quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Inicia o ano legislativo: ano novo, velha política


Por Paula Vielmo para "Idéias são à prova de bala"



Ontem, 15, houve a abertura dos "trabalhos" da Câmara. Foi, digamos, uma noite inusitada pela quantidade de discursos e pelo teor dos mesmos.

O evento - só pra variar - começou atrasado em 30 minutos. Depois disso, uma breve observação no espaço pouco ocupado (mas mais do que nas sessões diurnas) constatei o que seria confirmado mais tarde: o local estava repleto de autoridades civis, militares, eclesiásticas, secretários/as de governo e o todo poderoso representando do Poder do Transporte, o dono das empresas de ônibus e legislador do transporte coletivo em Barreiras (na fileira do fundo, só observando). Repleto de "representantes" de entidades que só aparecem quando recebem convites, mas sem o povo de Barreiras. De "povo", que não recebeu convite, creio que só havia eu e mais umas duas ou três pessoas.

Em seguida, uma novidade no espaço: um painel e uma logo da nova gestão da Câmara. O painel, posto na Câmara Municipal de Barreiras, possivelmente quis trazer a diversidade na sua composição, mas pecou pela falta de algum/a indígena e pior: não lembra em nada o perfil ou "a cara" do povo de Barreiras. Ao meu lado no momento da análise, uma ilustre professora que concordou comigo.

Ao iniciar, nada constava no expediente e logo em seguida vieram os discursos. Dos 11 vereadores, só não falaram Beza e Leidiomar. Dos que falaram, alguns deveriam ter se mantido calados.

Sobrinho e B.I. tiveram apoio de um discurso impresso, provavelmente elaborado pela assessoria, sem que os mesmos tivessem o cuidado de ler antes, para conhecer o texto e não passar vergonha em público. Com todo respeito a quem não tem acesso e permanência a educação formal e de qualidade, esses dois vereadores pareciam analfabetos (não sabiam ler).

Do discurso evasivo e meloso do Bispo Daniel, a mega defesa desnecessária de Hipólito, a tentativa frustrada de Carlão de tecer críticas, o nervosismo do Giovanni Mani que categoricamente falou que o "SEU MANDATO" está a seviço daqueles que o apóiam, esquecendo ou falando abertamente que apenas representa alguns segmentos e não toda a população. Não posso esquecer de Iremá que disse voltar para "concluir" os projetos do mandato anterior (se alguém souber de pelo menos um me informe, pois penso que nem ele sabe de algum).

Naquele momento de quase absoluto tédio e certa indignação diante dos discursos, eis que levanta o vereador Tito, dito de partido de oposição para agitar a platéia, criticando a pouca atuação do legislativo nos últimos dois anos e a necessidade de reativar uma boa relação e imagem diante da população. Ele tem se posicionado incisivamente em relação a isso - que é verdade, contudo sempre o faz com a maior diplomacia possível, em tom de amizade com seus coleguinhas e, naquela noite com a prefeita (segundo ele, amiga pessoal, que respeita muito).

Em seguida, a prefeita não fez-se presente e também não enviou a vice (o que faz Regina Fiqueiredo no governo além de receber o gordo salário?), mas quem realmente manda junto com ela: Izolda. Esta, leu uma carta muito bem redigida da prefeita (penso que realmente foi ela que redigiu alguns trechos), entre o melodrama da boa mãe e a apresentação de uma série de obras que só o governo enxerga ou que são dos Governos Federal e Estadual. Falou muito da "saúde de excelência" (cadê, alguém viu?) e pouco da educação.

Finalizando, o presidente da Câmara, Pastor Souza, falou em tom também diplomático e sugeriu, para meu arrepio, que o governo fizesse Parcerias Público-Privadas para realizar as obras, além de anunciar algumas mudanças que considerei positivas no site da Câmara, como maior transparência a partir do acompanhamento das ações de cada vereador, e eu fiquei a pensar: se essa galera faz pouco ou nada, o que irá postar nos sites individuais? Mas adorei a novidade, porque o acompanhamento já era feito com as poucas informações, se tiver muitas vai ser ótimo!

Foi uma noite interessante, apesar de eu me sentir constrangida de estar na "casa do povo", frente a frente com quem afronta diariamente o povo de Barreiras. Sem dúvidas foi importante para verificar que "tudo continua como dantes no quartel de Abrantes" e precisamos urgentemente mudar esse cenário e personagens, sendo que os protagonistas devem ser o povo organizado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo seu comentário!!! Volte sempre :)