Participar de uma edição do Fórum Social Mundial foi, realmente, um sonho realizado, e depois de duas semana sem atualizar o blog, finalmente escrevo sobre o FSM. A idéia inicial era um relato diário do que aconteceu, mas a diante da dinâmica do FSM, essa organização não foi possível. Então, segue o que me veio a mente...
Eu e a compamiga Rose partimos de Barreiras em direção a Palmas/TO no domingo, 25, 7h00 e chegamos ao nosso destino, Palmas, aproximadamente 17h00. Em seguida, pegamos um coletivo intermunicipal e nos dirigimos ao município de Paraíso, onde pegaríamos o outro ônibus, agora definitivamente para Belém-PA.
Chegamos em Belém na segunda-feira, 26, véspera do Fórum. A cidade, com um trânsito caótico e uma população imensa, de aproximadamente 1,5 milhões de habitantes, não escondia - apesar da bela arquitetura histórica e das "reformas" para receber o FSM - a imensa pobreza de sua população e as condições precárias de vida.
Ficamos alojadas no AIJ - Acampamento Intercontinental da Juventude, na UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia. No momento do credenciamento, na fila, com uma quantidade imensa de pessoas, era emocionante a diversidade de idiomas falados naquele espaço.
Diante das quase 2 mil atividades disponíveis no FSM, Rose e eu selecionamos algumas, praticamente todas relacionadas ao nosso Partido, o PSOL. Era e foi, uma oportunidade de conhecer e fazer contatos com pessoas de todo o país que se organizam e acreditam no mesmo que nós: socialismo.
Na marcha de abertura, sob uma chuva forte, uma estimativa de 80 mil pessoas abriram as atividades do Fórum. Infelizmente eu estava doente e não pude me jogar debaixo daquela chuva deliciosa no coração da Amazônia. No entanto, depois da chuvar diminuir, Rose e eu nos integramos à ala do PSOL dentro da marcha e, entre vários gritos de ordem, andamos lado-a-lado com grandes figuras do PSOL, como Ivan Valente, Babá, Chico Alencar (admiração enorme) e a simpática lutadora Heloísa Helena, sem desmerecer os/as demais camaradas que estavam por lá, na maioria jovens.
Participamos de debates sobre a crise do capitalismo, ouvindo Heloísa e o representante do Partido Anticapitalista da França François Ollivier e, o fabuloso professor de história e militante do PSTU, Valério Arcary, ambos no dia 28/01; as discussões sobre a reorganização da classe trabalhadora diante da crise e a traição da CUT, entre CONLUTAS, INTERSINDICAL e diversos movimentos sociais (29/01); um painel sobre a "Auditoria da dívida na América Latina e a CPI da Dívida no Brasil", uma das melhores atividades, pois esclareceu sobre os recursos que são desviados para o pagamento de uma dívida que nem se sabe se é real, e o exemplo ousado no Equador que auditou a dívida. Expuseram nesse painel: Éric Toussaint (Comitê para a anulação da dívida do terceiro mundo); Ivan Valente (Deputado Federal do PSOL-SP que aprovou a CPI da dívida), Maria Lúcia Fattorelli (Auditoria Cidadã da Dívida), Babá (Executiva Nacional do PSOL) e um ex-deputado equatoriano, Ricardo (não recordo o sobrenome).
Ainda, assistimos os documentários "O resgate da política", realizado por mandados do PSOL, uma análise pertinente da política fora dos espaços representativos e "Viagem a Venezuela", do professor de história carioca Danilo Caruso, que entrevistou a população venezuelana sobre a Revolução Bolivariana e o governo Chaves.
Infelizmente, a programação é extremamente imensa e a vontade de participar de atividades que aconteceram simultaneamente era muito grande. Fora isso, havia um grande problema estrutural de Belém para receber aquele público gigantesco. Era MUITA GENTE mesmo! E para piorar, as atividades que aconteciam na UFPA - Universidade Federal do Pará, tinham péssima sinalização, e sendo o espaço grande, dificultava encontrar as atividades no horário.
No entanto, de todo o sonho de ir para o FSM, algumas coisas ficaram guardadas na minha mente: o AIJ repleto de lixo, o comércio desenfreado, os preços superfaturados dos alimentos e da água mineral que tínhamos que comprar pelo fato da cidade ser MUITO quente; os delíciosos almoços vegetarianos, a sensação de que estava em uma "colônia de férias hippie", como nos filmes norte americanos, e infelizmente, que a grande maioria das pessoas lá não buscarem efetivamente UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL, mas sim, apenas satisfazer suas vontades individuais.
Esse outro mundo possível de maneira alguma pode ser criado partindo de reformas no sistema capitalista. E foi isso que as pessoas por lá e as organizações a que pertencem me remeteram.
Porém, a experiência de participar de um evento desse alcance é incrível. Acordar e dormir uma semana ao som de manifestações é algo fabuloso. Estar ao lado de diversos idiomas e todas as "tribos" tentando se entender por uma causa, supostamente comum, é acreditar na humanidade e lutar por um outro mundo.
Paula Vielmo
Chegamos em Belém na segunda-feira, 26, véspera do Fórum. A cidade, com um trânsito caótico e uma população imensa, de aproximadamente 1,5 milhões de habitantes, não escondia - apesar da bela arquitetura histórica e das "reformas" para receber o FSM - a imensa pobreza de sua população e as condições precárias de vida.
Ficamos alojadas no AIJ - Acampamento Intercontinental da Juventude, na UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia. No momento do credenciamento, na fila, com uma quantidade imensa de pessoas, era emocionante a diversidade de idiomas falados naquele espaço.
Diante das quase 2 mil atividades disponíveis no FSM, Rose e eu selecionamos algumas, praticamente todas relacionadas ao nosso Partido, o PSOL. Era e foi, uma oportunidade de conhecer e fazer contatos com pessoas de todo o país que se organizam e acreditam no mesmo que nós: socialismo.
Na marcha de abertura, sob uma chuva forte, uma estimativa de 80 mil pessoas abriram as atividades do Fórum. Infelizmente eu estava doente e não pude me jogar debaixo daquela chuva deliciosa no coração da Amazônia. No entanto, depois da chuvar diminuir, Rose e eu nos integramos à ala do PSOL dentro da marcha e, entre vários gritos de ordem, andamos lado-a-lado com grandes figuras do PSOL, como Ivan Valente, Babá, Chico Alencar (admiração enorme) e a simpática lutadora Heloísa Helena, sem desmerecer os/as demais camaradas que estavam por lá, na maioria jovens.
Participamos de debates sobre a crise do capitalismo, ouvindo Heloísa e o representante do Partido Anticapitalista da França François Ollivier e, o fabuloso professor de história e militante do PSTU, Valério Arcary, ambos no dia 28/01; as discussões sobre a reorganização da classe trabalhadora diante da crise e a traição da CUT, entre CONLUTAS, INTERSINDICAL e diversos movimentos sociais (29/01); um painel sobre a "Auditoria da dívida na América Latina e a CPI da Dívida no Brasil", uma das melhores atividades, pois esclareceu sobre os recursos que são desviados para o pagamento de uma dívida que nem se sabe se é real, e o exemplo ousado no Equador que auditou a dívida. Expuseram nesse painel: Éric Toussaint (Comitê para a anulação da dívida do terceiro mundo); Ivan Valente (Deputado Federal do PSOL-SP que aprovou a CPI da dívida), Maria Lúcia Fattorelli (Auditoria Cidadã da Dívida), Babá (Executiva Nacional do PSOL) e um ex-deputado equatoriano, Ricardo (não recordo o sobrenome).
Ainda, assistimos os documentários "O resgate da política", realizado por mandados do PSOL, uma análise pertinente da política fora dos espaços representativos e "Viagem a Venezuela", do professor de história carioca Danilo Caruso, que entrevistou a população venezuelana sobre a Revolução Bolivariana e o governo Chaves.
Infelizmente, a programação é extremamente imensa e a vontade de participar de atividades que aconteceram simultaneamente era muito grande. Fora isso, havia um grande problema estrutural de Belém para receber aquele público gigantesco. Era MUITA GENTE mesmo! E para piorar, as atividades que aconteciam na UFPA - Universidade Federal do Pará, tinham péssima sinalização, e sendo o espaço grande, dificultava encontrar as atividades no horário.
No entanto, de todo o sonho de ir para o FSM, algumas coisas ficaram guardadas na minha mente: o AIJ repleto de lixo, o comércio desenfreado, os preços superfaturados dos alimentos e da água mineral que tínhamos que comprar pelo fato da cidade ser MUITO quente; os delíciosos almoços vegetarianos, a sensação de que estava em uma "colônia de férias hippie", como nos filmes norte americanos, e infelizmente, que a grande maioria das pessoas lá não buscarem efetivamente UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL, mas sim, apenas satisfazer suas vontades individuais.
Esse outro mundo possível de maneira alguma pode ser criado partindo de reformas no sistema capitalista. E foi isso que as pessoas por lá e as organizações a que pertencem me remeteram.
Porém, a experiência de participar de um evento desse alcance é incrível. Acordar e dormir uma semana ao som de manifestações é algo fabuloso. Estar ao lado de diversos idiomas e todas as "tribos" tentando se entender por uma causa, supostamente comum, é acreditar na humanidade e lutar por um outro mundo.
Paula Vielmo
Viagem incrível, hein, Paulinha? Experiências como essa deviam ser vividas por mais gente; talvez assim aquelas pessoas que pensam que o mundo não tem outra forma de caminhar vejam o contrário. Definitivamente idéias são a prova de bala. Não assisti ao filme (ainda), mas li as revistas em quadrinho que deram origem ao filme (V de Vendetta) e é bom saber que as mensagens delas chegaram tão longe!
ResponderExcluirBjs!
Caramba, que inveja!
ResponderExcluirPra mim ainda é apenas um sonho... quem sabe estaremos lá no próximo?
Abraços!
Paula,muito bom,melhor ainda seria se alguma medida realmente saisse desse encontro
ResponderExcluir