Residência vira galeria de arte ao ar livre

Olhando os jornais locais para encontrar informações relevantes, achei no site do Jornal Nova Fronteira essa matéria sobre o artista local Ataliba, cuja arte e criatividade merecem ser divulgadas. Abaixo, link para ver mais imagens.

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Publicada em 11-08-09

Texto e fotos Eduardo Lena

Não tem como passar pela rua Nova, 194, fundos do Colégio Estadual de Barreirinhas, no bairro Barreirinhas, sem parar e ficar contemplando as obras retratadas nas paredes e muros da residência do artista plástico Ataliba Campos Lima. Lá, a arte não está aprisionada em molduras de madeiras, mas se estende por toda a dimensão da construção. A proposta abre um campo pictórico horizontal que obriga o observador, durante seu deslocamento lateral, a desvendar as nuances do artista. É como se as paredes falassem.

A idéia de utilizar as paredes de sua residência como local de exposição e divulgação das obras de arte surgiu por causa da falta de apoio do poder público, seja através de doação de material bem como de um local específico para a exposição dos seus trabalhos e dos artistas plásticos de Barreiras.

Os primeiros traços começaram a ser dados no mês de janeiro deste ano e embora a maior parte tenha findado em junho, ainda restam pequenos espaços que o artista pretende completar.

“Como havia paredes e muros disponíveis, aproveitei para expor um pouco do meu trabalho e transformei minha casa numa grande galeria ao ar livre. Espero que o local, batizado de calçada da arte, sirva de ponto de encontro cultural da cidade e se transforme, no futuro, na casa do artista, um ateliê onde estudantes possam interagir in loco com o artista, através de aulas de artes e pinturas. Vale ressaltar que alguns colégios do bairro, mesmo não fazendo parte da grade curricular, levam seus alunos para conhecerem a ‘Calçada da Arte’.

Quando questionado sobre o estilo de sua técnica, o artista diz não se preocupar a denominação. “Meu estilo é próprio, minha técnica é única. Um marchand de Salvador disse que nunca viu nada parecido e que minha arte se aproxima do Expressionismo. Mas Márcia Saievicz, coordenadora do Projeto ‘Diálogos Práticos de Arte-Educação’ comentou que minha arte é estilo Ataliba”, brinca o artista.

No início de seus trabalhos Ataliba usava frenquentemente a monocromia, através da utilização da tinta nanquim. Hoje, numa variante de técnicas, fruto de uma abstração mental, o preto se mistura com cores que afloram quase que acidentalmente, trazendo um colorido inconfundível em suas telas.

A utilização do nanquim e as figuras geométricas retratadas nas telas remontam ao passado, onde as primeiras tintas provavelmente foram inventadas pelos antigos egípcios e chineses. As datas exatas dessa invenção são desconhecidas. Manuscritos de cerca de 2.000 a. C. comprovam que os chineses já conheciam e utilizavam nanquim.

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