Por Paula Vielmo
No último sábado eu vive uma grande decepção. O ditado diz que decepção não mata, ensina a viver, mas que vida é essa? Essa não é a vida que quero pra mim e meus semelhantes, então me dou ao direito de me indignar e de expressar a minha indignação, como manifesto de que não podemos naturalizar o que é errado, não importa de onde o erro parta. E dessa vez ele veio de dentro de um lugar que muito estimo: a querida UNEB, com participação da UFBA (ou seria vice-versa?).
Pois bem, andando com meus colegas de trabalho em pleno sábado à noite, procurando algum lugar para nos divertir, fomos parar na Biofest, no Cais e Porto. Essa é uma festa organizada por "universitários/as" do curso de Ciências Biológics da UNEB e UFBA, como encerramento da IV SemBio Oeste, cujo lema deste ano foi "Gestão Ambiental e Sociedade: Alternativas para o Futuro".
Fora minhas restrições ao espaço, fiquei muito, mas muito chateada mesmo com a triste constatação em relação à meia entrada estudantil. Não sou mais estudante, mas os direitos não deixam de ser reivindicados apenas porque não me beneficiam mais! Naquela noite infeliz de sábado, os/as PRÓPRIOS ESTUDANTES DA UNEB E UFBA fizeram uma opção de BURLAR a LEI DE MEIA ENTRADA, quando estabeleceram um valor do ingresso como "meia antecipada" e esta "meia" foi vendida para todas as pessoas - inclusive para mim -, mesmo eu afirmando que não era mais estudante. O pessoal se fez de desentendido ou era mesmo ignorante. Além dessa manobra bem conhecida, DOBRARAM o valor do ingresso, cobrando R$20 meia e R$40 inteira, ou seja, no final, não teve meia entrada alguma para estudante!
Diante de tantas pessoas, eu era a ÚNICA indignada. Eu me senti extraterrestre, porque muitas das pessoas que lá estavam, NA ORGANIZAÇÃO DA FESTA, conheciam muito bem a LEI. Bem até demais, ao ponto de burlá-la. E eu fiquei muito triste por saber que os/as estudantes "universitários", principalmente da querida UNEB, desconsideraram todo o processo de lutas travado pelo MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNEB para que a LEI DE MEIA ENTRADA fosse, pelo menos, burlada em Barreiras. Deveríamos avançar com "alternativas para o futuro", mas não é isso que aconteceu.
Essa postura é um retrocesso e uma reprodução cruel de mero lucro. É uma prática idêntica a qualquer promotor de evento em Barreiras. E se os "interessados" diretamente não respeitam nos eventos que organizam, qual o respaldo para cobrar os demais?
Ouçamos o velho e sábio Marx: "O CRITÉRIO DA VERDADE É A PRÁTICA", logo não adianta reivindicar e fazer a mesma coisa. Não é possível vislumbrar qualquer futuro com práticas presentes antiquadas e equivocadas.
Muito me lamentou e lamenta o fato ocorrido e é necessário expressar essa situação para que sirva de reflexão à estudantada de que não podemos transformar reproduzindo o "status quo".
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