segunda-feira, 14 de maio de 2012

Audiência Pública ou Audição Pública sobre a UFOB?

Por Paula Vielmo

No dia 10 de maio de 2012, aconteceu no Centro Cultural de Barreiras, a Audiência Pública sobre a Implantação da Universidade Federal do Oeste da Bahia, promovida pela Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público da Assembleia Legislativa da Bahia. O evento marcado para às 8:00 começou com quase duas horas de atraso,  às 9:40.

Mesa de Abertura

Iniciou com a composição da mesa de abertura, com 10 pessoas, das quais apenas duas eram mulheres: Kelly Magalhães e Jusmari Oliveira (a prefeita chegou às 10:30). Não estávamos bem representadas, e ainda observar a pouca presença feminina nos espaços de poder e de discussão sobre a Educação, sendo que nós mulheres somos maioria da categoria educadora, me deixou indignada.

O espaço do Centro Cultural estava praticamente lotado, sendo que muitas das pessoas lá presentes eram servidores do município, estando em "destaque" as "azulinhas" (pessoal da Secretaria de Educação).

De todas as pessoas que falaram na mesa, por mais de uma hora, apenas duas falas foram significativas: a do Bispo Dom Josafá que fez uma análise ampla sobre a Universidade e os elementos de permanência dos estudantes e servidores nas Universidades no interior do país e a do Sr.Lourival, da CODEVASF que enfatizou o papel da Universidade para ajudar a combater a seca do sertão.

Entretanto, de todas as falas, a do Deputado Estadual Eures Ribeiro (PV) foi a pior de todas, ele é um sem noção, que além de não saber o que é uma Universidade, discursou de maneira sectária sobre ser contra a expansão da UFOB para fora do Oeste, esquecendo-se que trata-se de uma Universidade Pública Federal.

Mesa da Audiência Pública
Era mais de 11:00 quando as falas da mesa de abertura terminaram e foi composta outra mesa, agora com os Deputados Estaduais da Comissão presente e os membros da Comissão de Implantação da UFOB. Nessa mesa, apenas Kelly Magalhães fazia-se presente como figura feminina e mais uma vez estávamos mal representadas.

Apesar das falas da mesa de abertura argumentarem que o objetivo era muito mais "ouvir" do que falar, não foi o que aconteceu. Apenas 10 pessoas fizeram uso da palavra, realizando considerações e perguntas. O tempo estava curto, obviamente, e quando a palavra retornava para a mesa, os Pró-Reitores da UFBA não paravam de falar!

Novamente, de toda a plenária, apenas uma mulher falou: fui eu. Não poderia ficar calada diante de tantos absurdos que ouvira e de algumas indagações e angústias. Além da minha fala, as duas perguntas que fiz: Quais os cursos previstos para cada um dos quatro Campi da UFOB e se há no Projeto da nova Universidade Restaurante Universitário e Residência Universitária, nenhuma foi respondida! Nem as minhas e nenhuma das demais.

Naquele espaço que deveria ser de discussão, o que vimos foi uma disputa continuada sobre "quem" é a mãe ou pai da UFOB, por determinados cursos elitistas e pelo desprezo por parte da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público da Assembleia Legislativa da Bahia pelas Universidades Estaduais e em especial pela UNEB, da qual a Deputada "do Oeste" é egressa.

A audiência terminou com a fala espetacular de Marciel, representante estudantil na Comissão de Desmembramento e a convicção de que não fomos lá para uma "audiência pública", mas para uma "audição pública".


3 comentários:

  1. Adorei o texto....você poderia resumir a ideia principal da fala de Eures??? Muito me surpreende um deputado que diz ter começado sua carreira em um grêmio estudantil ir de encontro com o progresso da educação.

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  2. Jamille, que bom que gostou do texto!

    Sobre resumir a ideia principal de uma fala vazia não dá...rs
    Eures não disse nada com nada além de puxar o ovário de Jusmari e defender que não houvesse outros Campi da UFOB fora das terras oestinas. Foi mais ou menos isso, que eu me lembro.

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  3. Amei o Texto, realmente isso nos deixa triste a educação ficando sempre a discussão politica é não a discussão EDUCAÇÂO, como deveria. PARABÈNS garota.

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