Por Luiz Araújo (via blog)
Recentemente foi publicado o livro Professores do Brasil: Impasses e desafios, de autoria das professoras Bernardete Gatti e Elba Barreto, editado pela Representação da UNESCO no Brasil.
O livro traça um cenário das principais características do professorado neste inicio de milênio, apontando impasses 4e desafios no que diz respeito à formação inicial e continuada, descrevendo as características dos cursos de formação docente e o perfil daqueles que buscam se habilitar para exercer a profissão.
Um componente essencial do livro é a sistematização dos dados relativos ao perfil do professorado. Destaco alguns poucos aspectos como forma de estímulo a leitura desta importante obra:
1º. Em 2006 eram 2.803.761 professores, distribuídos em todas as etapas e modalidades. A maioria trabalhando na rede pública (79,1%) e na educação básica (77%).
2º. A maioria dos professores é do sexo feminino (83,1%), sendo que na educação infantil este percentual chega a 98%.
3º. Em termos de raça/cor, a maioria (61,3%) dos docentes se autoclassificou como brancos e 38,7% como não brancos (preto, pardo e indígena). As autoras consideram que existem “indícios da importância da profissão docente para a inserção profissional de pretos e pardos, particularmente por meio da educação infantil e do ensino fundamental, pois 42% dos docentes de cada uma dessas modalidades se classificaram como não brancos”.
4º. Porém as autoras apresentam uma ressalva importante: “considerando a grande desigualdade de escolaridade dos brasileiros pretos e pardos, comparativamente aos brancos, pode-se entender por que a entrada para a profissão de professor tende a ser facilitada para não brancos, justamente na educação infantil e no ensino fundamental”.
Faz parte do trabalho um levantamento sobre os salários praticados nas diversas redes de ensino. Pelo menos três observações:
1ª. Na educação infantil, os docentes do setor privado têm salário médio menor do que o do setor público e os docentes só com nível médio de formação recebem salários quase 50% menores, tanto no setor público quanto no setor privado;
2ª. No ensino fundamental, dos que possuem nível médio 50% no setor privado recebem menos de R$ 400,00 e, no setor público, menos de R$ 516,00.
O livro é uma boa leitura para os que querem refletir sobre a valorização do magistério, um dos temas da Conferência Nacional de Educação do próximo ano.
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