Primeiro dia de greve: a luta começou!

Por Paula Vielmo

Hoje foi o dia de início do confronto com o governo municipal, que pelo visto não quer ceder, muito menos negociar e entrou pesado nessa batalha, com todo aparato que o aparelho público pode oferecer, obviamente para reprimir e distorcer os fatos.

É a minha primeira greve como trabalhadora e mesmo com pouca experiência nesse sentido, tenho procurado contribuir com a experiência de militante social e estou bem empolgada com os rumos que o movimento tem tomado, bem como pela decisão, na minha avaliação, super acertada da categoria entrar em greve logo no início do ano letivo. Só de lembrar o lenga-lega que foi em 2010 meu estômago embrulha, pois a prefeita passou o ano inteiro prometendo - e não cumprindo; negociando - e não cumprindo; estabelecendo prazos - e não seguindo; sem falar do enorme absurdo em relação aos vales transportes, que recebemos sempre depois que termina o mês, ou seja, pagando para ir trabalhar.

Bem, o dia começou conosco nas portas das escolas esclarecendo aos pais e alunos/as que estamos em greve e que não haveria aula. Na escola em que trabalho não houve movimento e nem crianças. Nem as professoras contratadas puderam trabalhar, pois os pais colaboraram muito no sentido de não enviar seus filhos e filhas à escola.

Em seguida, partimos rumo à prefeitura, para fazer um pedágio entregando adesivos da greve. Havia um número significativo de docentes e enfrentamos o sol escaldante.

Quando entramos na prefeitura, ocupando aquele espaço público que é nosso, a tentativa de ser recebido pela prefeita por parte do sindicato SINDSEMB e comissão de professoras/es das escolas, não surtiu efeito. Novamente, repetidamente, Jusmari desrespeita a categoria e passa o bastão da tarefa de dialogar aos seus aliados de governo que nada podem ou fazem. Ali ficou claro que a prefeita não quer negociar, mas continuar enrolando.

Paralelo a isso, rapidamente como uma cobra rasteira, o nosso dinheiro era usado contra nós mesmos, pois foi o que aconteceu quando a ascom da prefeitura publicou uma nota à imprensa, distorcida, no site oficial do município, espalhou como rastilho de pólvora para os sites locais e colocou-a na televisão. Nossos parcos recursos públicos, continuam sendo muito bem investidos...

Nada feito, mas ainda bastante dispostas/os, a categoria decidiu por reunir-se em assembléia geral no espaço Javan e deliberou por mais algumas ações, além de avaliar a conjuntura e aprovar uma nota de esclarecimento que já foi postada no blog do movimento grevista. Houve grande participação nesse momento e amanhã a luta continua, firmes e fortes.

A luta continua e nos inspiremos na frase do grande educador Paulo Freire: "A minha resposta à ofensa à educação é a luta política consciente, critica e organizada contra os ofensores"