quarta-feira, 5 de junho de 2013

Câmara derruba veto sobre tarifa de esgoto

Por Paula Vielmo

Foto: Thiago Ferraro

Na noite desta quarta-feira, 04 de junho, a sessão da Câmara estava lotada, e de fato, era para estar. Apesar do "showzinho" muito do desqualificado que a Câmara nos oferece nessas oportunidades, a pressão popular é sempre algo LINDO de se ver e admirar. Foi o que aconteceu na galeria do plenário, cercada de populares e de policiamento.

Iniciando a sessão, chegaram atrasados - depois que a chamada havia sido feita -, os vereadores B.I. e Hipólito. Pois bem, em pauta estava unicamente a apreciação do veto integral do prefeito Antônio Henrique (PP) ao Projeto de Lei aprovado pelo Legislativo, que retira a cobrança da taxa/tarifa de esgoto (em 80%) das contas dos munícipes. A justificativa do executivo para o veto integral foi alegando contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade. O parecer jurídico da assessoria da Câmara foi contrário ao veto.

Depois disso, seguiríamos com DUAS HORAS E MEIA de discursos, que chamarei de tragicômicos. Como já escrevi anteriormente, é desumano suportar as falas esvaziadas, geralmente de todos/as os/as vereadores/as. Eu realmente tenho a sensação, contínua, de que a maioria nem sequer sabe qual a sua função.

Tito (PDT), atual presidente da Câmara e autor do polêmico projeto, além de defensor dessa pauta relacionado ao saneamento abriu os discursos. Passou a presidência para o vice, Eurico, e falou por pouco mais de 10 minutos, em uma fala organizada, sem ceder "apartes" aos colegas (Gilson pediu). Ah, os apartes dão um texto à parte, mas enfim, não é o tema de hoje. Tito se posicionou pela derrubada do veto. Em seguida, Aguinaldo Junior (PTdoB), o "rei" dos parabéns e felicitações, além de ser o "cara dos apartes", fez uma fala em defesa da manutenção do veto e atacou o colega Carlos Tito.

Seguindo, fez uso da palavra: Karlúcia (PMDB), contra o veto; Otoniel (PCdoB) contra o veto (com um discurso surpreendentemente seguro); Alcione (PHS) contra o veto; Marileide (PSL), com um discurso medíocre, acanhado e covarde, indicando ser a favor do veto; Digão (PP), contra o veto; Carlão (PSD), contra o veto; Eurico (PPS), contra o veto; Beza (PSC), contra o veto; Vivi (PCdoB), a favor do veto; Núbia (PP) a favor do veto, com ataques ao vereador Tito; Ruy Mendes (PTdoB), aos gritos e afetando nossa audição, se posicionou a favor do veto; Gilson (PMDB) se posicionou contra o veto e por fim, Lúcio (PMDB) também se posicionou contrário ao veto.

Para que o veto fosse derrubado, seriam necessários 10 votos: 50% + 1. E, eis que, na minha contagem haviam 10 contra o veto, mas foram 11: B.I. resolveu me surpreender. Assim, em uma sessão calorosa, repleta de palmas e vaias, recebidas pelos vereadores como falta de educação (Aguinaldo) ou como "vias orquestradas" (Ruy Mendes); entre ataques pessoais, muito mais do que políticos; entre divergências explícitas no PCdoB (Otoniel, como líder do partido indicou o voto contra o veto, mas Vivi votou a favor e ainda alegou, como "bom comunista", que é preciso ter cobrança de tarifa), a noite encerrou com uma "pérola" do vereador Gilson: pediu para a imprensa "enaltecer a presença dos 19 vereadores" naquela noite!

Ora, não bastasse essa coletânea de asneiras, ainda escutar de um vereador que ele precisa ser enaltecido por fazer a obrigação de comparecer duas vezes por semana nas sessões, parece piada sem graça! E ouvindo esses vereadores eu estava a pensar como verifica-se que uma pessoa é idiota quando ela fala. Até então é suposição, mas quando falam temos certeza. Muitos perdem a oportunidade de ficar calados, mas certamente um dos mais insuportáveis é o tal do Aguinaldo Junior. 

Assim, finalizou-se a votação com 07 votos a favor do veto e 11 votos contra o veto. Tudo meio previsível, exceto pela revelação da vereadora Marileide, a mais votada, que, com seus discursos encomendados, recheados de citações de leis (provavelmente elaborado por algum advogado/a), resolveu ficar do lado do prefeito e contra o povo. Eu digo revelar, porque já escrevi MUITAS vezes que não confio politicamente naquela figura, que lembra Kelly Magalhães piorada (sim, é possível). 


Agora, é acompanhar como essa "novela" vai se desenrolar, pois certamente não acabará por aqui.  A EMBASA não vai perder tantos milhões e os vereadores resolveram "fingir" que estão ao lado do povo. Vamos acompanhar e pressionar, nada é mais eficiente do que isso.

Um comentário:

  1. Belo texto (como sempre). Não pude está presente, mas acredito que o texto resume muito bem o aconteceu.

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