sexta-feira, 29 de março de 2013

Câmara Municipal aprova contas de Jusmari Oliveira

Por Thiago Ferraro

Foto: Jadiel Luiz/ Blog do Sigi Vilares

Quarta-feira, 27 de março de 2013: Dia Nacional do Teatro e dia de sessão na Câmara Municipal de Barreiras. Acompanhado de alguns/as companheiras/os compareci à sessão ordinária da câmara que tinha como pauta a apreciação das contas da gestão do governo de Jusmari Oliveira. A votação decidiria se a ex-prefeita permaneceria com sua ficha limpa e impune, ou teria sua ficha suja por 8 anos, ficando inelegível.

A sessão iniciou às 19:15 com a palavra do presidente da câmara, o vereador Carlos Tito. Logo após a leitura de um trecho bíblico a palavra foi cedida à vereadora Marileide, que se posicionou contra a aprovação da prestação de contas da ultima gestão. Em seguida, o vereador Lúcio, após muita autopromoção, também se posicionou contra a aprovação das contas. A partir dai fica claro que os representantes eleitos pelo povo barreirense, são totalmente incompetentes para analisar as contas. Ora, "Se vereadores não têm competência, o que estão fazendo aqui?"

Depois de muito elogiar a gestão passada, Karlúcia Macedo, primeira secretaria da câmara, mostrou que virou chaveiro da antiga gestão. Ela foi uma das que votou a favor das contas do mandato da ex-prefeita. Votar  a favor da omissão que foi a antiga gestão significa cumplicidade. É simplesmente admitir o cabresto, abaixar a viseira e andar conforme interesses alheios. Infelizmente, a vereadora  Karlúcia Macedo não estava nesse barco sozinha. Ela e mais cinco vereadores votaram a favor da aprovação das contas da ex-prefeita e toda a omissão. 

Dentre os favoráveis a Jusmari, destaco o vereador Carlão, que após relatar que sua “experiência parlamentar” (quarto mandato) era muito grande, reclama das vaias direcionadas à vereadora defensora de Jusmari. “ Aplaudem uns e vaiam outros...”  Ora, vereador, isso nada mais é que o povo manifestando sua indignação a total falta de escrúpulos apresentada pelos representantes  que ali votavam a favor.

A falta de vergonha não acaba por ai não! Depois de, também se manifestar contra o exercício da verdadeira democracia, o vereador Otoniel, na esperança de justificar o seu voto favorável a aprovação das contas de Jusmari, listou algumas das poucas OBRIGAÇÕES que a Ex-Prefeita cumpriu em seu mandato de 4 anos. Tentar usar o cumprimento de pequenas obrigações como argumento é o cúmulo da falta de argumentação. Citando um de nossos cartazes “A saúde está doente! O povo está falido. Mas, os meus cabelos...”. Meu caro vereador, alguns cursos de cabeleiro/a, cozinheiro/a não nos calará! Isso só será ouvido por nós, povo barreirense, como mais um indício e exemplificação da má gestão que sofremos de 2009 até o ano de 2012.

Como se não bastasse a falta de bons votos, o povo, roubado e humilhado, ainda tem que passar por duas abstenções de voto. “A situação tá feia demais para se abster” e pra faltar sessão de tão grande importância,  vereadores!  Citando o arcebispo Desmond Tutu “Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor”. Sendo de forma “indireta” através da abstenção ou direta através dos votos “conscientes”,  a opressora saiu impune, e o povo, mais uma vez, saiu com os olhos cheios de lágrimas. Lagrimas de indignação, ódio e revolta, por serem representados por tão incompetentes vereadores.

O povo de barreiras não precisa de representantes que mereçam tão exorbitantes salários. Precisamos de vereadores que não caibam nos bolsos de “políticos” corruptos, e que tomem posição na hora de votar contra uma injustiça, pois não há vergonha maior do que ficar em cima do muro.


SAIBA O VOTO DE CADA VEREADOR/A:





segunda-feira, 18 de março de 2013

8 de março em Barreiras: 1ª Marcha Barreirense Feminista

Por Paula Vielmo


É gritante a presença de uma cultura predominantemente machista em nosso município e bastante antigo o desejo latente de "mexer" com essa cultura, no sentido de transformá-la. Tal desejo começou a se tornar realidade em 2012 quando da realização da I Marcha das Vadias (MDV), que incrivelmente, apesar do nome que pode assustar, agregou um número bom de pessoas em torno da denúncia da violência contra a mulher e da necessidade de liberdade para tal segmento.

Após a MDV, o sentimento era de que precisávamos continuar com essa bandeira e fortalecer o combate ao machismo e opressão de gênero também em Barreiras. Desse desejo, ainda mais coletivo, nasceu a MBF - Marcha Barreirense Feminista. De setembro de 2012 para cá, estudos e articulações cada vez mais qualificadas têm norteado o trabalho do grupo.

Como primeira ação da MBF, aconteceu no dia 8 de março de 2013 - Dia Internacional de LUTA das mulheres, a 1ª Marcha Barreirense Feminista. Em Barreiras, já ocorreram no passado diversas outras marchas de mulheres, quase todas dentro de um perfil de manutenção do status quo e de valorização da figura da mulher e seus dotes "femininos", principalmente o materno. Em 2013, entrou para a história uma Marcha Feminista, que tem um caráter completamente diferente, por querer igualdade entre homens e mulheres, ou seja, o fim da violência de gênero completamente.

A preparação para a Marcha incluiu confecção e venda de camisetas, oficina de cartazes e faixas, bazar na Feira da Vila Rica, intervenção na Feira da Sandra Regina. Toda essa diversidade de atividades, contou com a colaboração de pessoas conhecidas e desconhecidas, desde a doação de roupas, calçados e acessórios para o bazar (as caixas de coleta ficaram na UNEB, UFBA, UNYAHNA e PALÁCIO DAS ARTES) até contribuições em dinheiro, antes ou no dia da Marcha através da "sacolinha".

A MBF é autônoma e se mantém assim também financeiramente. As atividades são autofinanciadas e o envolvimento de uma série de pessoas que nem sequer conseguimos identificar na totalidade, têm mantido as atividades e confirmado a necessidade social de debater abertamente sobre o machismo na cultura barreirense.

Apesar de programações organizadas pela CDL, Prefeitura ou Câmara, todas elas reforçando os esteriótipos e papel social da mulher, conseguimos ser um diferencial através da Marcha Barreirense Feminista. Todavia, a concentração da Marcha que seria em frente à Câmara Municipal foi inviabilizada pela presença de uma programação com "prestação de serviços" como controle de glicemia, pressão arterial, orientação nutricional e ginecológica e curso de beleza! 

Além da precarização dos serviços, ofertados como algo comemorativo, quando deveria ser cotidiano, o reforço aos padrões opressores de beleza, principalmente com relação ao alisamento de cabelo foram entrelaçados à músicas com letras que depreciavam a mulher. Infelizmente, presenciamos uma programação "equivocada" dentro do que se espera de uma data de luta pela emancipação da mulher, mas mesmo assim, fomos o contraponto.

Apesar de algumas dificuldades e percalços, a Marcha no dia 8 de março agregou um bom número de participantes, que marcharam de maneira animada e coerente desde a Câmara Municipal até a Praça Castro Alves, finalizando com as belas apresentações da Cia Teatrando e da Projétil Paralelo e  com o Manifesto com o perfil da situação da mulher em Barreiras, fortalecendo a percepção de que é necessária a presença da MBF em Barreiras!


Continuaremos em marcha, até que todxs sejam livres!


SAIBA MAIS: www.facebook.com/MBFeminista

domingo, 17 de março de 2013

Comentário no face sobre o novo chefe da Igreja Católica


Por Victor Sena

Não deve existir no mundo um povo mais displicente com sua própria história do que o povo brasileiro. Na edição do Jornal Hoje desta quarta-feira, (14), na rede Globo de Televisão, fiquei estupefato ao ver uma matéria que dissertava sobre “Como os Jesuítas ajudaram o Brasil”. 

A matéria, claro, é fruto da escolha de um novo papa (escrito em minúsculo de propósito). Um papa argentino e jesuíta. Só me questiono se o acéfalo que produziu a fatídica matéria leu algum livro de história na vida. Pois bem, aprofundemos um pouco na história.

550 mil índios. Era só o que havia na, até então, Ilha Brasil, antes dos portugueses chegarem, com uma carrada de degredados e algumas dúzias de prostitutas. Mas, em 1549 uns tais seguidores de Jesus foram convocados para servir à Coroa na missão de humanizar índios; seres preguiçosos e sem almas. A humanização seria conseguida através da catequização e a imposição do trabalho escravo, é claro.

Assim que chegaram, os jesuítas se espalharam pelo território nacional e amontoaram grupinhos de índios para catequização/escravidão. A Companhia de Jesus criou inúmeras vilas, que segundo o Darcy Ribeiro, maior antropólogo brasileiro, só serviram de demarcação de terra para verdadeiros abatedouros – palavra minha, não do professor Darcy Ribeiro – de índios. 

Vejam que quero chamar atenção não à estada dos primeiros jesuítas no Brasil, mas, sim, como nossa história é tratada.

Até hoje livros de história tratam o descobrimento do Brasil como um acidente de percurso, chamam a América do Sul de Ilha, à qual primeiro deram o nome de terra da Santa Cruz, e assim formamos uma nação de analfabetos funcionais, que são mantidos assim pela voracidade da mídia consumerista e pelas péssimas políticas públicas oferecidas pelos canalhas que governam a nação.

Se curvar diante de um novo papa, que se faz santo em alguns minutos de eleição, é totalmente aceitável. Já que não ligamos para o fato de a Igreja ter sido fiel primeiro à Colônia, depois à monarquia (ao passo que era contra a abolição da escravatura), depois à ditadura em nossas terras, por que ligaríamos para os 14 séculos de trevas que assolou o mundo? Por que questionaríamos o fato de ter sido escolhido papa um cara que colaborou com a ditadura argentina? Um cara acusado de delatar padres e civis contra a ditadura e de raptar crianças, diga-se de passagem.

Como diria o general De Gaulle, “o Brasil não é um país sério”, pessoas chegam à faculdade sem saber ler e interpretar, o país é o líder mundial no ranking de homicídios – pois é, morre mais gente no Brasil do que no Afeganistão -, e a ideia que nos é vendida é de que tudo está no caminho certo.

Senhores, peço encarecidamente que eduquem seus filhos com bons livros. A maioria das pessoas deste país só consegue pegar um ônibus se ele passar devagar, se passar muito rápido não consegue ler a linha. Somos uma nação de analfabetos funcionais, que desprezamos nossa história e por isso vivemos num futuro merda petista.

terça-feira, 5 de março de 2013

1ª Marcha Barreirense Feminista



Por Marcha Barreirense Feminista

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, marcando o  início da Revolução de 1917. Entretanto, apenas em 1977, a ONU instituiu a data como Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.

O Dia Internacional da Mulher é um dia de luta. É um dia de mobilização, de manifestações públicas, de debates e de reflexão pela igualdade de gênero e por melhoria das condições de vida para as mulheres. 

No mundo inteiro as mulheres vão às ruas para comemorar as conquistas, protestar contra a violação de direitos, gritar pelo fim da violência doméstica e sexual e reivindicar políticas públicas para a igualdade entre mulheres e homens.

Em Barreiras não será diferente! Acontecerá neste ano a MARCHA BARREIRENSE FEMINISTA, a realizar-se no próximo Dia 8 de março, a partir das 17:00, em frente à Câmara Municipal, com destino à Praça Castro Alves. O objetivo é desvelar a situação das mulheres em Barreiras, bem como mostrar as conquistas históricas do Movimento Feminista e as atuais bandeiras de luta.

O evento é organizado pela MBF – Marcha Barreirense Feminista (https://www.facebook.com/MBFeminista), grupo constituído em setembro de 2012 que congrega mulheres e homens de Barreiras no combate ao machismo e violência de gênero que traz como lema o pensamento de Rosa Luxemburgo "Quem não se movimenta não sente as correntes que a/o prendem".

Todas as pessoas que não concordam com as desigualdades estão convidadas a juntarem-se no dia 8 de março, levando seu cartaz, faixa, reivindicação, criatividade, panelas, latas e colheres para batuque! Preferencialmente use lilás, que é a cor do feminismo e VENHA MARCHAR CONOSCO!