quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Filas, imensas filas...

Falar das imensas filas para toda ação desejada é algo frequente pelo país, principalmente na mídia, que constantemente faz reportagens mostrando as cenas deprimentes. No entanto, de uns tempos para cá, devido a vivência da realidade das filas, resolvi escrever sobre elas, enquanto espero em uma (na qual fiquei 1 hora e 22 minutos).

É fila para as mais diversas coisas: para matrícula, nos postos de saúde, nos órgãos públicos, nas agências bancárias, no trânsito, nos supermercados. Até mesmo na sala de aula existem as filas: cadeiras enfileiradas, umas atrás das outras, e também fila para o recreio. Desde a infância aprendemos a ficar em fila. Mas quando se trata de determinados serviços - como os primeiros três citados - além de filas, são minutos longos de espera, até mesmo horas. E geralmente em pé.

Tenho colecionado tempo longo em filas neste mês de dezembro: 40 minutos no banco Caixa Econômica Federal; no Banco do Brasil nunca menos de 30 minutos; no fórum: 1h15 para autenticar documentos, os quais a senhora "responsável" nem sequer olhou para os originais; 1h22 no Ministério do Trabalho. No entanto, ficar nas filas me rendeu/ rende observações e reflexões sobre essa situação - além de dores nas pernas.

As pessoas nas filas resmungam da demora, algumas falam indiretas, mas sobretudo, existe um terrível "hábito" instituído: é preciso esperar. E essa espera é passiva e acomodada. Espera que assemelha-se a todas as demais aceitações populares (assaltos aos cofres públicos, descaso com a educação e demais serviços, aumentos de tarifas) que são um aceite da total falta de respeito com o povo. E o povo deve exigir respeito, deve levantar-se contra essa realidade e dizer que não aceita esse descaso.

E eu, nas filas, o que sou? Também uma passiva (mesmo que morrendo de raiva da situação). De fato penso e visualizo uma cena de revolta popular, incitando o povo a combater essa situação, mas falta coragem para, sozinha, fazer qualquer coisa, mesmo nas filas super demoradas. Mas ouçamos a súplica do sábio poeta revolucionário Brecht:

Desconfiai do mais trivial,
na aparência do singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito
como coisa natural.
Pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural.
Nada deve parecer impossível de mudar.


6 comentários:

  1. olá paulinha tudo massa?
    olha quando eu era criança eu li um livros que falava sobre essas filas,na verdade era um contos , na e´poca ele buliu (como todo baiano fala) comigo kakka
    ao ler seu pequeno verbete me lb de tempos remotos , valeu negona
    um bjao

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  2. Parabéns pelo Blog...hehersrs de novo...rsrs

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  3. O pior de fila acho que são os comentários sem noção do povo, que me estressam mais que a fila em questão. Alguma sugestão de ação?

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  4. Agora trabalhando vivencio bastante isso, e percebo o quanto é preciso direcionar o povo. As filas acontecem quando existem poucos funcionários para a demanda, ou quando aglomera uma certa quantidade de pessoa em um dia, por exemplo segunda pela manhã. É uma situação bastante delicado e quem sofre é o povo e os funcionários enquanto os chefes estão em suas salas, tomando café no ar-condicionado

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  5. Felipe tem razão sobre um aspecto importante das grandes filas que são poucos funcionários/as para atender a grande quantidade de pessoas; tb tem uma certa lentidão e má vontade de alguns servidores que parecem fazer questão de ser lentos, lerdos e mau-educados/as.

    Sobre as ações questionadas por Suzana, penso que podemos/ devemos estudar algumas leis existentes e usar a legislação burguesa contra ela mesma. Incitando a justiça até que faça algo.

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