Falar das imensas filas para toda ação desejada é algo frequente pelo país, principalmente na mídia, que constantemente faz reportagens mostrando as cenas deprimentes. No entanto, de uns tempos para cá, devido a vivência da realidade das filas, resolvi escrever sobre elas, enquanto espero em uma (na qual fiquei 1 hora e 22 minutos).
É fila para as mais diversas coisas: para matrícula, nos postos de saúde, nos órgãos públicos, nas agências bancárias, no trânsito, nos supermercados. Até mesmo na sala de aula existem as filas: cadeiras enfileiradas, umas atrás das outras, e também fila para o recreio. Desde a infância aprendemos a ficar em fila. Mas quando se trata de determinados serviços - como os primeiros três citados - além de filas, são minutos longos de espera, até mesmo horas. E geralmente em pé.
Tenho colecionado tempo longo em filas neste mês de dezembro: 40 minutos no banco Caixa Econômica Federal; no Banco do Brasil nunca menos de 30 minutos; no fórum: 1h15 para autenticar documentos, os quais a senhora "responsável" nem sequer olhou para os originais; 1h22 no Ministério do Trabalho. No entanto, ficar nas filas me rendeu/ rende observações e reflexões sobre essa situação - além de dores nas pernas.
As pessoas nas filas resmungam da demora, algumas falam indiretas, mas sobretudo, existe um terrível "hábito" instituído: é preciso esperar. E essa espera é passiva e acomodada. Espera que assemelha-se a todas as demais aceitações populares (assaltos aos cofres públicos, descaso com a educação e demais serviços, aumentos de tarifas) que são um aceite da total falta de respeito com o povo. E o povo deve exigir respeito, deve levantar-se contra essa realidade e dizer que não aceita esse descaso.
E eu, nas filas, o que sou? Também uma passiva (mesmo que morrendo de raiva da situação). De fato penso e visualizo uma cena de revolta popular, incitando o povo a combater essa situação, mas falta coragem para, sozinha, fazer qualquer coisa, mesmo nas filas super demoradas. Mas ouçamos a súplica do sábio poeta revolucionário Brecht:
Desconfiai do mais trivial,
na aparência do singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural.
Pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar.
É fila para as mais diversas coisas: para matrícula, nos postos de saúde, nos órgãos públicos, nas agências bancárias, no trânsito, nos supermercados. Até mesmo na sala de aula existem as filas: cadeiras enfileiradas, umas atrás das outras, e também fila para o recreio. Desde a infância aprendemos a ficar em fila. Mas quando se trata de determinados serviços - como os primeiros três citados - além de filas, são minutos longos de espera, até mesmo horas. E geralmente em pé.
Tenho colecionado tempo longo em filas neste mês de dezembro: 40 minutos no banco Caixa Econômica Federal; no Banco do Brasil nunca menos de 30 minutos; no fórum: 1h15 para autenticar documentos, os quais a senhora "responsável" nem sequer olhou para os originais; 1h22 no Ministério do Trabalho. No entanto, ficar nas filas me rendeu/ rende observações e reflexões sobre essa situação - além de dores nas pernas.
As pessoas nas filas resmungam da demora, algumas falam indiretas, mas sobretudo, existe um terrível "hábito" instituído: é preciso esperar. E essa espera é passiva e acomodada. Espera que assemelha-se a todas as demais aceitações populares (assaltos aos cofres públicos, descaso com a educação e demais serviços, aumentos de tarifas) que são um aceite da total falta de respeito com o povo. E o povo deve exigir respeito, deve levantar-se contra essa realidade e dizer que não aceita esse descaso.
E eu, nas filas, o que sou? Também uma passiva (mesmo que morrendo de raiva da situação). De fato penso e visualizo uma cena de revolta popular, incitando o povo a combater essa situação, mas falta coragem para, sozinha, fazer qualquer coisa, mesmo nas filas super demoradas. Mas ouçamos a súplica do sábio poeta revolucionário Brecht:
Desconfiai do mais trivial,
na aparência do singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural.
Pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar.
Belo texto!!!
ResponderExcluirolá paulinha tudo massa?
ResponderExcluirolha quando eu era criança eu li um livros que falava sobre essas filas,na verdade era um contos , na e´poca ele buliu (como todo baiano fala) comigo kakka
ao ler seu pequeno verbete me lb de tempos remotos , valeu negona
um bjao
Parabéns pelo Blog...hehersrs de novo...rsrs
ResponderExcluirO pior de fila acho que são os comentários sem noção do povo, que me estressam mais que a fila em questão. Alguma sugestão de ação?
ResponderExcluirAgora trabalhando vivencio bastante isso, e percebo o quanto é preciso direcionar o povo. As filas acontecem quando existem poucos funcionários para a demanda, ou quando aglomera uma certa quantidade de pessoa em um dia, por exemplo segunda pela manhã. É uma situação bastante delicado e quem sofre é o povo e os funcionários enquanto os chefes estão em suas salas, tomando café no ar-condicionado
ResponderExcluirFelipe tem razão sobre um aspecto importante das grandes filas que são poucos funcionários/as para atender a grande quantidade de pessoas; tb tem uma certa lentidão e má vontade de alguns servidores que parecem fazer questão de ser lentos, lerdos e mau-educados/as.
ResponderExcluirSobre as ações questionadas por Suzana, penso que podemos/ devemos estudar algumas leis existentes e usar a legislação burguesa contra ela mesma. Incitando a justiça até que faça algo.