terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de maio

Uma homenagem ao 1º de Maio e a todos os trabalhadores do mundo:

ALIENAÇÃO

No pão que comemos,
na casa em que moramos,
na roupa que vestimos,
nos veículos que nos transportam
sempre para o mesmo lugar...
Nos livros que raramente lemos,
nas primeiras palavras escritas
e lidas por nossos filhos...
Em tudo que vemos
está o produto do seu trabalho.

Mas, tudo o que vemos
apesar de produzido por ele,
não o realiza, não o completa...
não lhe traz felicidade.
Preso a uma teia ardilosamente
planejada, tramada...
para que na interminável
jornada de produzir
apenas produza...

Como a formiga que corta a folha
e a carrega sem perguntar:
por quê? Para que? Para quem?
Mas todos os dias
acaba conversando com outros como ele
e falam dessa "vida"... ou dessa morte?

Vamos à casa daquele
que produz o alimento
e o vemos passar fome.
Vamos à casa do pedreiro
e descobrimos que a casa onde mora
não é dele.
Os filhos dos que produzem roupas,
estão nús.

Os que montam veículos
vão para o trabalho à pé.
Os que ensinam a ler e escrever
não podem comprar livros
e o trabalho não os permite ler.
Mas, se um dia,
destruíssem a teia que os escraviza...
e se descobrissem que não estão sós...

Mudariam o rítmo desumano
do modo de produzir
e seriam donos do fruto de seu trabalho.
Todos comeriam.
Todos teriam um teto
para se abrigar.
A terra serviria para matar a fome do homem.

Os livros seriam mais lidos
e mais escritos.
Pois, todos teriam tempo para sonhar.
Os veículos transportariam o homem
para um novo lugar, para um novo mundo...
Então, o homem seria
irmão do homem.

Paulo Oisiovici.
1º de Maio de 2001.

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