Na quinta-feira, 16 de outubro, durante o Sarau da UFBA em homenagem aos professores, na 8ª. edição do evento, ocorreu um fato que despertou-me imediata repulsa e indignação: um "professor" durante espaço cedido para falar algumas palavras aos presentes, após agradecer às homenagens, gritou repetidamente ao microfone "eu adoro mulher", incitando os jovens universitários, alcoólizados, a berrarem e repetirem a expressão de modo vulgar e bobalhão.
Durante a cena lamentável, o que mais me indignou e indigna é o fato de um professor universitário, num espaço - público - de construção do conhecimento, reproduzir o machismo da nossa sociedade - mascarado por um momento de descontração e de brincadeira - , na universidade, que deveria ser um exemplo de mudança, sobretudo de práticas.
Fica registrado o fato e que sirva de reflexão aos leitores e leitoras do blog!
"A palavra convence. O exemplo arrasta". (ditado romano)
As mulheres sempre foram exploradas pelos homens. Se há uma verdade que ninguém põe em dúvida, é essa. Dos solenes auditórios de Oxford ao programa do Faustão, do Collège de France à Banda de Ipanema, o mundo reafirma essa certeza, talvez a mais inquestionada que já passou pelo cérebro humano, se é que realmente passou por lá e não saiu direto dos úteros para as teses acadêmicas.
ResponderExcluirUniversidade não pode perpetuar essa agressão contra o genero feminino. Mas se bem que vindo da UFBA? pode se esperar tudo! Oh lugarzinho sem perfil de Universidade pública.
Bom...ao contrário da colega eu irei me identificar. Sou Enoc Estudante do curso de Química. No episódio esposto eu não estava presente. Mas concordo com a colega que infelizmente vivemos em mundo maxista e que isso deve mudar. E comentários dessa forma não se deve de maneira alguma existir dentro de uma universidade...Mas eu não posso adimitir que e muito menos concordar com o comentário final dacolega. O que vc tem contra a Ufba???O que é para vc perfil de Universidade??? Por acaso a sua é??? E da sua o q pode se esperar??? A Ufba apesar de pouco tempo de instalação....ou seja com as primeira turma no final de 2006 já realizou grandes evento, festas, semanas culturais no qual agradou toda comunidade interna e externa. Isso pode ser dor...deixa p lá...Aguardo a resposta.
ResponderExcluirHá ver se identifica na próxima vez.
Caríssimo Enoc,
ResponderExcluirEspero que o aguardo da resposta não lhe tenha causado muita ansiedade. Assim desculpo-me pela demora da resposta e pela declaração sobre a UFBA, devo admitir que, de fato, soou agressiva e um tanto quanto pejorativa, porém verdadeira, e entendo sua agressividade e devo crê realmente que seu posicionamento preconceituoso se deva ao seu instinto de defesa, afinal ofendi algo que vc acredita e defende. È muito bom saber concorda com as minhas colocações a respeito do tema do texto: a universidade não é de forma alguma um espaço que deva reproduzir e perpetuar o machismo, aliás o comentário idiota do professor não pode e nem deve se propagar em nenhum outro ambiente, não existe lugar para machismo! E o mais incrível e saber que vc, Estudante da UFBA, mostrou-se um bom aluno do professor, acreditando que somente as mulheres se posicionam contra o MACHISMO, por isso imaginou que sou SUA colega e não SEU colega. Para os outros machos, o machismo não existe, esses comentários são apenas brincadeirinhas e as mulheres tem que se sentir privilegiadas por serem desejadas.
Respondendo seus questionamentos:
1º - por ser pública, muita coisa a favor, e contra dentre outras, o papel desempenhado pela imensa maioria dos alunos: uma juventude despreocupada com os problemas sociais e da própria universidade, estática, voltada apenas para seu umbigo pensando em como acumular capital e reproduzir o modelo machista de que mulher é objeto sexual;
2º - respondida na postagem abaixo;
3º - Não tenho uma universidade pública, se tivesse não seria pública e sim privada. Mas, não sou estudante no ensino superior, o que não me descredibiliza discutir a universidade pública e tecer opiniões e comentários sobre a UFBA;
4º - respondida na questão anterior.
Quanto a me identificar, reservo-me o direito de escolha (ser anônimo ou outro nome qualquer). A CF diz que não será resguardado ao anônimo a liberdade de expressão, mas não há proibição da manifestação anônima. Se a blogueira apagar meus comentários, é um direito que a assiste constitucionalmente.
A universidade é uma instituição social e como tal exprime de maneira determinada a estrutura e o modo de funcionamento da sociedade como um todo. Tanto é assim que vemos no interior da instituição universitária a presença de opiniões, atitudes e projetos conflitantes que exprimem divisões e contradições da sociedade. Essa relação interna ou expressiva entre universidade e sociedade é o que explica, aliás, o fato de que, desde seu surgimento, a universidade publica sempre foi uma instituição social, isto é, uma ação social, uma prática social fundada no reconhecimento público de sua legitimidade e de suas atribuições, num principio de diferenciação, que lhe confere autonomia perante outras instituições sociais.
ResponderExcluirA partir das revoluções sociais do século XX e com as lutas sociais e políticas desencadeadas a partir delas, a educação e a cultura passaram a ser concebidas como constitutivas da cidadania e, portanto, como direitos dos cidadãos, fazendo com que a universidade se tornasse uma instituição social inseparável da idéia de democracia e de democratização do saber: seja para realizar essa idéia, seja para opor-se a ela. No correr do século XX a instituição universitária não pôde furtar-se a referencia à democracia como uma idéia reguladora. Por outro lado, a contradição entre o ideal democrático de igualdade e a realidade social da divisão e luta de classes obrigou a universidade a tomar posição diante do ideal socialista.
Dessa forma concebe-se a universidade, sobretudo, pública como um espaço contestador e de posicionamento em relação aos problemas sociais que de uma forma ou de outra são Tb gerados por ela. E entende-se como principais donos dessa postura os estudantes por ser maioria, e a UFBA/Barreiras com seus alunos negligenciam a principal característica da Universidade. E os eventos realizados pela UFBA/Barreiras citados por vc de nenhuma forma representaram o significado de Universidade Pública. Foram apenas eventos reproduzindo o modelo atual de sociedade passiva.
Pessoas que postam comentários, muito obrigada!
ResponderExcluirEssa discussão tomou outro rumo: o de discutir o perfil da UFBA enquanto universidade pública - o que é interessante -, mas não é o foco do debate. Escrevi sobre a situação machista como uma maneira de externar a indignação, para que a gente possa refletir sobre essas situações cotidianas e não encará-las como naturais. "Desconfiai do mais trivial na aparência do singelo" ja disse Brecht.
Vamos ao debate, sem ofensas e sem paixões doentias.
Abraço!
Pois é colega...Nem tudo e todos são perfeitos..."O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro." (Plutarco)
ResponderExcluir...Se vc ñ quer se identificar então desfrute avontade de seu direito...só tome cuidado com o q escreve.
mais uma coisa...a desiguinação feminina dada por mim é simplismente pelo motivo da crioatura q pode ser um cachorro, uma galinha, um cavalo, jumento, viado ou qualquer outro bixo qualquer...como ñ tem identificação...então essa coisa q fez o comentário pode ser tratada por qualquer coisa.
ResponderExcluirA Ufba é uma universidade relativamente nova em Barreiras.
ResponderExcluirNão se pode esperar que logo no início ela seja perfeita!
Concordo que a atitude do professor foi desastrosa sim..Acho que ele usou um tom como se gritasse: "Cerveja!Cerveja!!"
como se fôssemos objetos!
Mas não posso deixar de dizer que o comentário da anônima acima tabém foi desastroso. Os alunos da Ufba não se preocupam apenas com problemas sociais, mas também com problemas ambientais..Tanto é que existem inumeros projetos com bolsistas e voluntários que fazem de tudo pra desenvolver algo que traga desenvolvimento pra região de Barreiras..
Pode ainda nao ter um perfil de universidade pública, mas tá no caminhO!
Falou pouco masi disse bonito.
ResponderExcluirMoço, o assunto rendeu...hehe
ResponderExcluirGalera, comenta nos demais tb! ;D
Os alunos da UFBA se preocupam tanto com os problemas ambientais, que tem exata noção de onde está instalado o campus: em ÁREA DE PROTEÇÃO PERMANENTE - APP. Assim eles fazem de tudo para trazer o desenvolvimento para o cerrado (cronstruções em áreas protegidas)
ResponderExcluirO Código Florestal (Lei no 4.771, de 15/09/65, alterada pela Lei no 7.803, de 8/08/93), no seu Artigo 2o, define como Áreas de Proteção Permanente locais onde devem ser mantidas todas as florestas e demais formas de vegetação natural. Estes locais foram definidos como de proteção especial pois representam áreas frágeis ou estratégicas em termos de conservação ambiental, não devendo ser modificadas para outros tipos de ocupação. A manutenção da vegetação natural nestes locais contribui para o controle de processos erosivos e de assoreamento dos rios, para garantir qualidade dos recursos d'água e mananciais e para a proteção da fauna local.
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