Por Paula Vielmo
No dia 12 de dezembro de 2012, praticamente sem publicidade, aconteceu a solenidade de diplomação dos 19 vereadores, suplentes, prefeito e vice-prefeito de Barreiras, que iniciarão as atividades legislativas e executivas a partir de 01 de janeiro de 2013.
A "festa democrática", como amplamente chamada, não foi divulgada, provavelmente para que fosse "quase" o que foi: um espaço reservado à parentes, assessores, eleitores e dezenas de pessoas interessadas em conseguir empregos.
O "quase" fica por conta de alguns cartazes simbólicos e representativos, que algumas cidadãs e cidadãos empunharam na data da solenidade de diplomação. Isso sim, foi uma "festa democrática": a coragem de contrapor-se ao status quo daquele espaço.
As frases
Ao contrário do que possam pensar, as frases dos cartazes eram de alerta e indagação:
NOVOS VEREADORES, VELHAS PRÁTICAS? (!)
RENOVAÇÃO OU CONTINUAÇÃO? O TEMPO DIRÁ!
QUEREMOS UMA CÂMARA ATUANTE EM PROL DO POVO: DIPLOMA + AÇÃO
CHEGA DE TÍTULOS DE CIDADÃO BARREIRENSE
As manifestações da "platéia"
Concordo com Lima Barreto ao afirmar que o Brasil não tem povo, tem platéia. Nesse sentido, em Barreiras a platéia lotou o plenário da Câmara, fato muito raro no cotidiano das sessões. A quantidade de pessoas dificultou a ação, mas não impediu.
O posicionamento logo na entrada, fez com que as pessoas que estavam fotografando, filmando ou "prestigiando" seus vereadores gritassem para os cartazes serem abaixados, incluindo xingamentos e ameaças. A platéia próxima estava com ânimos acirrados. Já as pessoas sentadas, faziam esforços para ler o que continha nos cartazes.
Porém, um senhor cedeu seu lugar bem próximo a parede e isso acalmou a platéia. Em seguida, enquanto havia revezamento dos cartazes escritos, esse mesmo senhor, que antes reclamava, tomou rapidamente um cartaz e levantou-o! Foi uma cena linda de se ver. Por segundos, aquele senhor (idoso), foi um manifestante e tornou-se povo: não mais passivo.
As colagens
Logo que o juiz eleitoral iniciou o discurso de finalização da solenidade, saímos em direção à parte externa, e afixamos os cartazes nas grades da Câmara. Algumas pessoas fizeram perguntas e outras paravam para ler. Os cartazes ficaram lá por um período, mas depois sumiram...
Também afixamos outros cartazes menores, impressos, na parede da Câmara, sinalizando frases na mesma linha das demais. Um dia depois, surpreendentemente, tais cartazes ainda estavam na parede!
Apesar da presença de policiais e guardas municipais, não houve qualquer repressão. Que bom! Afinal, liberdade de expressão é algo desrespeitado nesta "terra sem lei".
É relevante lembrar, mais uma vez, que não existe por minha parte, qualquer expectativa positiva em relação aos "novos" mandatos. Para mim, não passam de "mais do mesmo" e isso é resultado de análise de conjuntura, nada além disso. Mas, o tempo dirá!
UMA CERTEZA: A LUTA CONTINUA!
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