segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Um pouco sobre a eleição pra direção na escola...

Calendário de mobilização contra o aumento da passagem de ônibus: Levante e lute!
29/11 (segunda-feira) - caminhada da Câmara Municipal às 17h00 até a Pça Castro Alves, seguida de confecção de materiais em praça pública.
30/11 (terça-feira) - acompanhar a sessão da Câmara às 16h00.
01/12 (quarta-feira) - GRANDE ATO PÚBLICO CONTRA O AUMENTO. Concentração em frente à Prefeitura às 15h00 em direção à Câmara Municipal.
VAMOS À LUTA!!!

domingo, 28 de novembro de 2010
Violência é caso para inteligência
Quero conversar com os demais deputados para chamar a atenção para algumas coisas que fogem a obviedade. É claro que a situação no Rio é uma situação delicadíssima, inaceitável. Todos nós sabemos disso, mas cabe ao Parlamento um debate um pouco mais profundo, do que necessariamente faz, ou fazem os meios de comunicação. E, nesse sentido, quero pontuar algumas coisas. Primeiro, a venda fácil da imagem de que o Rio de Janeiro está em guerra. Quero questionar essa ideia de que o Rio está em guerra.
Primeiro, que as imagens, as armas, o número de mortos, tudo isso poderia nos levar a uma conclusão da ideia de uma guerra. Mas, qual é o problema de nós concluirmos que isso é uma guerra, de forma simplista? Não há elemento ideológico: não há nenhum grupo buscando conquistar o estado. Não há nenhum grupo organizado que busca a conquista do poder por trás de qualquer uma dessas atitudes. As atitudes são bárbaras, são violentas, precisam ser enfrentadas, mas daí a dizer que é uma guerra, traz uma concepção e uma reação do Estado que, em guerra, seria matar ou morrer. Numa guerra a consequência e as ações do Estado são previstas para uma guerra. Hoje, inevitavelmente, o grande objetivo é eliminar o inimigo e talvez as ações do Estado tenham que ser mais responsáveis e mais de longo prazo.
Para ler na íntegra, clique aqui

sábado, 27 de novembro de 2010
Ministério Público em ação para barrar aumento de buzão!
Na última terça-feira, 23, estive juntamente com os compas Claudio e Janara na 1ª Promotoria Pública de Barreiras, conversando com o promotor Eduardo Bittencourt sobre a situação de ausência de licitação do transporte coletivo em Barreiras (onde encontra-se denúncia desde 2008) e o aumento da tarifa deste seviço de péssima qualidade para absurdos R$2,05.O promotor, muito sensível à causa e a necessidade de regularizar essa situação, informou sobre o inquérito cívil em andamento e algumas ações a serem tomadas pelo MP, paralelo às mobilizações populares.
Assim, ontem, 26, liguei para o MP para confirmar as ações e informar um fato novo: a presidente da Câmara, Kelly Magalhães, na terça a tarde, informou à um estudante da UNEB que o Projeto provavelmente seria votado na terça, 30.
Para alegria geral da nação, o promotor Eduardo é um cara de coragem, de muita coragem. É preciso dizer isso, pois o promotor anterior, o qual tive a oportunidade infeliz que dialogar diversas vezes cobrando questões referentes ao cumprimento da meia entrada e transporte coletivo, não dava muita importância às demandas encaminhadas.
É notória ainda essa coragem, pelas alterações ou pelo menos tentativas de mudanças em diversos espaços, a partir do momento em que o Dr. Eduardo assumiu a titularidade da 1ª Promotoria (moralização do uso das calçadas, fiscalização da merenda escolar, inquéritos civis das dezenas de representações contra a prefeita e sua famigerada administração, combate à poluição sonora no cais, entre outros).
Escrito isso, vem a boa notícia que o promotor forneceu: encaminhou ofício para a prefeita, com cópia para a presidente da câmara, recomendando que ela retire o PL Nº 033/2010 ou que não sancione-o caso seja aprovado e a convocou para assinar um TAC - Termo de Ajuste de Conduta junto ao Ministério Público no dia 14 de dezembro.
Paralelo à isso, existe uma grande articulação UNITÁRIA para uma manifestação de rua na semana que vem, o que informarei depois, pois a reunião para pensar, discutir e deliberar sobre isso, COLETIVAMENTE, será hoje.
Vamos à luta!
"Ousar lutar, quando a regra é ceder"

quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Dia Mundial de combate à Violência contra MULHERES
A cada 2 horas uma mulher é assassinada!
A cada 3 minutos uma mulher é violentada!
Até quando?
CHEGA DE VIOLÊNCIA!
25 DE NOVEMBRO - Dia Mundial de combate à Violência contra MULHERES
A história de Maria da Penha continua se repetindo, diariamente, na vida das mulheres brasileiras, especialmente as mais pobres, negras e jovens. Em diversos casos, elas buscaram proteção do Estado, sem sucesso. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, apenas 2% dos agressores de mulheres são condenados em nosso País.
O Estado, através da sua negligência, tem torturado cotidianamente milhares de mulheres brasileiras. A Lei Maria da Penha não é aplicada por falta de investimentos e pelo machismo que existe também nas instituições estatais que, na maioria das vezes, não protegem as vítimas que pedem socorro.
Vivemos em um Estado com grande déficit habitacional, que além de não garantir o direito a moradia à população pobre, oferece o despejo e a rua como única alternativa às mulheres e suas famílias que lutam e resistem nas ocupações urbanas, e também àquelas que, nas ocupações rurais, lutam pelo fim do latifúndio e pela possibilidade de trabalho e de uma vida digna no campo. Nas filas dos presídios todos os dias várias mulheres são desrespeitadas, humilhadas e violentadas durante as revistas. As mulheres lésbicas também são constantemente agredidas, vítimas do machismo e do preconceito praticado pela sociedade e pelo Estado. Todos têm direito à livre orientação sexual.
A violência e a subordinação da mulher são tratadas como algo natural. O machismo tem alcançado níveis alarmantes! Não podemos aceitar! CHEGA! Precisamos nos organizar para combater todo tipo de violência e preservar os direitos de todos os seres humanos.
Todos têm direito a uma vida sem violência!
HOJE PALESTRA SOBRE MULHER, GÊNERO E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ÀS 19h00 NA CÂMARA MUNICIPAL!
Eu vou, bora?!
Texto do panfleto elaborado para ato em BH hoje, mas que serve para a nossa realidade de modo idêntico.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Programação completa da CAMPANHA 16 DIAS DE ATIVISMO NA UNEB PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E PESSOAS LGBTTS


terça-feira, 23 de novembro de 2010
"Até quando você vai fica levando porrada?" (Gabriel, O Pensador)
Para quem deseja saber um pouco mais sobre a situação do transporte público coletivo municipal, a conjuntura e constatar que existem focos de resistência no velho oeste contra os desmandos locais e mais especificamente sobre a questão do transporte coletivo, acesse e leia:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010
I ENCONTRO DO PROGRAMA PERMANECER - ICADS/UFBA - 23 a 25 DE NOVEMBRO DE 2010
Acontece de 23 a 25 de novembro o I Encontro Permanecer do ICADS/UFBA, em Barreiras.
A programação está bastante interessante. Para quem quiser saber mais, é só acessar o blog do evento: www.programapermanecericads.blogspot.com
Espero participar da abertura amanhã, já que das demais atividades diurnas o emprego/trabalho me impede e no dia 25 tem programação da campanha 16 dias de ativismo na UNEB pelo fim da violência contra a mulher e pessoas LGBTTS.

domingo, 21 de novembro de 2010
Estudantes ocupam reitoria da PUC-SP pela redução das mensalidades
Desde o começo do ano, pedimos a redução das mensalidades, tendo em vista a permanência estudantil. Atualmente, o custo dos cursos da PUC-SP é um dos mais altos no país, e há anos tem sido reajustado acima da inflação do período. Hoje existem, na PUC-SP, cursos que chegam ao valor de até três salários mínimos.
*Redução imediata das mensalidades
*Abertura do edital de bolsas, cedidas pela Universidade
*Flexibilização da negociação das dívidas dos inadimplentes;
*Rematrícula dos inadimplentes;
*Redução do preço do restaurante universitário;
*Criação de um centro de educação infantil, para estudantes e trabalhadoras deixarem seus filhos;
*Auditoria da dívida da PUC feita pela comunidade;
*Nenhuma punição aos estudantes mobilizados;
*Fim da Secretaria de Administração Escolar (SAE), em pró das secretarias específicas das faculdades;
*Incorporação dos funcionários terceirizados ao quadro de funcionários da Universidade;
*Fim do Conselho Administrativo em pró de um Conselho Universitário participativo a professores, funcionários e estudantes
*Fim do contrato maximizado dos professores;

quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Novo aumento de buzão NÃO!!!
A tarifa passaria dos ABSURDOS R$1,60 atuais para R$ 2,05!!! É assalto ao bolso do povo trabalhador dessa cidade abandonada no velho oeste, a capital baiana da impunidade.
Se alguém ainda não sabe, o transporte coletivo em Barreiras é IRREGULAR, como já escrevi aqui várias vezes, pra TODO MUNDO saber, e funciona sem concessão pública ou passou por licitação. E como serviço essencial, a licitação é exigência! E existe denúncia no Ministério Público desde 2008.
Será que MAIS UMA VEZ a população vai se calar? Vamos juntar forças pessoal..
Para começar, lanço a campanha para que as pessoas que acharem o aumento descabido, enviar e-mails para a assessoria de comunicação da câmara: ascom@cmbarreiras.ba.gov.br, para quem sabe sensibilizar a vereança da necessidade de barrar esse aumento e de regularizar a situação do transporte coletivo.
Vamos usar a internet a favor do bem coletivo.
Saudações sempre em luta!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010
LANÇAMENTO DA CAMPANHA 16 DIAS DE ATIVISMO NA UNEB PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

com a PALESTRA
“A violência contra a mulher: tantas formas..." a ser ministrada pela advogada da AATR (Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais da Bahia), Isadora Browne, especialista em direitos humanos e pesquisadora de gênero.

Prefeitura, cadê os vales transportes?
O ano está terminando e um problema assolou a vida trabalhista dos servidores públicos de Barreiras. Esse problema, aparentemente simples de resolver - e é -, não fosse a grande incompetencia que reina nesta "terra sem lei" chamada Barreiras.
Hoje, aos 17 dias do mês de novembro, recebemos metade dos vales. Isso significa que estamos há 17 dias pagando para ir até o local de trabalho.
Infelizmente, a fiscalização por parte da população está insatisfatória e por parte dos/as vereadores/as é inexistente.

terça-feira, 16 de novembro de 2010
Novembro negro em Barreiras
SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CAMPUS IX
COLEGIADO DE LETRAS
Conferência de abertura: Profº Joaquim Pedro Soares Neto – Diretor da UNEB/DCH-Campus IX (Barreiras-Bahia0, Professor Ricardo Tupiniquim e representante da embaixada de escritores Angolanos Cadido.
Participação do Bancando Literatura.
Dia 17 – 19H00 às 22H30
Oficinas temáticas.
Dia 18 – 19H00 às 22H30
Mini-cursos e comunicações.
Dia 19 – 19H00 às 22H30
Encerramento com apresentações culturais e apresentação do projeto da Professora Maria Almeida, de temática contra a violência doméstica.
Local: UNEB
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SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Na semana de 17 a 20 de novembro. Barreiras será sede de um evento de extrema importância nacional: A Semana da Consciência Negra, organizado pelo Dr. Isidro Cardoso da Cruz e pela professora Maria helena, da Coordenadoria Municipal de Cultura.
Venha! Participe conosco deste momento!
PROGRAMAÇÃO
DIA 13 – 19H00
1º Encontro nacional de capoeira do grupo IUNA.
Curso de capoeira com os filhos do mestre Bimba.
Local: Escola Municipal Padre Vieira
Dia 14 – 19H00
Oficinas:
• Hip-Hop
• Dança Afro
Local: Mercado Cultural Caparrosa
Sessão Solene – Câmara Municipal de Barreiras
Apresentação Cultural – Dança Afro (alunos do PETI – Mucambo).
Palestra: A historia da Consciência Negra
Orador: DR. Isidro Cardoso
Apresentação Musical – Alunos do PETI – Sede.
Palestra: O Estatuto da Igualdade racial
Oradora: Drª Débora Moraes Rego de Castro – Juíza da vara do Trabalho em barreiras
Local: Câmara Municipal de Barreiras
Dia 18 – 19H30
Palestra: A posição do negro no mercado de trabalho, na distribuição de renda e no grau de instrução nas últimas décadas.
Orador: Cap. PM Bel. Cristiano Andrade da gama – Sub-comandante da PM de LEM-BA
Local: Palácio das Artes
Dia 19 – 19H30
Palestra: Política de cotas como forma de inclusão e exclusão.
Orador: Prof. Edson carvalho de Souza Santana – mestrando em educação e Contemporaneidade pela UNEB.
Mesa Redonda: Políticas de Cotas – profº Edson carvalho, Dr. Isidro Cruz e Profª Luciângela Silva Costa.
Local: Mercado Cultural Caparrosa
Dia 20 – 19H00
Desfile da Beleza Negra
Apresentação de Hip-Hop, dança Afro, maculelê e capoeira.
Agradecimentos.
Encerramento.
Local: Mercado Cultural Caparrosa

segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Os Ninguéns (Eduardo Galeano)
As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam supertições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não têm cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Uma nova / velha história de burocracia pública

segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Dilma ganhou... e agora?
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A então candidata Dilma Roussef e seu vice, Michel Temer![]() |
Dilma Roussef foi eleita presidente. Confirma-se assim o peso da vitória do governo Lula e a coalizão por ele dirigida. O governo ampliou sua maioria na Câmara, passando a ter 402 deputados de um total de 513 parlamentares. Conseguiu ainda a maioria no Senado, que foi palco de derrotas importantes do governo passado, passando para 59, em um total de 81 senadores. Com isso, o governo passa a ter uma maioria confortável no Congresso, algo que Lula não teve no primeiro nem no segundo mandato.
Elegeram também a maioria (15) dos governadores, incluindo regiões de peso como Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, que estavam nãos mãos da oposição de direita.
Por fim, e mais importante, elegeram Dilma Roussef. Ela nunca tinha antes sido eleita nem para vereador. Agora vai ocupar o cargo mais importante da República. É uma demonstração de força do governo e, em particular, pessoal de Lula, que escolheu a candidata e foi seu principal cabo eleitoral.
A oposição de direita sai duramente derrotada das eleições. Mais quatro anos longe da cadeira presidencial. Pior ainda, tendo de enfrentar Lula em 2014 que sai do governo com mais de 80% de aprovação. Não chegam a estar mortos, já que mantém o governo de 10 estados importantíssimos como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e agora também o Pará. Mas saem derrotados, e muito.
Os motivos da vitória de Dilma
A explicação da vitória governista pode ser encontrada na combinação entre o crescimento econômico e ao papel de Lula e do PT no governo.
O crescimento econômico tem sido o maior dos últimos anos, incluindo a retomada pós-crise de 2008. A previsão é de aumento do PIB de 7% em 2010. Isso facilitou muito para Lula e o PT conseguirem soldar uma aliança de colaboração de classes.
O crescimento possibilitou lucros gigantescos (quatro vezes mais que no governo FHC) para as grandes empresas. Lula fez pequenas concessões (reajustes do salário mínimo e Bolsa Família), que levou a um apoio político muito forte entre os trabalhadores.
Lula conseguiu com seus aliados (CUT, Força Sindical, UNE, sindicatos, etc.) controlar o movimento de massas durante seu governo. Em um evento recente da burguesia, com a presença de uma parte importante das mais importantes empresas do país, Lula comparou a situação brasileira com as greves que sacodem nesse momento a Europa e perguntou: “Qual a greve importante que aconteceu aqui nos últimos anos?”
Quem ganhou afinal?
Os trabalhadores acreditam que tiveram uma vitória. Infelizmente somos obrigados a discordar. Em sua cabeça, Dilma expressava a sua luta contra a direita representante da grande burguesia.
Na verdade, a grande burguesia se dividiu nas eleições. Serra foi o candidato da direita tradicional, com uma parte da burguesia industrial e financeira paulista, as grandes empresas da mídia (TVs e jornais), e uma parte do agronegócio.
Dilma foi a candidata de um grande setor da burguesia que cresceu muito no governo Lula e aprendeu a fazer bons negócios com o PT. São os bancos beneficiários das maiores taxas de juro de todo o mundo, a construção civil beneficiária das obras do PAC e do "Minha Casa , Minha Vida", grandes empresas que recebem financiamentos do BNDES. Isso inclui uma parte importante dos bancos (o Itaú e a família Safra, por exemplo), grandes construtoras, mineração (Eike Batista, o homem mais rico do país; Vale, a maior empresa privada), comércio (Abilio Diniz, do Pão de Açúcar), siderurgia (Benjamin Steinbruch, dono da CSN) e muitos outros setores.
Além disso, é necessário destacar que uma parte da burocracia petista está se transformando diretamente em grandes burgueses como é o caso de José Dirceu e Luis Gushiken.
O imperialismo se manteve eqüidistante nas eleições, satisfeito com qualquer uma das duas opções. É evidente que os governos imperialistas tem excelentes relações com Lula , a ponto de dar-lhe grande destaque nas reuniões internacionais e possibilitar tanto a Copa como a Olimpíada no Brasil. Não é para menos: Lula lhes assegura grandes lucros e estabilidade no Brasil, assim como um papel de aliado nas crises latino-americanas. Além disso, mantém a ocupação militar do Haiti já por seis anos, a serviço do governo dos EUA.
O Finantial Times, expressão do capital financeiro internacional, nas vésperas da eleição apoiou em editorial a candidatura de Serra. Mas os termos em que manifesta o apoio são muito significativos. "Ambos são notavelmente similares. São sociais-democratas que crêem em políticas pró-mercado com forte componente social". No final fala que , com a vitória de Dilma, Lula vai seguir como um presidente paralelo e deve voltar em 2014. E termina afirma: "Ao menos para interromper essa relação com o poder, Serra é a melhor opção para o Brasil."
Em essência, os bancos estrangeiros dizem que tanto Dilma como Serra são confiáveis, mas para evitar que o PT e Lula fiquem no poder por 16 anos, seria melhor que Serra fosse eleito.
Existe uma enorme diferença com o Lula eleito em 2002, que já tinha uma aliança com uma parte da burguesia, mas ainda provocava temores nos setores majoritários do capital. Basta ver a instabilidade financeira naquela época (em que o dólar ultrapassou os R$ 4) e a estabilidade atual. Hoje o conjunto da burguesia encarou a eleição com tranqüilidade (inclusive a que apoiou a oposição de direita), e uma parte importante apoiou Dilma.
Os mais esperançosos poderiam dizer que tanto os trabalhadores como a grande burguesia podem estar certos ao mesmo tempo ao achar que foram vitoriosos com a eleição de Dilma. Isso estaria bem de acordo com a ideologia dominante de colaboração de classes. Mas a vida real não é assim. Em uma sociedade dividida em classes, em geral uma classe ganha quando a outra perde.
Mesmo no crescimento econômico atual isso pode ser visto. Em termos relativos os trabalhadores são mais explorados hoje que no governo FHC. Produzem muito mais, geram lucros gigantescos e ficam com uma parcela menor desse lucro do que antes. Qual a classe que sai vitoriosa das eleições então? A grande burguesia, sem nenhuma dúvida.
Não tiveram apenas uma, mas pelo menos três grandes vitórias.
A primeira delas foi eleger uma candidata que além de ter respaldo da alta burguesia e da maioria do congresso, ainda tem o apoio majoritário dos trabalhadores do país e de suas principais entidades de massas, como a CUT, Força Sindical, UNE, sindicatos, etc. Isso facilita em muito retomar projetos como a reforma da previdência, que já está em estudos.
A segunda foi a situação de relativa estabilidade econômica e política do país na qual se deu as eleições. No debate entre as duas principais candidaturas jamais esteve questionado o plano econômico neoliberal que está sendo aplicado no país. A discussão gerou ao redor de quem seria o melhor gerente para esse plano.
A terceira vitória para a burguesia é passar a ter Lula como uma salvaguarda do regime, que pode ser utilizado em momentos de crises políticas. Ou ainda voltar ao poder em 2014, com a lembrança das massas do crescimento econômico em seu governo.
Quais são as perspectivas?
Os trabalhadores elegeram Dilma sem grande entusiasmo. Não têm expectativas de grandes mudanças, apenas buscam defender as pequenas conquistas como emprego (mesmo precarizado), o Bolsa Familia e os reajustes no salário mínimo.
Mesmo isso, no entanto, estará em questão, caso a crise econômica que já atinge fortemente a Europa se generalize e atinja o Brasil. Se os governos europeus atacam duramente os trabalhadores de seus países pode-se imaginar o que vai acontecer no Brasil.
Já nos dias de hoje o país sofre as conseqüências da crise, com maiores dificuldades para suas exportações e uma inversão na balança de pagamentos (que mede as relações econômicas como um todo com o estrangeiro). No período de crescimento anterior, tínhamos uma balança superavitária. No ano passado já tivemos déficit e vamos a um rombo de mais de 50 bilhões de dólares em 2010.
Como forma de se prevenir da crise, a equipe de governo de Dilma Roussef já está planejando uma reforma da Previdência para o início do mandato. Aproveitando-se do inevitável apoio inicial, o novo governo, pelas notícias da imprensa, já estaria planejando uma reforma que aumentasse a idade para a aposentadoria.
Infelizmente os trabalhadores terão de fazer sua própria experiência de que não foi uma aliada que acabou de ganhar as eleições. Nós queremos fazer esse alerta: o novo governo Dilma vai atacar os direitos dos trabalhadores como vocês nunca imaginariam. É preciso começar a preparar a resistência contra a provável reforma da Previdência do governo Dilma.
