sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Alguns capítulos à parte sobre o FSM

Antes deste texto, escrevi algo geral sobre a incrível participação no Fórum Social Mundial em Belém, neste ano de 2009. Como ficaria imenso escrever tudo o que aconteceu e que achei interessante, algumas coisas vivaram, o que estou chamando de, "capítulos à parte" do relato geral, pela importância que representam, e seguem abaixo em 5 capítulos:


CAPÍTULO 1 - Frase humana: SALVE A AMAZÔNIA

No dia da abertura do FSM, pela manhã, Rose e eu nos deparamos com uma caminhada indígena, com muitos/as índios/as, pela rua princiapal do AIJ, convocando, através de uma bicicleta com um som e microfone e o auxilio de tradutores, para uma manifestação em defesa da amazônia, onde escreveria-se a frase "SALVE A AMAZÔNIA" com pessoas, no campo de futebol da UFRA. Seguimos a caminhada e fomos para o campo de futebol, debaixo de um sol escaldante, e ficamos lá por cerca de 20min na formação da frase para que a foto aérea fosse tirada . Ao lado, não é possível nos ver, mas estávamos naquela região circulada de vermelho. Foi realmente fabuloso e somente depois de ver a foto pela internet tivemos noção do quão bela e interessante ficou!


CAPÍTULO 2 - Encontrando com Heloísa Helena

Num evento deste porte e importância mundial, o PSOL organizou algumas atividades através da sua Fundação Lauro Campos. Na primeira estava programada a participação da nossa brava lutadora Heloísa Helena, no entanto, na marcha de abertura, é indescritível a sensação de ter visto de perto a admirável HH, de perceber como ela é realmente simpática e simples, e ainda, de ter recebido um beijo, abraço e tirado uma foto com ela. Ações estas que não foram simples, pois de tanta emoção, eu literalmente fiquei "envergonhada" de chegar na cara-de-pau e pedir para tirar uma foto com ela (na verdade nem dava pra pedir nada, tal era o tumulto envolta de Heloísa). Porém, depois de muito incentivo da compamiga Rose e de uma oportunidade propícia, finalmente tornou-se realidade tirar a tal foto. Ainda, ouví-la falar com tamanha crença na luta pelo socialismo e de maneira muito popular, tocando nossas mentes e corações. Apenas teria sido melhor se tivesse tempo de conversar com ela, mas não foi possível...


CAPÍTULO 3 - Experimentando Tacacá

Também na marcha de abertura, com milhares de pessoas e um trajeto enorme de mais de 5 horas, Rose e eu experimentamos uma comida típica paraense, que segundo o senhor que nos incentivou a experimentar, seria o "acarejé da Bahia".

O TACACÁ, segundo informações do site oficial da prefeitura de Belém, "é uma comida regional muito diferente, preparada com o tucupi (caldo da mandioca, previamente fervido com alho e chicória), camarões secos graúdos, goma (mingau feito com uma massa fina e branca, resultado da lavagem da mandioca ralada) e jambú (planta considerada afrodisíaca). O tacacá é servido em cuias, acompanhado ou não com molho de pimenta-de-cheiro, e é encontrado geralmente nas esquinas de Belém, em barracas das famosas "tacacazeiras". É um prato originário dos índios. " (www.belem.pa.gov.br). É delicioso!!!


CAPÍTULO 4 - Ar de "maconha"

Durante todo o tempo de permanência no AIJ (Acampamento Intercontinental da Juventude), havia uma coisa que era em grande quantidade: o consumo de maconha. De manhã cedo, após o almoço ou em qualquer horário da noite, sempre havia uma "rodinha de fumantes". Literalmente respirei tal fumaça durante todo os dias, apesar de não ser usuária desta "erva".

Longe de ser apenas uma constatação ou de parecer condenação a quem decide usar tal "erva", é a reflexão de que o tempo direcionado para tal atividade de fumante - quando esta poderia ser revertida e direcionada para pensar sobre o "outro mundo possível" e como torná-lo realidade - é, no mínimo uma perda. A junção de tantas pessoas não pode ficar resumida a uma semana sem tirar ações intervenção concretas sobre a nossa realialidade ou a um espaço de "liberdade" quando a humanidade está presa a algo terrível chamado capitalismo!


CAPÍTULO 5 - Segurança policial

Belém estava um verdadeiro forte, repleto de policiamento por toda a região do FSM. A UFRA, local do AIJ, é região periférica de Belém, e segundo relatos de estudantes da Universidade, os assaltos são frequentes e não existia policiamento nas épocas que antecederam o Fórum. Será que um FSM numa Universidade pública, federal, ao lado de uma favela, não mereceria bem mais atenção de todós nós, pela simples dicotomia que representa?

Além disso, um fato chamou a atenção na marcha de abertura do FSM, quando um batalhão de policiais protegiam, literalmente, uma loja do MCDonald´s no centro de Belém. Diante desse absurdo, algumas pessoas pararam, indignadas, e proferiram inúmeras palavras e frases que traduziam a revolta daquela cena. Mais uma vez a polícia, enquanto aparelho repressor do estado, se colocou a serviço do capital!

Um comentário:

  1. Será que um FSM numa Universidade pública, federal, ao lado de uma favela, não mereceria bem mais atenção de todós nós, pela simples dicotomia que representa?
    MERECERIA

    mas, gostria de destarcar a foto da polícia militar protegendo um dos grandes simbolos do capitalismo. ESSA FOTO É DIGNA DE PUBLICAÇÃO COM DIREITO A PRÊMIO.

    PERFEITA!!

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