Por Paula Vielmo
Na terça-feira, 30/11, palavras oriundas da vereadora e deputada estadual já diplomada, Kelly Magalhães (PC do B) me causaram profunda indignação, revolta e dor. Não é sentimentalismo, até porque não faz meu perfil, mas considerei uma contradição tão imensa que não posso me calar. E també, apesar de saber dos rumos que o mandato dela tem tomado, confesso que fiquei DECEPCIONADA. Assim, já me pronunciei em outros espaços e para diversos compas e agora, com tempo, escrevo neste espaço.
Naquela famigerada sessão, Kelly disse que os estudantes haviam se comportado bem, ao contrário de outras vezes que aquela casa fora palco de agressões. Tais palavras passariam despercebidas, se eu não fosse o elo histórico presente ali, e que faria a relação de 2007 e 2010 com extrema precisão.
Sim, Kelly, eu me lembro perfeitamente que em 2007, num clima de tensão a cada sessão da Câmara, VOCÊ ERA A ÚNICA vereadora que levantava e falava da tribuna em defesa de nós, estudantes. Você era combativa, apesar de não ter apoios. Você nos defendia, pois sabia que a nossa luta era justa, era correta. Você disse aos vereadores que eles não estavam acostumados com atos de democracia e manifestações dentro da Câmara. Foi você que disse e fez isso tudo. É louvável, e não retirarei o mérito de sua coragem naquele momento (2007).
Alguns dizem que as pessoas mudam. Eu não acredito que as pessoas mudem tão rápido, acredito que as pessoas se revelam diante de certas situações. Foi o que aconteceu com você, Kelly.
Como que você, uma "comunista", acusa estudantes em luta de serem agressores? Não éramos e somos nós, agredidos violentamente pelos representantes que nada nos representam? Não fomos nós que sofremos representações judiciais apenas por lutar de maneira combativa como nunca antes outros fizeram dentro da Câmara? Não é o povo de Barreiras, agredido pelo valor absurdo da tarifa de ônibus em contrapartida de serviço tão ruim?
Ah, passaria despercebido se não fosse eu lá, em 2007 e 2010. E eu não deixarei de registrar a minha imensa indignação e decepção com os rumos que a sua história de militância toma a partir de suas escolhas em defesa dos "opressores" em detrimento dos "oprimidos/as".
Você tem dito insistentemente que ocupar um cargo público tem ônus e bônus, e essa frase foi adotada por vários de seus coleguinhas vereadores, no intuito de justificarem para si mesmos as próprias ações altamente equivocadas.
Saiba que fazemos o nosso caminho e traçamos a nossa história, e daqui a alguns anos esse texto será lembrado, pois "vossa excelência" será cobrada de suas opções. E a história, Kelly Magalhães, traçada por você, não lhe absolverá.
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