segunda-feira, 28 de julho de 2008

Juventude excluída no presente pode ser futuro?

Portal Aprendriz, 23/07/200
Desemprego, informalidade e baixa escolaridade excluem 19 milhões de jovens brasileiros
Gláucia Cavalcante

Desemprego, informalidade e baixa escolaridade excluem socialmente 19 milhões de brasileiros entre 15 e 19 anos, ou seja, mais da metade do total de jovens do país (34 milhões). Desses, 6,5 milhões não trabalham nem estudam, o que representa 1 a cada 5 jovens. No recorte 15 a 17 anos, apenas metade está no Ensino Médio. 4 milhões de jovens saem da escola sem completar o Ensino Fundamental. Os dados são do diagnóstico Trabalho Decente e Juventude no Brasil, que será lançado este ano pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em primeira mão, o oficial de políticas de emprego da OIT, Rogério Costanzi, divulgou alguns números do relatório durante o Seminário Lei do Aprendiz no Brasil, que aconteceu em São Paulo (SP). “A pesquisa mostra a dívida que a sociedade brasileira tem com a juventude. A escolaridade dos jovens de família rica é o dobro das de família pobre”, disse Costanzi. O estudo constata que uma grande parcela de jovens de 15 a 17 anos ainda sai precocemente da escola. “Grosso modo, apenas metade está no Ensino Médio. 20% saíram da escola e um terço deles está no Ensino Fundamental”, afirmou.

Outro dado do relatório revela que 4 milhões de jovens saíram da escola sem completar o Ensino Fundamental. “Juntando os dados de jovens que não estudam nem trabalham, o quadro é ainda mais preocupante: 6,5 milhões, ou seja, a cada 5 jovens, 1está sem trabalhar e sem estudar”. Costanzi ressaltou que a situação da inserção de adultos no mercado de trabalho é precária, porém, quando se trata de jovens, a situação é ainda pior. A taxa de desemprego desse público é 3,2 vezes maior que a dos adultos. “15 milhões de jovens estão excluídos do mercado por meio do desemprego ou do trabalho informal, ou seja, a cada 3 jovens, 2 estão excluídos. Do total, 60% deles estão no setor informal", disse.

Na década de 1990 houve um aumento no número relacionado à qualificação e escolaridade, porém o desemprego para os jovens aumentou em 50%. “Esse mercado precisa ser vista como prioridade”, destacou. “É notável que a sociedade tenha um olhar para a juventude associado a problema, instabilidade e risco. Isso porque o jovemé um desafio que precisamos resolver. A questão da inserção dos jovens no é considerado como alguém que tem muita rotatividade no mercado. Porém isso não acontece por indecisão dos jovens, e sim pela situação precária que o mercado se encontra. Eles acabam sendo usados como mão-de-obra temporária pelas empresas”, concluiu Costanzi.

Fonte: Clipping Educacional de 24/07/2008

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Esses dados alarmantes explicitam uma realidade social de exclusão do jovem, desde muito cedo, o que representa uma continuidade do sistema social posto. E cá fico a refletir: é comum ouvirmos que o "jovem é o futuro do país", mas e como será esse futuro, se no presente ele já é tratado com descaso e abandono? Precisamos de políticas públicas próprias para a juventude. Políticas de inclusão educacional, econômica, profissional, política... Mas cá comigo também penso: será que essa "ausência" de políticas públicas não é proposital, para manter a sociedade como está: uns com mais e outros com menos? Para alimentar o capitalismo, através de miséria, segregação e exploração?

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