quinta-feira, 19 de maio de 2011

Educação do cabresto

Por Paula Vielmo


Apesar da minha memória estar cada vez pior, lembro como hoje o motivo da minha opção pela Educação através da Pedagogia. Eu já era, no ensino médio, militante política, animada e combativa. Queria uma profissão que contribuísse com a TRANSFORMAÇÃO da sociedade e considerei a Educação o melhor caminho para isso.

Afirmo que sou Educadora, por opção e formação, e educação para mim é militância política, no sentido mais amplo da política e não na limitação ignorante da maioria. Considero, nas palavras de Paulo Freire, "o ato de educar como um ato político", logo, é de longe neutro ou imparcial. Educação é ideologia, é tomar partido. Se assim não o for, é alienação, é reprodução, é algo mecânico e que apenas contribui para manutenção do status quo.

Estar na Educação com todo seu sucateamento e grande esquema de desmonte, COMBATENDO essa situação, cada vez maior e mais forte, é nadar contra a maré. E não é fácil. Essa opção é por vezes dolorosa, ademais quando nos deparamos com situações e pessoas as quais confiamos como companheiras de uma mesma luta, mas se revelam "neutras" e portanto, do lado de quem domina, de quem está no poder.

Eu tenho um lado, e não é o de quem está no poder. E isso, para o PODER é uma ameaça, por mínima que seja. Assim, vivenciamos uma situação de absoluta DIDATURA e AUTORITARISMO em meio a discursos hipócritas e vazios. Discursos que soam como palavras soltas, desconexas, descontextualizadas, ditas por quem acredita que quem ouve não entende e vai obedecer apenas porque alguém manda. E o "manda quem pode, obedece quem tem juízo" já não tem mais força.

Informo, que mesmo vivendo AINDA uma educação do cabresto, nas terras de coronéis, as coisas estão mudando. Cada vez mais - e espero que cada vez mais -, existem questionamentos, divergências, embates no sentido de não aceitar o que está (im) posto. E assim, dessa forma, fazemos uma verdadeira formação crítica de nossas crianças e jovens.

Hoje, ouvi alguém me "pedindo" em tom de "ordem" que eu fosse discreta em minhas posições e opiniões. Nada, em todo o discurso foi pior do que essa palavra, no contexto POLÍTICO em que estava inserida. No entanto, quem disse isso, em meio a um discurso que tentava me coagir, apenas alimentou minhas forças e minha indignação.

Ousar lutar, quando a regra é ceder!


Um comentário:

  1. Com certeza esta pessoa não tem educação ou conhecimento da nossa Constituição Federal. Dê a alguns amigos próximos a ela uma cópia da CONSTITUÍÇÃO FEDERAL DE 1988 (não dê a ela já que poderá se sentir ofendida da falta de conhecimento).

    Dê destaque aos artigos 5º e 22º:
    (Art. 5°):_
    IV-é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;_
    IX-é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;_
    XIV-é assegurado a todos o acesso à informação e resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;_
    (Art. 220º): §2°-é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

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