segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Posse da nova direção municipal do PSOL


O PSOL/ Barreiras realizou no dia 29 de agosto, domingo, um curso sobre feminismo. O curso foi muito produtivo e esclarcedor. Debatemos questões que estão veladas e passam despercebidas no cotidiano; debatemos os principais tipos de feminismo e suas influências; discutimos como o sistema capitalista manipulas as imagens das feministas para que pareçam raivosas e afastem as pessoas da discussão. Foi muito bom mesmo!

Na sequência, realizamos no dia 01 de setembro a posse da nova Direção Municipal. Foi um dia tenso, pois antecedeu a posse a audiência na qual sou uma das processadas. Na solenidade, houve um debate sobre "As mulheres nos espaços de poder", conduzido por Zilmar Alverita, militante feminista e dirigente estadual do PSOL-BA. Também foi Zilmar que ministrou o curso sobre feminismo no domingo. Pense numa mulher com propriedade sobre o tema? É Zil!

Na posse, assumi a presidência do PSOL em Barreiras, juntamente com mais 4 companheiros/as que estão como secretária geral, tesoureiro, secretário de comunicação e secretário de formação política. Parece grande coisa assumir a presidência, mas para mim não é nada demais. Os desafios, a dedicação, o compromisso e a responsabilidade com a luta independe de cargos e da posição que assumimos.

Segue abaixo o rascunho do meu discurso, que no momento da fala foi modificado cerca de 50%, com acréscimos. Espero que comentem para que eu possa fazer uma análise, já que a auto-análise já foi feita.

Há mais de dois anos atrás, em uma data simbólica, nasceram as discussões que constituíram as bases sólidas para a fundação do PSOL de Barreiras. Era 02 de julho de 2007, e enquanto o município estava em festa, comemorando um feriado, estávamos reunidos discutindo os rumos que esperávamos para Barreiras e um novo Partido Político, que não poderia ser qualquer um a não ser os resistentes da solitária esquerda brasileira.

Vivemos neste tempo curto, dentro do nosso partido novo, momentos difíceis para a militância aguerrida, pois não é fácil nem simples construir em Barreiras uma oposição programática e um partido político que não exista apenas de dois em dois anos para a disputa eleitoral. Esse foi e é o nosso maior desafio cotidiano: fazer do PSOL um partido para além de eleições e candidaturas.

Buscamos fortalecer o PSOL dia-a-dia, de maneira responsável e coerente. Não nos interessa ser vanguarda, ser partido de iluminados e iluminadas, mas também não nos interessa oportunistas e caça siglas.

Diante do entendimento partidário de que devemos aprender com os erros dos outros para não repeti-los, acreditamos que o PSOL não deve ser personificado, e para isso buscamos fazer a rotatividade da direção e dos cargos e oportunizar que diversas pessoas vivenciem experiências de ser dirigente do nosso partido em Barreiras.

Nesse processo, assumo, enquanto jovem mulher, a presidência do PSOL com um difícil desafio à frente: pontuar nossa oposição socialista num governo em que mulheres estão à frente no município e desmistificar o papel das mulheres nos espaços de poder; romper com os modelos e estereótipos de mulheres dóceis e amáveis no poder, que não mexem nas estruturas e reivindicar mais mulheres no poder, mas não qualquer mulher: mulheres com referência nas lutas populares, referenciadas nas trajetórias de luta do povo trabalhador, rechaçando conciliação de classes, lutando por uma sociedade justa e igualitária.

Devemos reafirmar a nossa posição de esquerda e assumir a tarefa de mostrar ao nosso povo coisas que são consideradas comuns e passa despercebida no cotidiano, como o esgoto a céu aberto desfocado pelas flores delicadas; os gastos com futilidade como pintar os prédios de rosinha numa política explicita de internalizar o conservador rosa como cor das mulheres. Devemos pontuar e trazer debates que não fazem parte do nosso cenário local, a exemplo do feminismo.

Concluo convocando todas e todos presentes a estarmos juntas/os nessa luta complexa, porém possível e necessária em nosso município.


Por estar na UNEB, contextualizei que não estávamos ali por acaso. É proposital e objetivo nosso levar as pessoas para dentro da UNEB, mesmo que seja via partido. Ainda confirmei a nossa histórica luta em defesa da UNEB e a necessidade real e imediata de lutarmos contra a tentativa tranloucada do governo Wagner de fechar o Campus IX.

Um comentário:

  1. Parabéns. Precisamos remnte de uma oposição. Seu blog ja é parrte do movimento. Continue com as informações e as críticas cotrutivas.

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