Ernesto Sampaio, pulicado no Diário de Lisboa de 25.04.82.

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