segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Até quando, Barreiras, serás reino da impunidade?


Por Paula Vielmo

Na sexta-feira (04), escrevi sobre a semana pedagógica e comentei sobre o absurdo da convocatória de Jusmari em relação aos contratados e apadrinhados do governo, numa ação de revolta imensa. No entanto, é a indignação latente que me faz escrever agora e expor o que eu soube em relação às reuniões.

Infelizmente eu tinha outro compromisso, senão teria ido ao centro cultural, para pessoalmente testemunhar o evento, mas confio no repasse que me foi feito. As fontes foram seguras e nada do que foi dito foge do contexto cotidiano de Barreiras, a não ser por um pequeno e ousado levante.

Por incrível que pareça, soube que a reunião no sábado começou no horário e foi breve. O centro cultural estava abarrotado de pessoas e a prefeita falou sem usar microfone, o que para mim caracteriza que não queria ser bem ouvida e bem compreendida em suas falas. Ela estava acompanhada do marido deputado (Oziel Oliveira), da Secretária Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Maria do Carmo) e da fiel escudeira (Izôlda).

Segundo a "fonte", a prefeita foi enfática em afirmar que os/as contratados não tinham direito a receber 13º salário, bem como de "reclamar" na imprensa, pois eles tinham nela (Jusmari), uma AMIGA. Além disso, que todos contratos seriam renovados, exceto se a pessoa não quisesse assinar.

Nesse espetáculo, houve um momento para "perguntas", provavelmente para garantir a maquiagem da participação. No entanto, três pessoas fizeram corajosas intervenções, questionando sobre os atrasos nos pagamentos e a ausência da cópia do contrato, que não é entregue aos contratados/as (mais um desmando).

Ao saber dessas intervenções por parte de contratados, que historicamente tem mais medo pela instabilidade do vínculo com o município, fiquei bem animada, mas durou pouco. Os questionamentos começaram a gerar rebuliço e a fiel escudeira interveio para manter a ordem estabelecida e acabaram os questionamentos e a reunião.

Não bastasse esse ENORME desrespeito com os/as trabalhadores/as, a reunião de domingo foi para relembrar a função do cargo de encarregado escolar (que até hoje não me é clara), bem como que é um cargo do governo, ou seja, um braço do governo "Cidade Mãe" em cada escola, pois trata-se de indicação politiqueira. Isso lhes lembra algo? Eu fico enojada só de pensar.

Na verdade, estamos vivendo num IMENSO cabine de empregos, o que fortalece a reeleição da prefeita rosinha, através da política de cabresto, muito bem aprendida com o falecido Antônio Carlos Magalhães. Esses empregos, lotam a folha de pagamento e é forte a presença de muitas pessoas que nada ou pouco fazem de produtivo e educativo dentro das escolas municipais.

Falando em escola municipal, amanhã ou depois conto sobre um absurdo que chegou até mim e foi encaminhado. Realmente fico surpresa com os desmandos e desrespeitos que o povo de Barreiras sofre, principalmente os mais humildes.


"A minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, crítica e organizada contra os ofensores" Paulo Freire

3 comentários:

  1. ... enquanto os homens exercem seus podres poderes...

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  2. A prefeita mostra mais uma vez sua natureza coronelista. É um absurdo ameaçar profissionais contratados, não lhes pagar seus direitos e ainda nomear-se AMIGA. Muitas pessoas na minha escola foram convocadas para essa reunião vergonhosa e me relataram a mesma coisa. O medo de perder sua vaga e seu salário (apesar de atrasado e sem as vantagens que lhes são de direito mesmo sendo contratados) faz com que essas pessoas permaneçam em silêncio. Mas nós não ficaremos assim.

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  3. Anderson diz.....
    A intencionalidade dessas reuniões não contribuem para a educação. Verdadeiramente, Barreiras não merece esses desmandos e imposições incoerentes e irresponsáveis. A indignação não pode ser a nossa única atitude, há que nos organizarmos em prol do respeito às pessoas.

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