segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cadê a comunicação?

No dia 05 de julho de 2008, no auditório do campus Edgard Santos, da UFBA, em Barreiras, aconteceu a 1ª Conferência Territorial de Comunicação Social da Bahia.

O evento, divulgado na internet e em folders para acontecer na UNEB/Campus IX, foi rapidamente e misteriosamente transferido para a UFBA. A única justificativa partiu do diretor da UNEB, Profº. Dr. Joaquim Pedro Neto, de que houve um "ruido na comunicação". Que ironia, "ruidos" na conferência da comunicação.

Diante da falta de um motivo formal e justificável, fico muito à vontade para expôr algumas possibilidade desta mente fértil:

1) A UFBA é no centro da cidade (Justificativa fraca, pois é um evento com "representações" que podem se deslocar para qualquer lugar);

2) A UNEB é estadual, mas está sucateada e não ficaria muito bonita nas gravações e fotos;

3) Não se pode, em pleno ano eleitoral e véspera de ínicio de campanha, os aliados do governo utilizar-se de dizer que "trouxeram a UNEB" pra Barreiras, na disputa pela "maternidade da criança";

Em meio a poucos rostos, diante da abrangência de 03 territórios que totalizam 41 municipios, a grande maioria do público presente estava composto por figurinhas carimbadas dos eventos com representações, e outros poucos oriundos da "caravana do governo". No início, um discurso sobre as conferências aparentemente fabuloso, de espaço de participação democrático, onde o "povo pode expôr as demandas e "guiar" as ações do "governo de todos nós. Ms com poucas pessoas e poucas representações, fica o grande questionamento: HOUVE COMUNICAÇÃO?

Depois de participar de tantas conferências, é inevitável, diante do atropelo dos debates de praticamente todas, esperar algo novo.

Os discursos dos/as componentes da mesa de abertura expuseram seus desejos de uma boa conferência, entre confetes à figuras carimbadas, numa demonstração nojenta de puxa-saquismo. Meu estômago embrulhou. Pensei naquele espaço e no absurdo, de uma conferência da comunicação não ser divulgada amplamente à sociedade! Entre tantos flashes de máquinas fotográficas e filmadoras, refletia sobre a incoerência daquilo tudo. Mas será que poderia, esta conferência, ser diferente? Esta possibilidade passou por minha cabeça, numa esperança de que devemos nos opor, sempre, ao fatalismo. Ainda, lembrei-me de Brecht: "Não desperdicem um só pensamento com o que não muda! Mas retirem toda a humanidade sofredora, do poço com as cordas que existem em abundância [...]"

Dentre os aplausos e a institucionalização dos movimentos sociais pelo "governo das conferências", muitas reflexões e imagens passaram por minha mente e decepcionalmente, senti muita falta do combativo e questionador "Movimento Estudantil da UNEB", dos cartazes, de panfletos, enfim, de algo para questionar o governo de sua responsabilidade que vai além das conferências. O que houve, MEUNEB?

Infelizmente, devido a demandas urgentes e prioritárias naquele momento, impediram-me de acompanhar e participar de todo o evento e dos grupos de discussão. E saí de lá com a sensação terrível e angustiante de que era um pensamento que estava sendo desperdiçado.

2 comentários:

  1. O ponto positivo das conferências na Bahia são as apresentações do grupo de teatro de rua "1º de maio". Eles/as são excelentes!!!

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  2. Companheira! Visite meu blog! Um abraço forte, Ewerton!
    www.diariosdelviajero.blogspot.com

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