quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Salários da Educação Municipal: "Quando tiver dinheiro paga". Quando tiver dinheiro paga?

Por Paula Vielmo
Pedagoga e militante política


Quinta dia útil do mês de outubro de 2015. Recebo uma denúncia e um pedido de ajuda para elaborar a denuncia: a prefeitura ainda não pagou o salário do conjunto de professoras/es municipais, mas apenas aqueles com nomes entre as letras "A e L". Parece chacota, parece mentira, parece "brincadeira", MAS NÃO É!


Que me lembre, essa mania horrível de pagar alguns em dia e outros/as não, de acordo com a letra do nome, foi iniciado no (des)governo de Jusmari. Tonhão está dando continuidade, pois não é a primeira vez, segundo relatou-me uma professora indignada "estou com o povo do cartão de crédito me ligando todos os dias pra saber quando vou pagar. É um desrespeito com o trabalhador", desabafou a professora, dizendo antes sobre a sua preocupação para 016, ano de eleição e possíveis atrasos cada vez maiores.

Essa prática extremamente desrespeitosa com as trabalhadoras e trabalhadores da Educação Municipal piora com as justificativas dadas pelo próprio Poder Municipal. Segundo informações, o SINPROF - Sindicato de Professores/as ao indagar sobre a data de pagamento teria recebido como resposta: "Quando tiver dinheiro paga. Ninguém aqui vai ficar com dinheiro delas não. Como assim, "quando tiver dinheiro paga?"??? E o dinheiro do FUNDEB, todos os meses transferido para esse fim? E a receita do município? Será que o salário da Educação foi revertido para as dezenas de faixas espalhadas pela cidade para receber a presidenta Dilma?

Se a situação das profissionais do magistério, concursadas e com verba rubricada, está assim, imaginemos como estão as profissionais terceirizadas, em condições ainda mais precárias de trabalho. "As meninas da merenda e portaria receberam o salário de agosto a duas semanas atrás", relatou a professora denunciante deste fato gravíssimo, que fere a dignidade da pessoa humana. Essas trabalhadoras terceirizadas já ganham tão pouco e têm que sustentar as suas famílias mediante atrasos de salários que de tão frequentes acabam sendo naturalizados.

As contas não esperam a vontade do prefeito e seus prepostos para aparecer, elas estão religiosamente todos os meses em nossas casas e também na destas trabalhadoras. O prefeito Antônio Henrique, o Secretário de Educação, meu ex-professor Cosme Wilson, e o Secretário de Finanças, Pedro Neto,  precisam dar uma satisfação para essas trabalhadoras e trabalhadores da educação, mas mais do que isso, pagar em dia os valores já baixos que tais trabalhadoras recebem. E deve pagar tanto concursadas/os como contratadas/os.


Hoje é o quinto dia útil do mês, será que o salário do prefeito, vice e secretários já foi pago ou será que também estão pagando por ordem alfabética e estão tranquilos porque seus nomes estão entre A e L? 

Diante desse cenário caótico, fico a questionar cadê o Poder Legislativo (mesmo considerando-o inoperante, temos que exigir que cumpram efetivamente o seu papel). Cadê a atuação da Comissão de Finanças, Orçamentos, Contas e Fiscalização, constituída pelo vereador Carlão (PSD) como Presidente, vereador Eurico Queiroz Filho (PPS) como relator e vereadora Núbia Araújo (PP) como membro? Cadê a atuação da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, composta pela vereadora Karlúcia Macedo (PMDB) como presidenta, vereador Lúcio Carlos (SDD) como relator e vereador Rui Mendes (PT do B) como membro?

Fiquemos atentas e atentos a essa repetição de desrespeitos aos direitos, e que os sindicatos, poder legislativo e justiça tenham um papel mais ativo diante desses ataques destilados contra as trabalhadoras e trabalhadores de Barreiras e que a população e as/os servidores/as municipais não se calem diante desses absurdos.




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